quinta-feira, 30 de setembro de 2010

Nem só de más Notícias se Faz Portugal. Hoje Lembramos: "Portugal já é líder mundial nos transplantes de rim"

( Foto D.N. )
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País aumenta quase 14% o número de operações num ano, ultrapassando a Espanha. Mortalidade em lista de espera por um órgão caiu para metade no ano passado.

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Portugal é o campeão mundial nos transplantes de rim e de fígado em apenas dois anos. Depois de ter conseguido liderar na transplantação hepática em 2008, o País conseguiu ultrapassar Espanha nos transplantes renais com dador cadáver no ano passado. Os dados integram a Newsletter Transplant, publicação da Organización Nacional de Transplantes e do Conselho da Europa. [...]
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Ler artigo completo AQUI no Diário de Notícias

Um Beijo Fatal...

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Fotografia do húngaro Bence Maté, de 25 anos, que ganhou o prémio de Fotografia de Meio Ambiente de 2010, atribuido pela organização inglesa CIWEM, na categoria "Mundo Natural"
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terça-feira, 28 de setembro de 2010

Viver para Deus

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"... Viver para Deus tira-nos de nós mesmos, faz com que enxerguemos a vida pra além dos nossos umbigos. Viver para Deus, nos proporciona a certeza de que somos sal desta terra e luz deste mundo, o que implica de imediato em compromisso social com os que gemem e choram. Não dá pra vivermos uma espiritualidade assecla, fria, interesseira. É importante que saibamos que quando gostamos de Deus, gostamos de quem Deus gosta." [...]
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Fonte : Renato Vargens***Ler texto integral AQUI

segunda-feira, 27 de setembro de 2010

As Brilhantes e Inéditas Auroras de Saturno

( Imagem jornal El Mundo )
Um novo filme e imagens colhidas pela Sonda Cassini mostram as Auroras brilhantes de Saturno durante um período de 10 dias. De acordo com os especialistas estas auroras brilhantes ajudam a explicar a razão das "impressionantes representações de luz" de alguns objectos que se encontram no nosso sistema solar. [...]
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Ler todo o texto, em Castelhano, AQUI no jornal El Mundo
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Minha memória já quase se foi, mas eu recordo duas coisas: Eu sou um grande pecador, Cristo é o meu grande salvador.
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( John Newton )
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domingo, 26 de setembro de 2010

Fidelidade por Um Fio...

Serei fiel, Senhor Jesus serei fiel. Os votos desta canção muito cantada pelos evangélicos precisam ser mais bem definidos. Interessante como nossa compreensão do evangelho foi cada vez mais se estruturando na doutrina e cada vez menos na vida. Para muitos de nós, ser fiel a Deus é de alguma maneira se encaixar aos textos ou às interpretações bíblicas. O fiel não é aquele que se encontra amarrado por grossas cordas como as de âncora de navio. É mais parecido com um pássaro que constrói seu ninho, portanto confia sua existência a um frágil galho. O fiel é como o equilibrista na corda bamba, constantemente desafiado pela gravidade, pelo vento e pelo medo da queda. A fidelidade é frágil, e sobrevive em meio às dúvidas. Por outro lado, é extremamente resistente e capaz de sustentar a vida mesmo face à morte. Quando Jesus convoca aos seus seguidores à fidelidade, não acredito que passava pela sua mente que eles se submetessem a um conjunto doutrinário. Isto seria a própria negação da fé. Com isto estou querendo chamar a atenção para nossa prática de fidelidade. Muitos imaginam um cristianismo pronto em todos os seus detalhes, com regras que preenchem todos os factos da vida e trazem todas as respostas meticulosamente elaboradas. Quer dizer, ser fiel seria participar de uma verdade pétrea, absoluta, imutável e intransigente. Quem não obedecer ao livro, às doutrinas, é infiel, e quem desobedecer é desviado. Ao ver a luta de Jesus contra o legalismo e contra as estruturas religiosas, às quais as pessoas deveriam se subjugar para serem aceites por Deus, para se sentirem amadas e participarem da comunhão com o Pai Celestial, não é possível acreditar que sua delegação de autoridade para fazermos discípulos no mundo todo, se desse justamente ao invés daquilo que ele combateu até à morte. Ao observar o convite de Jesus de que quem quisesse segui-lo deveria tomar a cruz, enfrentar os vendavais da vida, as aflições do mundo, as perseguições religiosas, sujeitar-se a uma vida sem ter até mesmo um travesseiro para reclinar a cabeça, não se torna consistente imaginar a possibilidade de se ser fiel a uma estrutura estável, pronta ou de conformismo.A vida cristã é instável, incerta, mutante e de inconformismos. Pois é uma vida de conversões. Ser fiel é estar disposto a mudar todos os dias. O convite de Cristo é para uma transformação diária, e, portanto, a impossibilidade de absolutizar alguma coisa. Gosto do teólogo Carlos Mesters quando diz que a grande verdade do evangelho provoca conversão, pois se trata de uma nova vida, que leva a um novo comportamento moral e que na reflexão sobre esta vida descobre-se a doutrina, que registada produz o livro e celebrada dá surgimento ao culto. Quer dizer, a verdade cristã não é um livro, o livro é apenas o resultado desta verdade que caminhou na história produzindo vida, transformando vidas. O cristão fiel não é aquele que adopta um livro, no caso a Bíblia, mas aquele que anda conforme a vida de Cristo que é transformadora a cada dia. A Bíblia é recebida como o livro que nos introduz ao Cristo.
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Fonte: Eliel Batista in Partículas da Graça

sábado, 25 de setembro de 2010

Oração de um Pecador

Senhor Santo, eu pequei um sem-número de vezes, sou culpado de orgulho e incredulidade, de fracasso em encontrar a Tua mente na Tua Palavra, de negligência em Te buscar no meu viver diário. Minhas transgressões e fraquezas denunciam-me com uma lista de acusações, mas eu Te bendigo porque elas não prevalecerão contra mim, pois todas elas foram postas em Cristo. Continua subjugando minhas perversões e concede-me graça para viver acima delas. Não deixa que as paixões da minha carne ou as concupiscências da minha mente levem o meu espírito à escravidão, mas governa Tu sobre mim, em liberdade e poder.
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+ Eu Te agradeço porque muitas das minhas orações foram recusadas. Eu pedi mal e não recebi; eu orei com base em concupiscências e fui rejeitado; eu cobicei o Egito e foi-me dado um deserto. Continua com Tua paciente obra, respondendo "não" às minhas orações iníquas, e capacitando-me a aceitar isso. Purifica-me de todo desejo falso, toda aspiração egoísta, tudo aquilo que é contrário ao Teu preceito. Eu Te agradeço por Tua sabedoria e Teu amor, por todos os atos de disciplina aos quais sou submetido, por algumas vezes ser colocado na fornalha para que meu ouro seja refinado e minhas impurezas, removidas.
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+ Nenhum julgamento é tão difícil de suportar quanto a percepção do pecado. Se Tu me desses a escolha entre viver em gozo e permanecer com meus pecados, ou tê-los destruídos com julgamento,então dá-me essa aflição santificada. Afasta-me de todo hábito maligno, todo crescimento de pecados passados,tudo aquilo que ofusca o brilho da Tua graça em mim,tudo aquilo que me impede de deleitar-me contigo. Então, eu Te bendirei, Deus de Jesurum, por me ajudares a permanecer de pé.
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sexta-feira, 24 de setembro de 2010

Evoluções...

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Trabalho para Fariseus...

"... Desejamos que as igrejas prosperem porque Deus abençoa os homens por meio delas, e não por causa das igrejas em si. Há uma espécie de egoísmo na nossa avidez pelo engrandecimento do nosso grupo. Que Deus nos livre deste mau espírito! O crescimento do reino é mais desejável do que o aumento de um grupo sectário.
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O nosso grande objectivo não é a revisão de opiniões, mas sim a regeneração da natureza das pessoas. Queremos levar os homens a Cristo, e não aos nossos conceitos particulares do cristianismo. O nosso primeiro cuidado é no sentido de que as ovelhas se reúnam com o grande Pastor. Haverá tempo depois para mantê-las seguras nos diversos apriscos. Fazer prosélitos é bom trabalho para fariseus; conduzir almas a Deus é o honroso propósito dos ministros de Cristo."
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Charles Spurgeon
( 1834-1892 )
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quinta-feira, 23 de setembro de 2010

Cientistas Confirmam Condições Físicas para Ocorrência de Relato Bíblico

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Cientistas Norte-Americanos confirmam a possibilidade de se verificarem condições físicas para que um vento nocturno de Este abrisse caminho pelo Mar Vermelho para que os Hebreus escapassem aos seus perseguidores egípcios a caminho da terra prometida. ***
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Ler artigo AQUI, em Castelhano, no jornal El Mundo

quarta-feira, 22 de setembro de 2010

" E então, onde está Deus? "

Os S.S. pareciam mais preocupados, mais inquietos do que de costume. Enforcar uma criança diante de milhares de espectadores não era uma coisa qualquer. O chefe do campo leu a sentença. Todos os olhos estavam pregados no menino. Ele estava lívido, quase calmo, mordendo os lábios. A sombra da forca se projetava sobre ele.
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Dessa vez, o lagerkapo negou-se a servir de carrasco. Três S.S. o substituíram.
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Os três condenados subiram em suas cadeiras. Os três pescoços foram introduzidos nos nós corrediços ao mesmo tempo.
* - Viva a liberdade! – gritaram os dois adultos.
* O pequeno, calado.
* - Onde está o bom Deus, onde Ele está? – alguém perguntou atrás de mim.
* A um sinal do chefe do campo, as três cadeiras foram derrubadas.
* Silêncio absoluto em todo o campo. No horizonte, o sol estava se pondo.
* - Descubram a cabeça! – berrou o chefe do campo. Sua voz estava rouca. Quanto a nós,
estávamos chorando.
* - Cubram a cabeça!
* E começou o desfile. Os dois adultos não viviam mais. Suas línguas pendiam, grossas, azuladas. Mas a terceira corda não estava imóvel: tão leve, o menino ainda vivia…
* Por mais de meia hora ele ficou assim, lutando entre a vida e a morte, agonizando sob nossos olhos. E tínhamos de olhá-lo bem de frente. Ainda estava vivo quando eu passei diante dele. Sua língua ainda estava vermelha; seus olhos, ainda não apagados.
* Atrás de mim, ouvi o mesmo homem perguntar:
* - E então, onde está Deus?
* E senti em mim uma voz que lhe respondia:
* - Onde Ele está? Ei-Lo – está aqui, nesta forca.”
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Fonte: Elie Wiesel em A Noite *** via Laion Monteiro

terça-feira, 21 de setembro de 2010

As Resplandecentes Portas de Circe...

" ... Amigos, alguém lá dentro trabalha num grande tear;
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canta melodiosamente e todo o chão ressoa:
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é deusa ou mulher. Chamemos depressa por ela.
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Assim falou; e eles chamaram, elevando a voz.
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Ela saiu logo, abrindo as portas resplandecentes,
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e convidou-os a entrar; e les, inscientes, entraram todos.
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Só Euríloco ficou para trás, desconfiando de algum logro.
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Circe sentou-os em assentos e cadeiras m
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e serviu-lhes queijo, cevada e pálido mel
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com vinho de Pramno; mas misturou na comida
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drogas terríveis, para que se esquecessem da pátria.
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Depois que lhes deu a poção e eles a beberam, mm
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bateu-lhes com a vara, para logo os encurralar nas pocilgas. m
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Eles tinham cabeças, voz, cerdas e aspecto de porcos, m
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mas o seu espírito não mudou: permaneceu como era. m
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E choravam, encurralados, enquanto Circe lhes lançava m
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bolotas, sementes e o fruto da cerejeira para comerem, m
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coisas de que se alimentam os porcos que dormem no chão "
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*** m m m m m m m mmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmm *** Excerto de Odisseia de Homero - Canto X m +++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++ m m m ( Tradução de Frederico Lourenço )

segunda-feira, 20 de setembro de 2010

"Criação, Salvação e o Futuro do Cosmos"

Tradicionalmente, a teologia sistemática divide as matérias do seu conteúdo em unidades estanques. Tal divisão é feita com uma intenção didática, que pode ser boa. Na prática, porém, há alguns problemas. Um deles tem a ver com o uso que se faz da Bíblia. Ao se separar um capítulo, procura-se ajuntar os textos que falam sobre aquele tema. Só que os autores bíblicos não tinham essa preocupação. Em vez disso, escreviam com uma liberdade impressionante, e não raro combinavam temas que, séculos mais tarde, foram separados por teólogos no esforço de sistematizar o ensino bíblico. Um exemplo é o que a Bíblia fala sobre a criação, a salvação e a escatologia. Ela não trata de tais temas isoladamente.
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Na tradição evangélica, o tema da criação, por exemplo, tem sido abordado apenas na perspectiva de uma discussão apologética antievolucionista. Se isso acontece, perde-se muita coisa. Biblicamente, a criação é a base da salvação. O problema é que, com séculos de influência platónica, muitos cristãos pensam que a salvação é só da “alma”, enquanto a Bíblia aponta para uma salvação integral. O texto de 1 Pedro 1.9 traz a expressão “salvação da alma”, tanto nas versões protestantes como nas católicas. É uma pena que quase todas as editoras bíblicas tenham optado por traduzir o grego “psychon” por “almas”, que dá a ideia de uma substância imaterial separada do corpo. A melhor tradução seria “vidas”, isto é, a totalidade da existência, o que inclui o corpo e tudo que faz com que o ser humano seja humano.
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Em Romanos 8.19-24, Paulo fala da expectativa quanto à plenitude da salvação, esperança compartilhada pelos seres humanos e pela própria natureza. Pedro (2Pe 3.13) fala do futuro do cosmos em termos de “novos céus e nova terra”, linguagem extraída de Isaías 65.17. E Apocalipse também fala de “novo céu e nova terra”, lugar da habitação de Deus com o seu povo. É surpreendente que, nos capítulos finais da revelação de Deus, não se fala de “almas” que sobem para um “céu”, mas da nova Jerusalém que desce do céu à terra. Será a concretização da salvação. “Creio na ressurreição do corpo” -- é preciso resgatar a linguagem do Credo Apostólico. É oportuno lembrar a expressão que já se tornou clássica em estudos teológicos, criada pelo teólogo alemão Pannenberg: a ressurreição de Jesus é um evento proléptico, isto é, que antecipa o futuro. Se quisermos saber como será o amanhã, basta olhar para o ontem: ontem Jesus ressuscitou; amanhã ressuscitaremos. E em totalidade, corpo e alma, junto com a criação, serviremos ao Senhor.
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O pensamento bíblico unifica o passado (a criação), o presente (a salvação) e o futuro (a renovação da criação). As implicações para a missão da igreja são várias: se o futuro do cosmos é a renovação da criação, a igreja deve anunciar essa esperança em Jesus Cristo e se envolver em acções de cura de um mundo doente e em ações que promovam a justiça. O texto de 2 Pedro 3.13 faz ecoar duas passagens que falam da vinda do Deus que faz justiça (Sl 96.10-13; Sl 98.4-9). Não é coincidência que, quando os textos bíblicos anunciam a esperança na vinda do Deus que faz justiça, o mar, os rios e as árvores sejam convocados para louvá-lo.
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A esperança cristã é optimista -- Deus vai fazer justiça na terra e vai restaurar a criação. A igreja em missão deve agir nessa direcção.
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Por Carlos Caldas In Revista Ultimato***Via Hermes Fernandes

sábado, 18 de setembro de 2010

"Religião e Ciência são Perfeitamente Compatíveis"

"...O outro ponto da reflexão diz respeito à ciência. É claro que a ciência metodicamente não precisa de Deus. Por outro lado, não tem capacidade nem para afirmar nem para negar a sua existência.
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Quando um cientista quer, a partir da ciência, afirmar que não há Deus, contradiz-se e entra em paralogismos, pois ultrapassa as suas competências enquanto cientista. De facto, a ciência não pode fazer afirmações sobre a realidade na sua ultimidade. Por exemplo, há Deus ou não?, o homem é livre?, com a morte acaba tudo ou a vida continua? A razão dessa impossibilidade está em que estas questões não são enquadráveis no método empírico-matemático, não são objecto de experimentação.
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Religião e ciência são perfeitamente compatíveis, desde que respeitem os seus domínios de competência. A religião não tem respostas para questões científicas. A ciência não responde à problemática dos valores e a questões como: porque há algo e não nada?, qual é o sentido último da existência?
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Assim se compreende que haja cientistas agnósticos, ateus e crentes. Também os crentes não habitam todos no asilo da ignorância e da superstição."
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*** Prof. Anselmo Borges In Diário de Notícias Online de 18/10/2010

sexta-feira, 17 de setembro de 2010

O Sucesso da Educação no País Interior

Ando pelas ruas da cidade, cruzo-me com pessoas nos transportes públicos, ouço as conversas, olho os jornais e revistas que lêm, observo grupos de adolescentes e comportamentos. Entro em lugares públicos, correios, cafés, livrarias, centros comerciais, repartições, e uma preocupação invade-me: os portugueses, pelo menos uma grande parte daqueles com que me cruzo, exibem um grau elevado de subdesenvolvimento cultural, e mesmo iliteracia congénita, a avaliar pela construção frásica das suas arengas e pela forma como interpretam o que lêm ou ouvem. Os mais jovens, os que supostamente ainda estarão em idade escolar, utilizam entre si um idioma que, sendo minimamente entendível, faz lembrar mais um qualquer crioulo do que o português propriamente dito, depois, quando chegam à Universidade para frequentarem cursos com notas mínimas de acesso é o que se vê; normalmente não se sabem sequer exprimir em português corrente. As suas horas vagas servem para tudo menos para pensar no seu próprio futuro, que os pais hão-de pagar até à exaustão como se isso fosse igual a proteger os filhos. E de repente, como se de uma pedrada no charco se tratasse, vejo no telejornal que numa escola secundária de Bragança, a Miguel Torga, numa normal turma do 12º ano, 10 ou 12 alunos ( se o rácio for o normal, será igual a 50% da turma ) entraram em cursos na Universidade a que normalmente só se consegue aceder com médias iguais ou superiores a 18,50 valores ou lá muito próximos. Isto traduz de imediato duas coisas: nesta escola, nesta turma, foi declarada guerra ao subdesenvolvimento cultural e à iliteracia. A vitória obtida, não é apenas resultado da aplicação e trabalho dos alunos. Aqui, há a mão dos professores, de pais, da estrutura escolar e do apoio que oferecem para que os alunos possam alcançar o sucesso que pretendem, aqueles que o pretendem, claro, e que todos nós devemos desejar para todos os jovens estudantes.
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Interroguei-me sobre o que tenho andado a ouvir nos últimos anos, da boca dos políticos, sobre educação, interioridade e atraso cultural. Parece-me, afinal, que alguma coisa não bate certa e que, ao contrário do que me dizem, não é o isolamento geográfico ou a interioridade que condenam, em definitivo, as pessoas à iliteracia ou atraso cultural, até porque, também noutra cidade do interior, Viseu, de uma outra escola secundária sairam 27 alunos para cursos com médias de entrada na Universidade igualmente a roçar os vinte valores . O problema, em minha opinião, está mais nas grandes cidades que massificam atitudes e comportamentos e que afastam as pessoas, desde tenra idade, da escola e do interesse pelo saber. Afinal, e mais do que provavelmente, o interior é bem capaz de oferecer muito melhores condições para estudar e trabalhar arduamente do que os grandes centros urbanos onde a oferta de divertimento fácil, vida nocturna acessível e em profusão, laxismo e/ou falta de tempo dos pais para estarem, ao menos, atentos ao que se passa em casa com os seus filhos que estudam, a juntar a uma excessiva preocupação de ostentação de uma imagem exterior em oposição ao conteúdo interior das pessoas, a cultura do hedonismo sem respaldo em qualquer esforço que a faculte e, seja lá mais o que for, estão a produzir, massivamente, cidadãos para o insucesso escolar condenando-os à iliteracia e ao atraso cultural, que se irá reflectir, inexoravelmente, no atraso social e económico do país espelhado, aliás, na nossa actualidade.
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Comentam-se as telenovelas do dia anterior e as peripécias das suas personagens com um palavreado a denotar as dificuldades de construção verbal minimamente aceitável . Discute-se a bola como se fosse um caso de vida ou de morte. Os diálogos tornam-se enjoativos de tantas vezes ouvidos sem variação de tema ou verbo; exibem-se complexas tatuagens em todas as partes do corpo que deixam transparecer e adivinhar um exibicionismo doentio isento de valores. Gadget`s saltam dos anúncios ao consumismo para pularem de mão para mão como que a dizer "eu tenho e tu não tens" pretendendo afirmar assim a supremacia de uma "cultura" urbana do superlativo e do "faz de conta". A "Rapariguinha do Shoping", de Rui Veloso, comparada com esta "cultura" balofa e bacoca, de pés de barro, era uma menina de coro.
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Não acho que as pessoas tenham obrigatoriamente que discutir apenas poesia, teatro, musica clássica, literatura, ciência, etc, mas penso que qualquer curriculo escolar devia apontar, obrigatoriamente, para uma educação para a cidadania e não apenas para a estatística. É que assim não vamos lá. Assim Portugal será um país eternamente adiado correndo um risco muito sério de viver mais novecentos anos orgulhoso das suas seculares fronteiras, língua e pátria, mas condenando indefinidamente os seus cidadãos a serem o riso da Europa e o país a ser uma anedota histórica.
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Jacinto Lourenço