( O Triunfo da Morte, por Pieter Bruegel, o Velho )
A Peste Negra medieval não foi primeira pandemia de peste bubónica
Análise de ADN revela que a doença que dizimou a população europeia entre os séculos VI e VIII d.C. era de uma forma ancestral da peste bubónica.
Há muito que os historiadores suspeitavam de que a “praga de Justiniano” – uma doença altamente contagiosa que, entre os anos de 541 e 750 da nossa era, matou mais de metade da população europeia e contribuiu para a queda do Império Romano do Oriente – era, na realidade, a peste bubónica. Só que, até aqui, não existiam dados científicos que corroborassem esta hipótese. Nada permitia afirmar que a mortal doença se manifestara de forma pandémica na Europa antes da Idade Média, sendo portanto a Peste Negra – que matou mais de 100 milhões de pessoas entre 1347 e 1351 e de cujas consequências a Europa demorou 150 anos a recuperar – a deter o estatuto de primeira pandemia oficial de peste bubónica. Mas a partir de agora há provas concretas: uma equipa internacional de cientistas acaba de acrescentar um novo “ramo” à “árvore genealógica” genética da bactéria responsável pela peste bubónica, a Yersinia pestis. E a conclusão é a de que, afinal, terá efectivamente havido uma pandemia de peste bubónica vários séculos mais cedo, que terá começado quando o imperador Justiniano I ainda reinava em Constantinopla.[...]