sábado, 11 de dezembro de 2010

Eis que aqueles que enfeitam a cabeça

Eis que aqueles que enfeitam a cabeça
+ com louros
+ trazem consigo o Menorah sagrado
+ dos judeus
+ os que regressam ao Lácio cantam vitória
+ arrancada a alma e o coração
+ dos vencidos
+ exibem um troféu de lágrimas e sangue
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o sol do meio-dia reflecte no ouro maciço
+ do candelabro do Templo
+ o olhar de Iavé
+ torna pesado o despojo
+ e cega os olhos
+ dos que não conseguem ver.
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+ Brissos Lino 4/12/10

"O Grito da Semente" - Novo livro do Poeta e escritor Brissos Lino lançado Hoje às 16h em Lisboa

Hoje, pelas 16h-00, o poeta e escritor cristão, Brissos Lino, vai lançar mais um livro que junta assim ao seu portfólio. Trata-se do título " O Grito da Semente".
Brissos Lino, para além de poeta e homem de cultura é pastor da igreja Jubileu, em Setúbal, e reitor da UNISETI, Universidade Sénior de Setúbal . Possuidor de uma personalidade multifacetada e de uma reconhecida "inquietação" intelectual que o leva a assumir-se como um homem eminentemente "inconformado" com tudo o que possa empalidecer a dignidade humana nas suas mais variadas vertentes, intervém recorrentemente em diversos foruns académicos, sociais e cristãos, emprestando-lhes, com o seu saber e olhar largo, um valor de matriz sublinhadamente cristã, que representa, afinal, a sua causa de vida desde sempre.
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JL
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+ "O Grito da Semente"
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" Prefácio de Fabiano Fernandes +
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Hotel Real Palácio, Rua Tomás Ribeiro, 115, Lisboa +
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11 de Dezembro, 16h00
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Com a presença de João Tomás Parreira e João Pedro Martins
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Edium Editores
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sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

Pode até tratar-se de um "frete" de A.P.M. a Sócrates, mesmo assim não deixa de ser uma Boa Notícia para um país pouco Seguro de Si próprio..

Abençoada Ciência
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A estrutura produtiva do País tem vindo a mudar qualitativamente de forma marcante nos últimos 15 anos. Começam agora a definir-se os contornos de um outro Portugal, diferente da imagem corrente de um tecido empresarial que insistia em apostar no trabalho desqualificado e mal pago. A pouco e pouco foram-se criando as condições de investimento no capital humano e nos meios para fazer emergir a ciência como factor produtivo, indutor de vantagens na competição global. Se em 1995 havia somente 240 empresas que investiam em I&D (investigação e desenvolvimento), hoje já são mais de 2500. O pessoal de investigação nessas empresas, bem como os quadros com formação superior, multiplicaram-se por 8; o investimento em I&D por 13. Hoje, Portugal tem 8 trabalhadores científicos em cada 1000 activos, para uma média de 6 nos 33 países mais avançados (os da OCDE).
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Mas será que este investimento valeu a pena? Medindo resultados, verificamos que entre as mil grandes empresas do País mais as cerca de 5200 PME líderes - responsáveis por mais de 90% das exportações nacionais -, 740 com I&D, empregando quase 300 mil trabalhadores, atingiam 42% do volume de negócios daquele universo e 52% das suas exportações. Estamos, já, num país dual, em vez do uniformemente atrasado. A aposta no ensino, sobretudo para os mais novos, está também ela a criar realidades diferenciadas quanto à qualificação de vários estratos da população activa: há 30 anos, no grupo etário entre os 25 e os 34 anos, só 9% completaram o ensino secundário e 5% o ensino superior em Portugal. Hoje, nesse mesmo escalão etário, há 32% dos jovens com o secundário completo e 14% com um curso superior. Chega? É claro que não! Estes valores representam somente 43% e 52% dos valores médios prevalecentes na OCDE. Mas a sua presença já deixou de ser irrelevante para a produtividade das empresas. Os valores impressionam: nas novas empresas, criadas desde 2005, para uma produtividade de cem nas que empregam licenciados, cai-se para 29 nas que os não empregam e salta-se para 239 nas empresas com I&D! Alguém duvida de que esta é uma aposta que deve intensificar-se nos próximos anos?
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Texto de António Perez Metelo no Diário de Notícias de 10 de Dezembro de 2010

De uma Cruz a outra cruz: a palavra do Perdão

A crucificação de Cristo apresenta-se aos olhos da história como um crime da religião, por isso pode ser integrada numa história universal da infâmia. A infâmia é, para a cultura filosófica e literária, uma relação entre o mal e os homens, desde o filósofo Michel Foucault ao poeta Jorge Luis Borges, que assim o asseveraram e escreveram sobre ela. Nesta perspectiva , podemos afirmar sob dado ponto de vista, que certos sectores religiosos judeus foram infames, mais do que os romanos, ao levarem Cristo a julgamento irregular, à condenação e à execução na Cruz, no Monte do Golgota. Contudo, a frase de Jesus Cristo crucificado, uma das chamadas 7 palavras da cruz, “Pai, perdoa-lhes porque eles não sabem o que fazem”, parece redimir os judeus e os romanos da infâmia (a menos que o Senhor a estivesse a usar apenas para os romanos, que parece ser o caso histórica e hermeneuticamente), é que a inocência não pressupõe infâmia. O referido poeta JLB, numa entrevista sobre a sua História Universal da Infâmia, disse, citando a frase de Jesus: «Eu julgo que Jesus sentiu isso. Sentiu que os seus carrascos, aqueles que o pregavam na cruz, não eram forçosamente uns canalhas. Eram soldados que deviam obedecer às ordens que recebiam.»[...]
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Texto de João Tomaz Parreira. Ler AQUI no Papéis na Gaveta

quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

"Nada onde Pousar o Sonho"

Desafio Miqueias ++++ edita primeiro livro de antologia poética sobre a pobreza. Poemas de Fernando Pessoa, J.T.Parreira, Clélia Mendes, Brissos Lino, Lurdes Saramago Chappell, João de Mancelos, Júlia Lemos, Rui Almeida, Rui Miguel Duarte, Florbela Ribeiro, Helena Branco e João Pedro Martins.
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Custo do livro: 5 EUROS em oferta exclusiva no FACEBOOK (até 31 de Dezembro)
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Portes GRÁTIS! Na promoção de lançamento do livro de poesia Nada Onde Pousar o Sonho e do CD Natal com Significado na loja online do Desafio Miqueias é oferecido o custo de envio da encomenda. A promoção é temporária e para os fãs do Desafio Miqueias.
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O livro pode ser adquirido através de pedido para: desafio.miqueias@gmail.com com indicação do nome e morada para envio.

Redescobrir Tutankhamon Online

( Foto D.N.)
Todo o trabalho do arqueólogo Howard Carter está disponível na Internet
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Quando se pensa em faraós egípcios, o primeiro nome que vem à cabeça é sempre o de Tutankhamon. Não tanto pela importância histórica do faraó, que morreu bastante jovem, mas antes pela mediatização em torno da descoberta, em 1922, do seu túmulo, pelo inglês Howard Carter.
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E 88 anos após a empolgante revelação, o Instituto Griffith, de Oxford, decidiu colocar online todo o material que documenta os dez anos de investigação arqueológica desenvolvida por Carter. Objectivo: fomentar a sua investigação científica.
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Agora, à distância de um clique, estão disponíveis todas as fotografias originais de Harry Burton, o fotógrafo que acompanhou Carter nas escavações, e ainda fichas, notas e diagramas do próprio arqueólogo e egiptólogo inglês, com uma transcrição a facilitar a leitura. O site chama-se Tutankhamun: anatomy of an excavation. A responsabilidade científica é do egiptólogo checo Jaromir Malek, conservador dos arquivos do Instituto de Griffith, onde estão guardados todos os documentos relativos ao trabalho desenvolvido por Howard Carter.
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Desde a célebre máscara de ouro ao minúsculo pedaço de vidro, todos os 5398 objectos estão documentados e disponíveis para todos, desde a comunidade científica aos simples curiosos.
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Em Madrid, por ocasião da exposição "Tutankhamon, o Túmulo e os seus Tesouros", em exibição na Casa de Campo (ver caixa), o responsável explicou o objectivo deste projecto. "Os objectos do túmulo foram fotografados, mostrados em inúmeras exposições e catálogos, livros e revistas, mas têm sido muito pouco estudados cientificamente", afirmou ao El País. "Até peças icónicas, como a máscara de ouro, carecem de análises aprofundadas", destacou. Jaromir Malek quantifica mesmo o estado da investigação em torno do túmulo de Tutankhamon: "Oitenta e oito anos depois da sua descoberta , apenas 30% do conteúdo foram estudados cientificamente." Com a disponibilização dos documentos, o egiptólogo espera alterar esta situação. E se Howard Carter levou dez anos a inventariar todos os tesouro do túmulo de Tutankhamon, o Instituto demorou 15 anos para fazer renascer o jovem faraó na Internet.
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Entrar AQUI para Redescobrir Tutankhamon
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In Diário de Notícias de 05 de Dezembro de 2010

quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

Salário Mínimo, patrões, trabalhadores, governo e Dignidade

1. O primeiro-ministro e a ministra André deram sinais de que iriam voltar atrás no compromisso de subir o salário mínimo. Vieram assim dar razão a algumas associações patronais que argumentavam não conseguir fazer face a esse aumento.
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Só se consegue entender a postura dos patrões em função duma qualquer negociação. Talvez relacionada com possíveis alterações na legislação laboral ou outras.
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Não tenho qualquer dúvida de que os representantes das empresas sabem que o custo associado a este aumento no salário mínimo é praticamente irrelevante para as suas companhias. Mau era se assim não fosse: uma empresa que não consegue suportar um aumento de 25 euros mensais com um trabalhador que apenas ganha 475 não se manterá por muito tempo no mercado, mesmo uma pequena ou média empresa. Mais, mostrem-me uma boa empresa com muita gente paga a 475 euros por mês e eu estou disposto a dançar todo nu no Rossio. [...]
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Texto de Pedro Lopes Marques para ler integralmente AQUI no Diário de Notícias de 05 de Dezembro de 2010

Descoberto Manuscrito de Leonardo da Vinci

( Foto El País )
Um fragmento de um manuscrito acerca do voo dos pássaros foi encontrado numa biblioteca de Nantes, França, onde estava esquecido desde há quase século e meio. Segundo um especialista, este manuscrito pertence a Leonardo da Vinci (1452-1519). Carlo Pedreti, especialista no génio italiano, explicou ao diário local La Presse Océan "que se trata de notas sobre o ar e o vento relacionadas com um estudo sobre o voo dos pássaros que da Vinci terá sido escrito por volta de 1504."[...]
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Ler texto integral, em Castelhano, AQUI no jornal El País

terça-feira, 7 de dezembro de 2010

O Que somos Nós hoje ?

Que somos nós hoje? Uma nação que tende a regenerar-se: diremos mais: que se regenera. Regenera-se, porque se repreende a si própria; porque se revolve no lodaçal onde dormia tranquila; porque se irrita da sua decadência, e já não sorri sem vergonha ao insultar de estranhos; porque principia, enfim, a reconhecer que o trabalho não desonra, e vai esquecendo as visagens senhoris de fidalga. Deixai passar essas paixões pequenas e más que combatem na arena política, deixai flutuar à luz do sol na superfície da sociedade esses corações cancerosos que aí vedes; deixai erguerem-se, tombar, despedaçarem-se essas vagas encontradas e confusas das opiniões! Tudo isto acontece quando se agita o oceano; e o mar do povo agita-se debaixo da sua superfície. O sargaço imundo, a escuma fétida e turva hão-de desaparecer. Um dia o oceano popular será grandioso, puro e sereno como saiu das mãos de Deus. A tempestade é a precursora da bonança. O lago asfaltite, o Mar Morto, esse é que não tem procelas. O nosso estrebuchar, muitas veze colérico, muito mais mentecapto e ridículo, prova que a Europa se enganava quando cria que esta nobre terra do último ocidente era o cemitério de uma nação cadáver. Vivemos: e ainda que semelhante viver seja o delírio febril de moribundo, esta situação violenta, aos olhos dos que sabem ver, é uma crise de salvação, posto que dolorosa, e lenta. Confiemos e esperemos: o nome português não foi riscado do livro dos eternos destinos.
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Alexandre Herculano, in "Duas Épocas e Dois Monumentos (Questões Públicas - 1843)" *** via Citador

Acerca das Falsificações...

...O sucesso de um falsificador de dinheiro depende de quão parecida for a falsificação com o original levando-nos a tomar o falso pelo genuíno. A heresia não é uma negação completa da verdade. É uma perversão da verdade e essa é a razão porque uma mentira incompleta é mais perigosa do que uma mentira completa. Por isso quando o pai da mentira sobe ao púlpito ele não costuma negar abertamente as verdades fundamentais do evangelho. Pelo contrário: apresenta-as e dá-lhes uma interpretação errada que possa parecer verdadeira.[...]
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Do livro: "Uma igreja sem Propósitos" de Hernandes Dias Lopes

segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

Uma Carta para Pérgamo

( Altar de Zeus em Pérgamo - Museu de Pérgamo, Berlim )
À semelhança de outras igrejas primitivas, não temos também nenhuma indicação da data de fundação para a igreja localizada em Pérgamo, embora saibamos, com toda a certeza, que isso ocorreu durante o primeiro século da nossa era. Também não conseguimos apurar nada de relevante sobre a sua composição social. Podemos acreditar que não derivará muito daquilo que acontecia com outras igrejas cristãs na Ásia Menor, uma vez que falamos dum contexto cultural, social e económico marcadamente Greco-Romano e que, portanto, a igreja seria povoada por pessoas convertidas do paganismo reinante, gentios e também judeus foragidos das perseguições romanas nos seus territórios de origem. De igual forma, não nos chega nenhuma informação a partir da qual possamos concluir algo sobre a liderança da igreja. Sabemos aquilo que a carta contida no livro de Apocalipse nos informa acerca de Antipas, que era seu pastor antes do martírio. Sobre a sua sucessão, a história não nos deixou réstea de informação que faculte a mínima hipótese de formulação teórica para a realidade desta igreja. Mas sabemos que a dificuldade para os que professavam a fé cristã em Pérgamo é extrema, num ambiente de paganismo, misticismo e ocultismo.
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As terras de Pérgamo eram férteis. Disso falaram Plínio o velho e Estrabão. Trigo, azeite, vinho, cavalos e ovelhas, mármore, madeira, minas de prata e ouro. Unguentos e perfumes de Sardes. Tecidos bordados a fio de ouro, sapatos e arreios. Enfim toda uma panóplia de materiais e produções que estão reflectidas no pórtico do altar de Zeus. A riqueza de Pérgamo era tão fabulosa que Horácio, o grande poeta latino, utiliza nos seus poemas o termo «Atálico» quando se quer referir a algo que é imensurável.
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Monumentais obras arquitectónicas dispostas em «socalco» e em quatro plataformas da Acrópole da cidade de Pérgamo, dominavam aquela. Destacam-se o palácio dos reis, o templo de Athena, a biblioteca (a segunda maior do mundo, por essa altura, a seguir a Alexandria com a qual rivalizava), o teatro (com capacidade para cerca de 20.000 espectadores), o templo de Dioniso, o templo de Asclépio, a Ágora superior e o grande altar de Zeus. Descendo da Acrópole, o complexo do «Gimnasium», o maior e mais completo da antiguidade.
Os fundadores do reino e da cidade de Pérgamo, tinham a ilusão de que estes se pudessem tornar numa réplica, em importância e relevo, de Atenas no oriente. Isso emprestou a Pérgamo um conjunto de características que não se verificavam noutras cidades da Ásia Menor. Nomeadamente o facto de aí estar instalado um dos maiores templos a Zeus , a oriente da Grécia, erigido por Eumenes II para consagrar a Zeus a sua gratidão pela vitória alcançada por seu pai na guerra contra os gálatas, para além, é claro, de existirem outros templos e cultos de importância relativa, como a Athena, Asclépio, Dioniso, Cibele, etc. Mais tarde, no ano 29 d.C., foi ainda erigido um outro templo, a Augusto, imperador Romano.
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Pérgamo era um importante centro de paganismo. “Aqui travava-se uma intensa batalha, em que os combatentes não eram pessoas, mas ideias. O aspecto mais importante realçado na carta escrita à igreja de Pérgamo e que consta em Apocalipse, não era o do bem e do mal, mas sim o da verdade e do erro. Face a toda este ambiente de superstição religiosa, mística e ocultista (que radicava em boa parte nas influências babilónicas), fica a ideia de que a presença do Anticristo era mais evidente em Pérgamo do que noutras cidades da Ásia Menor”.
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Aqui estava centralizada a principal referência pagã a Asclépio ( o deus serpente) por aí se situar uma importante escola de medicina, ciência que, por essa altura, andava um pouco de braço dado com o ocultismo e misticismo (um género do culto a Sousa Martins do nosso tempo). O nosso bem conhecido Galeno exerceu na escola de Pérgamo. Segundo historiadores da antiguidade, como Tácito e Xenofonte, a adoração ao deus Asclépio assumiu grande relevo no contexto do pequeno império de Pérgamo e, mais tarde, na Província Romana da Ásia Menor e outras vizinhas. É como se Pérgamo e Asclépio fossem “Fátima” daquele tempo.
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Pérgamo tem portanto, como vimos, particularidades que afectaram decididamente a vida da igreja e dos cristãos aí residentes. +
A razão pela qual Jesus conhece as igrejas, é porque anda no meio delas, e por isso pode particularizar a mensagem que dirige a cada uma. Relativamente à igreja de Pérgamo, Jesus está fundamentalmente preocupado com a verdade e que esta seja, para além de preservada, difundida.
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Jesus revela-se, no início da carta que dirige à igreja de Pérgamo pela pena de João, de uma forma dura aos cristãos a ela pertencentes. Ele descreve-Se como aquele que tem uma espada de dois gumes porque o poder sobre a morte e a vida é dele. Ele não apenas aplica a Justiça e o Amor como também destrói os inimigos do seu reino. Dois gumes da espada, portanto. A espada é claramente uma analogia com aquilo que ela representava no Império de Roma. Mas Cristo queria informar os crentes de que não deviam vergar-se ao poder déspota de Roma e à adoração do erro proveniente desse poder. Roma, por seu lado, não se interessava muito que os autóctones praticassem as suas próprias religiões, mas se alguém dizia “ Zeus é Senhor” ou “Jesus é Senhor” tinha imediatamente que dizer de seguida que “César é Senhor”.
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Também, pelo menos uma vez no ano, todas as pessoas deveriam prestar culto a César e queimar-lhe incenso, sob pena de serem acusados de traição e consequentemente mortos.
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O Senhor Jesus Cristo informa na carta que não toleraria falsos ensinos e ensinadores. Os crentes de Pérgamo não podiam esquecer que existe um padrão imutável na igreja de Deus: a Sua Palavra, e que Cristo zela por a fazer cumprir.
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Qualidades importantes foram realçadas e apontadas à igreja de Pérgamo : reteve o Nome de Cristo e não negou a fé. Qualidades estas que se tornam ainda mais importantes se atendermos ao período difícil pelo qual a igreja de Pérgamo passara "no tempo de Antipas - fiel testemunha". A coragem de Antipas em manter a fé, não se arrastando a deuses estranhos nem à religião do estado levou-o a ser condenado à morte. De acordo com a tradição, no interior do templo de Asclépio, deitado vivo numa grande bacia de bronze que foi levada à incandescência através de fogo.
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Jacinto Lourenço

sábado, 4 de dezembro de 2010

Antigo Espólio Hebraico descoberto em Sinagoga nos Açores

( Foto D.N. )
Historiador descobre património sobre comunidade judaica que se estabeleceu no País. Entre o material encontrado há documentos impressos e manuscritos
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O historiador José de Almeida Mello descobriu um conjunto de objectos e documentos hebraicos na Sinagoga de Ponta Delgada, na ilha de São Miguel, Açores, que podem estabelecer o património judaico deste templo como um dos mais antigos e ricos de Portugal. Ao despejar o conteúdo de uma velha arca guardada naquela sinagoga, José Mello encontrou uma vasta panóplia de objectos. Entre os achados estão documentos impressos e manuscritos, pergaminhos cuidadosamente enrolados, pequenos livros de bolso, uma mão em madeira, saquetas tendo no seu interior fitas de cabedal e tábuas da lei, pequenos documentos colocados no interior de tubos de vidro selados e ainda tecidos utilizados no culto religioso. "Estaremos perante um legado com peças que podem ser anteriores ao século XIX e que remontam aos primeiros tempos dos judeus nos Açores", explicou, informando que o verdadeiro significado do achado será estudado por técnicos oriundos da comunidade israelita de Lisboa. O que encontrou foi como entrar na "máquina do tempo e recuar" alguns séculos, conta o historiador guardião da Sinagoga de Ponta Delgada, fundada em 1836. A primeira comunidade judaica em Ponta Delgada surgiu após o regresso a Portugal dos judeus, expulsos pelo rei D. Manuel em 1497 - os que não saíram do País foram convertidos à força ao catolicismo. Os que regressaram trouxeram consigo textos sagrados e documentos manuscritos que terão ficado como legado dos judeus entretanto radicados em São Miguel, de 1819 por diante. [...]
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Ler texto integral AQUI no Diário de Notícias Online de 29 de Novembro de 2010

sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

Um Reino em Pérgamo

Uma geração antes da guerra de Tróia, o rei Aleo de Tegea, em terras de Arcádia, recebeu um funesto oráculo : o seu neto matá-lo-ia e governaria em seu lugar. Para evitar o cumprimento da profecia, decidiu consagrar a sua filha Auge à deusa Athena, proibindo-a de se casar, sob pena de a matar. Mas esta sua intenção não foi suficiente para impedir que se cumprisse o oráculo. Um dia , Heracles, que tinha sido acolhido na corte do rei, embriagou-se e forçou a jovem, tendo esta posteriormente dado à luz um filho a quem foi posto o nome de Télefo. O rei Aleo, receoso de que na criança nascida se viesse a cumprir o profetizado, encerrou a mãe e o filho numa caixa e deitou-a ao mar. Graças à protecção de Athena, a caixa encalhou no delta do rio Caicus (Caico), na costa da Ásia Menor, tendo desta forma sido salvos os seus passageiros. Tinham chegado à Mísia. O rei da Mísia, Teutrante, fez de Auge sua esposa e adoptou Télefo como seu filho, sucessor e herdeiro.
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Com o passar do tempo, o lugar onde a caixa que transportara Auge e Télefo encalhou, tornou-se um assentamento de populações que viria a tornar-se uma das mais importantes cidades do mundo Grego.
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Sobre uma imponente montanha de novecentos metros de altura e na vertente direita do rio Caicus ( Caico), a vinte e oito Quilómetros da costa do mar Egeu, começou a ganhar forma uma cidadela que tomou o nome de Pérgamo; nome de origem indo-europeia que quer dizer “alto fortificado”. Os seus habitantes apropriaram-se da lenda de Télefo e passaram a honrá-lo como seu antecessor mitológico.
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A adopção desta história mitológica, reflecte o carácter claramente grego do reino fundado com o nome de Pérgamo ( Télefo é um herói da mitologia grega ) e dava corpo ao desejo de Átalo I , que emprestou o seu nome à dinastia entretanto surgida, dos Atálidas, de converter a sua cidade na Atenas da Ásia Menor, que se tornaria assim defensora da civilização helénica face aos povos bárbaros.
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O desejo de Átalo I define a história de todo o seu reinado e explica a intensa promoção das artes, letras e ciências por parte da dinastia Atálida, que fez da cidade de Pérgamo um dos mais importantes núcleos urbanos de toda a Ásia Menor helenística, bem como um centro cultural só superado por Alexandria. Mas para Átalo I, Pérgamo precisava converter-se também no principal centro político da região, objectivo que conseguiu atingir depois dos seus envolvimentos em complexas lutas de poder que se seguiram à morte de Alexandre Magno e do desmembramento e divisão do seu Império pelos seus quatro generais.
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In Revista História National Geographic***tradução de Jacinto Lourenço

quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

A Sabedoria...

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A sabedoria de um ser humano não está no quanto tem consciência de que sabe, mas no quanto tem consciência de que não sabe.
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A consciência da própria ignorância é o primeiro passo em direcção à sabedoria.
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A. Cury

Copérnico, Kepler, Galileu, Newton e outros que tais...

Entre 1616 e 1835 a obra de Nicolau Copérnico esteve encerrada numa gaveta da igreja católica até que fosse expurgada dos “seus erros” pelo lápis azul dos censores eclesiásticos. E não se pense que foram só os católicos retrógrados que proibiram Copérnico de divulgar os seus ensinamentos, preferindo dar razão a Ptolomeu. Martinho Lutero, o pai da reforma protestante, também zurziu nas ideias Copernianas.
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A confrontação destas duas concepções do cosmos – uma centrada na terra e outra centrada no sol – atingiu o seu clímax nos séculos XVl e XVll, na pessoa de um homem que, tal como Ptolomeu, era astrólogo e astrónomo. Viveu numa época em que o espírito humano estava agrilhoado e a mente acorrentada; em que as opiniões eclesiásticas sobre os assuntos científicos, velhas de dois milénios, eram consideradas de maior confiança do que as descobertas contemporâneas realizadas com técnicas de que os antigos não dispunham; em que o desvio sobre os assuntos teológicos mais misteriosos, relativamente às preferências doxológicas dominantes, católicas ou protestantes, era punido com a humilhação, impostos, tortura, exílio ou morte.(…) A ciência estava ainda desprovida da ideia de que subjacentes aos fenómenos da natureza, podiam estar as leis da física. Foi a luta corajosa de Johannes Kepler que desencadeou a revolução científica moderna” ( Carl Sagan – “Cosmos”).
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Para Kepler, o poder criador do universo estava em Deus, e a única forma de explicar os seus mistérios era “ler” o pensamento de Deus. Ptolomeu (embora com erros desculpáveis face ao desenvolvimento científico do seu tempo), Copérnico, Galileu, Kepler e Newton, e mesmo Galeno na área médica séculos atrás, entre outros, abriram os olhos da humanidade para esta realidade que a Bíblia já revelara há milhares de anos : a natureza é afinal regida por leis matemáticas e físicas simples e à prova de qualquer observação, mesmo a da ciência da chamada “pós-modernidade”, e em cujos meandros se pode constatar e sentir a operação de Deus acima de qualquer lei criada, no campo terrestre ou celeste. Pessoalmente acredito que tem sido esta operação divina que tem salvaguardado a terra e os seus habitantes de serem largados por completo ao destino por eles escolhido e à rigidez das leis físicas por eles reclamada. Este é o domínio da misericórdia do meu Deus. E essa misericórdia, diz a Bíblia, é “a causa de não sermos consumidos”. Temos hoje uma visão amplificada do universo, da vida e da civilização devido aos “terrenos” que as personalidades citadas revolveram nos seus campos de actuação, a que se juntaram outros cientistas sérios e honestos, de todos os tempos, trazendo ao de cima uma organização que espanta pela sua simplicidade, mas cuja diversidade lhe empresta uma tremenda complexidade que exibem, aos nossos olhos, a criação de Deus, como um projecto que nos arrepia pela sua beleza misteriosa e grandiosidade. E Deus, o Senhor das nossas vidas, não pára de nos surpreender todos os dias na relação individual e particular que estabelece connosco, seres minúsculos no meio de tão grandioso projecto.
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Jacinto Lourenço