terça-feira, 9 de novembro de 2010

Guardar...

“Bem aventurado aquele que lê e os que ouvem as palavras desta profecia, e guardam as coisas que nela estão escritas, porque o tempo está próximo” Apoc. 1:3
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Lembro-me do meu avô materno, homem de excessos contidos, conhecedor dos tempos e das suas nuances, sustentáculos de uma vida de agricultor que o envelheceu precocemente . Sabia ler os céus e os astros que o povoavam, as nuvens, os ventos, as amplitudes das temperaturas, os rigores e os estios. Depois preparava a terra, aproveitava os aluviões e lançava as sementes que seriam o pão sobre a mesa da família. A informação prática, ou empírica, se quisermos dizer de forma mais subtil, que lhe adensava o vasto dicionário da sabedoria herdada de antanho, era fundamental para a sua sobrevivência e dos seus, entre os quais eu me contabilizei em criança. Dela dependia tudo, até os parcos rendimentos amealhados para as situações mais prementes que pudessem vir a espraiar-se numa qualquer maré menos favorável dos refluxos da vida. Conhecia os tempos e isso era determinante. Não sabia ler nem escrever. Escola era um luxo que a pobreza vivida nos seus verdes anos de infante não contemplava. Só lhe ensinaram aquilo que era fundamental para existir no mundo difícil que lhe deixaram. Não enjeitou a herança; sofreu-a como qualquer homem ou mulher da sua geração a quem o trabalho curtiu a vida e a tez, lendo permanentemente, no céu e na terra, os sinais dos tempos que via passar.
Bem aventurados os que “Guardam” . Não tenho dúvida nenhuma de que todos conhecemos o valor deste vocábulo e a sua importância na vida e no tempo. Guardar, conservar, dá-nos a certeza de que garantimos não só o presente mas fundamentalmente o futuro. Guardar a memória, guardar valores, guardar padrões, guardar certezas e convicções. Guardar a fé. Guardar o conhecimento, como fazia o meu avô José, garante-nos que o saberemos aplicar quando dele necessitarmos. Guardar as palavras da professia, diz Apocalipse.
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Jacinto Lourenço

O Intemporal Amor de Deus

O apóstolo Paulo, na carta que dirigiu à igreja dos Efésios, 43 anos antes da que receberam de Jesus Cristo e que se encontra no livro de Apocalipse, saúda-os pela sua fé e realça o seu amor cristão (Efésios1:1). Inácio de Antioquia, que também se dirigiu à igreja de Éfeso por epístola, mas já no princípio do segundo século, recebeu desta informações de que o amor cristão aí reinante tinha sido de novo despertado, porventura na sequência da carta de Apocalipse. Mais tarde, a igreja de Éfeso volta a decair, tendo desaparecido totalmente, como igreja, já durante a idade média, eventualmente acompanhando a queda da própria cidade na sua importância social e económica relativamente à região em que se inseria e a que o total assoreamento dos rios e porto que a serviam, impossibilitando as actividades portuárias e mercantis, não terá sido seguramente estranho. Pode uma cidade desaparecer, porém a igreja não. Não a Igreja Universal. Mas este “não” não é um absoluto para todas as igrejas locais. Uma igreja local pode diluir-se. Basta que perca a visão da sua missão e da sua Sede Divina onde deverão estar as suas raízes, e que se centre em si própria e não no eterno e intemporal amor de Deus.
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Jacinto Lourenço

segunda-feira, 8 de novembro de 2010

Não Temais nem Desfaleçais

... Lemos no Segundo Livro de Crónicas, cap. 20 sobre a terrível situação em que Josafá se encontrava. Estava completamente cercado pelos filhos de Amom e de Moabe e pelos habitantes do Monte Seir. A invasão, pelas forças combinadas do inimigo, vinha de três lados. A Bíblia diz que Josafá " se pôs a buscar o Senhor" - 2º Crónicas cap. 20:3 . Ele não se pôs a preocupar-se. Tinha um verdadeiro problema e sabia disso. Mas decidiu que buscaria ao Senhor[...]. Face a um problema tão esmagador, ele orou segundo as promessas da aliança de Deus[...]. "Senhor não sabemos o que havemos de fazer[...], porém os nossos olhos estão postos em ti[...]. A resposta veio por intermédio de Jaaziel [...]. Quando Jaaziel se pôs em pé, o espírito do Senhor apareceu no meio da congregação e disse: ouçam todos: o Senhor vos diz : não temais nem desfaleçais. A batalha não é vossa mas de Deus[...]."
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Do livro "As armas da sua guerra", pág. 104. Autor Larry Lea. Editora Vida

Procurar Gente que Ame a Poesia...

... Não sou santo e nem poso de palmatória do mundo. De tanto errar, de tanto cegar os olhos para as minhas próprias conveniências dogmáticas e de tanto falar obviedades eu também acabei entorpecido por emocionalismos religiosos. Eu também fiz parte de rinhas políticas. Eu reproduzi uma piedade melosa. Entre pecadores, sempre fui o principal. Contudo, guardo esperança. Talvez eu melhore. Vou procurar o convívio de gente despretensiosa, que ame a poesia, que ouve sabiás e bem-te-vis, que gosta de silêncio, que não vê diabo em cada esquina e que não vive a praticar alpinismo social em nome da democracia ou do sagrado. [...]
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sábado, 6 de novembro de 2010

A Evolução da Comunicação

+ + + Via Jasiel Barreto

NASA avista "Cometa Amendoim"

( Foto D.N. )
Pela primeira vez uma sonda chegou perto deste cometa e recolheu dados. É rugoso e apresenta uma forma curiosa, semelhante a este fruto
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Pela primeira vez uma sonda da NASA, agência espacial norte-americana, detectou imagens do cometa Hartley 2, que já recebeu a alcunha de "cometa amendoim" por se assemelhar a este fruto. A sonda Deep Impact participava na missão EPOXI e passou ontem a 700 quilómetros do corpo, uma distância que permite observar atentamente as suas características: um objecto com cerca de 1,5 quilómetros de comprimento, com bastante relevo e jactos de gases a serem expelidos da superfície. A maior aproximação ao Hartley 2 ocorreu pouco antes das 14.00 (hora portuguesa). A sonda viajava a uma velocidade relativa de 12,5 quilómetros por segundo. A passagem da sonda pelo Hartley 2 ocorreu a 23 mil quilómetros da Terra e foi apenas a quinta vez que uma nave conseguiu aproximar-se de um cometa. A NASA já avisou que vai demorar muitas horas a recolher toda a informação enviada pelas câmaras de luz visível e um sensor de infravermelhos da Deep Impact. Mas as primeiras imagens que chegaram à Terra dão uma visão fascinante do corpo gelado do cometa.[...]
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Ler texto integral AQUI no Diário de Notícias online

sexta-feira, 5 de novembro de 2010

A Pintura de Julien Dupré - 6

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As Contas do Perdão

"Senhor, até quantas vezes pecará meu irmão contra mim, e eu lhe perdoarei?
Até sete vezes?
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Jesus respondeu-lhe: "Não te digo que até sete, mas até setenta vezes sete."
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"Senhor, nunca fui bom nas matemáticas, ajuda-me!"
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"Cada vez que não perdoares estás a mostrar que o meu perdão não é suficiente para ti", respondeu o Mestre.
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"Percebi as tuas contas, Senhor. Perdoa-me e ajuda-me a perdoar sempre."
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Paráfrase dos textos bíblicos de Mateus 18:21-22 e Mateus 6:14-15
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quinta-feira, 4 de novembro de 2010

A Pintura de Julien Dupré - 5

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Identificar os Sinais

A contagem regressiva já havia começado. Em algumas horas, Jesus seria entregue aos Seus algozes. Ainda assim, Ele desejou celebrar a última festa com Seus discípulos. Não era uma festa comum. Tratava-se da mais importante celebração do povo judeu: a Páscoa. Já havia o propósito, só faltavam os preparativos. Jesus, então, envia Pedro e João com a missão de preparar-Lhe a Páscoa. Imbuídos da missão, eles perguntam: "Onde queres que a preparemos?" (Lc.22:9). Não basta o propósito certo, no momento certo. Importa saber o lugar certo. É Deus quem determina o lugar que servirá de cenário para a execução de Seu propósito. Jesus poderia simplesmente dar-lhes um endereço. Seria mais conveniente. Mas Ele não costuma ser tão óbvio. Ele prefere dar-nos pistas, para que encontremos por nós mesmos o lugar escolhido. Veja a resposta que Jesus lhes dá: "Quando entrardes na cidade, encontrareis um homem levando um cântaro de água. Segui-o até a casa em que ele entrar" (v.10). Não tinha um sinal melhor do que um homem carregando um balde d'água? Que tal uma estrela no céu, como a que guiou os magos?[...]
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Por Hermes Fernandes***Ler texto integral AQUI no Genizah

quarta-feira, 3 de novembro de 2010

A Pintura de Julien Dupré - 4

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Não Somos Narcisos. Somos Igreja

Ontem à noite, no seminário da igreja, que ocorre todas as terças-feiras, percorria e discorria um pouco sobre a história do Império Romano e de alguns dos seus imperadores, particularmente daqueles sob cujo governo se deu o nascimento de Jesus, o seu ministério, morte e resurreição e, bem assim, o aparecimento da igreja e o seu desenvolvimento exponencial no primeiro século. Detivemo-nos sobre dois ou três cujas atitudes, relativamente aos cristãos e ao cristianismo, acabariam por se pautar como bastante gravosas e criminosas mesmo.
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Pese embora as grandes barreiras que sempre se ergueram à expansão do evangelho de Cristo e ao desenvolvimento da igreja por todo o império romano, tal não impediu que, em cerca de três séculos, a cristianização de todo o império fosse uma realidade. Fica por saber se o reconhecimento do cristianismo como religião oficial foi uma coisa boa ou má. A propagação das Boas Novas, no primeiro século da nossa era, quase sempre se fez debaixo de perseguição, e não falo da perseguição em Jerusalém ou na Judéia nos primórdios da igreja cristã, falo da perseguição generalizada nos territórios imperiais. Mas será que isso impediu o crescimento, desenvolvimento e alcance das pessoas pelo evangelho ? Claro que não. Arrisco mesmo dizer que a igreja, em tempos de aflição, se torna mais "igreja", no verdadeiro sentido espiritual desse étimo. Foi talvez por isso que Jesus disse que as portas do inferno não prevaleceriam contra ela.
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Depois da aula de ontem à noite, a caminho de casa, fazia o "rewind" do que tinha dito aos alunos e, ao mesmo tempo, realizava a minha auto-avaliação quanto aos objectivos atingidos. Foi então que me ocorreu que, no meio das dificuldades, a igreja encontra-se, ainda mais, consigo própria, discernindo ainda melhor as suas verdadeiras prioridades e a sua vocação espiritual e de serviço.
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O tempo que vivemos, é um tempo de dificuldades sérias e reais. Vejo muita gente, nos meios de comunicação, com ar grave, dizê-lo. Mas vejo também muitos milhares de pessoas, os verdadeiros "pagadores da crise", os que a vão sofrer, quiçá por terem acreditado em "pagadores de promessas", manifestamente preocupados por temerem e desconfiarem do futuro e daquilo que ele se prepara para lhes oferecer. Nesse número incluem-se muitos cristãos.
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Embora nem sempre exteriormente o aparente, sou um optimista por vinculação. Vinculação a Deus, ao meu Deus e à Sua Palavra, às Suas promessas para mim e para o seu povo, para a Sua igreja. É por isso que reproduzo e faço minhas as palavras de oração a Deus pelo profeta Habacuc:
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Cap. 3:7 Vejo as tendas de Cusã em aflição; tremem as cortinas da terra de Midiã.
[...] 17 Ainda que a figueira não floresça, nem haja fruto nas vides; ainda que falhe o produto da oliveira, e os campos não produzam mantimento; ainda que o rebanho seja exterminado da malhada e nos currais não haja gado. 18 todavia eu me alegrarei no Senhor, exultarei no Deus da minha salvação. 19 O Senhor Deus é minha força, ele fará os meus pés como os da corça, e me fará andar sobre os meus lugares altos.
Não gostaria que ficasse a ideia de que acho que a igreja só se realiza no meio do caos ou da desgraça. Nada disso. Mas prova-se, historicamente, que no meio das dificuldades, dos problemas, vêm ao de cima os melhores dons da igreja e do povo de Deus. É também por isso que acho que este é um tempo de oportunidade, em Portugal, na europa, no mundo. Oportunidade não no sentido negativo de oportunismo. Nada disso; até porque a igreja cristã já faz correr atrás de si oportunistas demais, pessoas que querem aproveitar-se de fragilidades, da boa fé, e até da crendice de outros que só conseguem olhar para um "cristo" qualquer reflectido pela face de umas quantas moedas, para se instalarem e criarem, literalmente, "sistemas religiosos" que têm em vista "arrebanhar" o maior número possivel de incautos para os poderem aprisionar com farisaísmos e/ou falsas doutrinas. Os objectivos, claro, são os de sempre: exploração económica, violentação psicológica e exponenciação artificial de frequentadores de igreja pela via do medo e do constrangimento ou policiamento de costumes, mas jamais levar alguém à fé, ao conhecimento de Deus e salvação em Jesus. Para esse tipo de oportunistas, o nome de Cristo é meramente instrumental. Já tinhamos visto isto, ou parecido, em séculos mais recuados, na história da igreja cristã.
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A oportunidade da igreja, hoje, é de se erguer e olhar para todos os que vão ficar expostos socialmente pelos tempos difíceis que se seguirão. A igreja, cada cristão, têm que estar preparados para o que lá vem. Chega o tempo em que não poderemos mais ficar a olhar para o umbigo, ou mesmo quais "Narcisos" a contemplar, deliciados, a nossa "bela" imagem reflectida algures num espelho de águas paradas. É tempo de aceitar as promessas de Deus, receber a sua direcção e agir. É tempo de ser IGREJA.
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Deixo o Salmo 146 para ensino e reflexão. Hoje Deus falou-me nele.
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1Louvai ao Senhor.Ó minha alma, louva ao Senhor. 2 Louvarei ao Senhor durante a minha vida; cantarei louvores ao meu Deus enquanto viver. 3 Não confieis em príncipes, nem em filho de homem, em quem não há auxílio. 4 Sai-lhe o espírito, e ele volta para a terra; naquele mesmo dia perecem os seus pensamentos. 5 Bem-aventurado aquele que tem o Deus de Jacob por seu auxílio, e cuja esperança está no Senhor seu Deus 6 que fez os céus e a terra, o mar e tudo quanto neles há, e que guarda a verdade para sempre; 7 que faz justiça aos oprimidos, que dá pão aos famintos. O Senhor solta os encarcerados; 8 o Senhor abre os olhos aos cegos; o Senhor levanta os abatidos; o Senhor ama os justos. 9 O Senhor preserva os peregrinos; ampara o órfão e a viúva; mas transtorna o caminho dos ímpios. 10 O Senhor reinará eternamente: o teu Deus, ó Sião, reinará por todas as gerações. Louvai ao Senhor!
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Jacinto Lourenço

terça-feira, 2 de novembro de 2010

A Pintura de Julien Dupré - 3

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Segredos Cosmológicos de Antas e Menires

Alinhamento de dólmenes com a lua cheia da Primavera abre a porta à visão cosmológica no Neolítico. Há portugueses nesses estudos.

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Seria preciso estar lá no momento certo, quando a lua cheia da Primavera se eleva no horizonte, alinhada com algumas das pedras do cromeleque, ou com o seu eixo central, consoante os monumentos. Em Almendres, o maior círculo de pedras milenares da Península Ibérica, esse alinhamento é com dois menires: um no topo, outro na base do monumento. No de Vale d'el Rey, que tem a forma de uma ferradura, o ponto no horizonte onde nasce a primeira lua cheia da Primavera alinha-se com o seu eixo central. O físico Cândido Marciano da Silva, que há décadas percorre o país para fazer medições nestes locais, evoca a emoção desse testemunho. "É um fenómeno muito especial, sente-se ali qualquer coisa", diz. Há cinco a oito mil anos, quando os homens do Neolítico ergueram estas pedras na paisagem, bem como os dólmenes ou antas (os seus monumentos funerários), poderiam ter sentido algo semelhante ao contemplar no céu os movimentos do Sol e da Lua. Na sua relação com o horizonte, e com os astros inacessíveis, esses agricultores e pastores teriam também a sua cosmologia própria. É isso que Cândido Marciano da Silva procura ler nas medições que há cerca de três décadas faz nestes monumentos. Não é o único. O jovem físico Fábio Silva, que mediu a orientação de 31 antas entre o Douro e o Mondego, está a desenvolver trabalho nesta área. Os estudos de ambos, publicados no Journal of Cosmology, e noutras revistas científicas, mostram que o Sol e a Lua, na sua dança diurna-nocturna e na sua ligação às estações do ano, estão "marcados" na posição das pedras na paisagem, que apontam para direcções bem definidas. E esse conhecimento abre a porta para a compreensão da visão cosmológica dos seus construtores.[...]
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sexta-feira, 29 de outubro de 2010

A Pintura de Julien Dupré - 2

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