segunda-feira, 20 de julho de 2009

O Cristão e a Caverna de Platão

O mito da caverna de Platão é um assunto muito difundido nas aulas de filosofia. O filósofo, nessa metáfora, mostra a situação da maioria das pessoas que vivem acorrentadas pelo pescoço e braços, enclausuradas numa caverna, sem condições de olhar para trás e para os lados. São pessoas que só olham para frente, para a saída, para a subida ascendente, onde a luz da grande fogueira reflete, na parede da caverna, sombras de homens transportando estatuetas de animais, sem poder ver as próprias estatuetas, nem os homens. Como nunca viam outras coisas, tinham as sombras como originais. Platão pergunta: o que aconteceria se fosse libertado algum dos prisioneiros e se dirigisse à saída da caverna? Em primeiro lugar, ele teria que adaptar os seus olhos à luz. Acostumado à claridade, perceberia que a grande fogueira é, na verdade, o sol. Veria os homens transportando as estatuetas. Prosseguindo, enxergaria as próprias coisas, descobrindo que, em toda vida, o que ele percebia de dentro da caverna era só a sombra das imagens das estatuetas. Conhecedor da realidade, volta à escuridão da caverna para anunciar a grande descoberta aos demais em que estão em prisão, o que tornaria um motivo de grande chacota. Se ele teimasse em afirmar o que viu e os convidasse a sair da caverna, certamente acabariam por matá-lo. Platão tinha a maioria da humanidade como ignorante, que vivia na infeliz condição da ilusão projetada a poucos metros de seus narizes. Talvez, dizer que, no mundo de hoje, a maioria vive de ilusão terá a mesma repercussão que houve quando os presos ouviram que lá em cima a realidade era outra. Não irão acreditar porque estão dentro da escura caverna do pecado. São mentes embotadas que percebem somente uma pálida sombra das coisas. O deus deste século enrijece os corações e cega o entendimento das pessoas para não acreditarem no mensageiro, que viu, verificou e atestou a realidade das coisas. Vivem presos nas escuridões e, enclausurados como estão, só acreditam nas sombras (Jo 12.40). Os confinados nas cavernas escuras da vida estão cegos de olhos e entendimentos. A única luz em que acreditam é a de uma grande fogueira. Dificilmente acreditarão na realidade da luz do evangelho de Cristo, que é a luz verdadeira, o Sol da Justiça, a verdadeira imagem de Deus (2 Co 4.4). Preferem o caos espiritual dentro de cavernas a escalar a íngreme escada da realidade espiritual, contemplada por aqueles que tiveram as suas vistas acostumadas à luz e agora podem contemplar nitidamente a realidade do Sol da justiça (Ml 4.2). Jesus Cristo é a Luz que penetra as cavernas e abismos para resgatar o mais vil pecador (Lc 2.32). Não existem cavernas e prisões escuras que possam subjugar os seguidores de Jesus Cristo (Jo 8.12). A Bíblia rebate o cristianismo eremítico porque caverna não é lugar para quem serve a Deus (1 Rs 19.9,11). Quando a pessoa tem um encontro com Cristo, descobre que sua vida passada foi um longo tempo perdido, isto é, passou a vida acreditando em sombras, enquanto a realidade estava a poucos metros acima. Quem tem Jesus não vive preso e enganado por mitos de fogueira, sombras e superstições porque já contemplou a realidade. Ninguém deixa o original pelo fictício. “Assim que, se alguém está em Cristo, nova criatura é; as coisas velhas já passaram; eis que tudo se fez novo.” (2 Co 5.17).
*Fonte: A-BD

O Dia em que Você Acorda

Um dia você acorda e sente que já não é mais o mesmo, que o cheiro da vida mudou, que as antigas motivações não lhe servem mais, como roupas antigas e apertadas, desbotadas pelo uso excessivo. Um dia você acorda e percebe que a luz está diferente, que os sons da vizinhança não lhe dizem mais respeito, que o som do seu coração está cansado das mesmas batidas na terra, seu coração está pedindo é para voar .Percebe que antigos sonhos estão voltando, mas não têm lugar naquele pouco espaço que lhes foi destinado, como uma revoada de passarinhos a fazer um barulho incrível no seu peito, batendo asas e soltando penas. Você acorda e se dá conta do que não fez, de onde não chegou, dos arranjos e das coisas e gentes que usou para seu gozo, e no entanto, não conseguiu ser íntegro consigo mesmo. Um dia acorda e percebe: decepcionado, quis crer em tantas crenças e doutrinas, se esforçou para agradar a gregos e troianos, disse "sim" quando queria dizer "não", e deixou de falar "não" tantas vezes que já não sabia mais qual era o seu querer, quais eram os seus sabores preferidos e a direção que escolheu caminhar. Da mesma forma, acorda e percebe que estava com saudade da sua música, seus livros, seus segredos e seu ócio. Acorda e olha para o teto, vê possibilidades acima do teto; sorri, simpatizando-se com a aranha tecendo teimosa a despeito das estocadas diárias da vassoura.Sem se render, ela recomeça toda noite, e agora você se dá conta que existe a coragem de recomeçar. Um dia você acorda e lembra que riu, comeu e sentou a mesa com gente que de fato nunca se importou, e você oferecendo seu melhor sorriso em troca de aceitação. Que bobagem. Lembra que não protestou diante de absurdos, recolhendo-se à boa educação de sempre.Lembra que deu o relógio para a pessoa errada, e deixou de abraçar por puro preconceito, e que não tentou mais uma vez. Um dia você acorda cansado de dizer que está cansado de viver, e decide que vai correr o risco de recapitular suas teologias e filosofias. Um dia. Um dia você acorda.
HBP - janeiro de 2000

1969-2009 / 20 Julho / 40 Anos Depois

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Lembro-me como se fosse hoje, e revivo o acontecimento que parou o mundo nos instantes em que Neil Armstrong dizia a frase que acabou por ficar para a história: "Um pequeno passo para o homem, um grande salto para a humanidade".

Pequenos ajuntamentos surgiam frente às montras das lojas de electrodomésticos e nos cafés da baixa de Lisboa, onde nesse momento me encontrava, de passagem, nos meus 15 anos de idade, ainda a sonhar ser piloto aviador ( não foi além do sonho...).

Tinha a noção perfeita de que estava a assistir a um facto grandioso na história da humanidade. Curiosas, receosas e incrédulas, algumas, as pessoas assistiam ao saltitar do homem na lua.

Foi realmente um grande salto para a humanidade. Pena que cá por baixo, no mundo dos terráqueos, após 40 anos decorridos, o desenvolvimento e a elevação, em todos os sentidos, do ser humano, não se tenham feito na mesma proporção daquilo que significou a ida do primeiro homem à lua, nos idos de Julho de 1969.

Jacinto Lourenço

domingo, 19 de julho de 2009

Brooke Fraser - Without You

O Não Crente e o Cardeal

"...Obem, conhecido jornalista, político e escritor italiano Eugenio Scalfari, fundador do influente La Repubblica, foi ao encontro do cardeal Carlo Martini, antigo arcebispo de Milão e uma das figuras católicas mais escutadas dentro e fora da Igreja, para uma entrevista, acabada de publicar no seu jornal.Scalfari, cujo último livro é L'uomo che non credeva in Dio (O homem que não acreditava em Deus), disse ao cardeal que não crê em Deus e que o diz "com plena tranquilidade de espírito". E o cardeal: "Eu sei, mas não estou preocupado por causa de si. Por vezes, os não crentes estão mais próximos de nós do que muitos devotos fingidos..."
A.Borges
In Diário de Notícias de 04 de Julho de 2009

Quedas...

Às vezes acho que me “espalho ao comprido” quando afirmo certas coisas e vejo as pessoas me olharem como se fosse um ET!Mas literalmente, espalhei-me no terraço da minha casa. A correr. Tropecei numa mangueira das regas e lá vou eu, lançada em alta velocidade, 72 quilos maciços, sem apelo nem agravo. Quero dizer, sem apelo, porque o agravo foi grande. Estou tentando ver-me livre das muitas “negras”, mas o problema maior foram as imensas dores que ficaram e que não me deixam dormir…Estou a contar-vos isto, porque a queda levou-me a reflectir em coisas mais profundas. A Bíblia diz que “aquele que está em pé, olhe, não caia!”. O meu querido marido ao levantar-me, na sua aflição, só dizia: “Amor, como é que cais desta maneira?”Queda é queda, bolas! Alguém quer cair? Quem está no chão já não cai…Quero eu dizer que há tantas coisas no nosso percurso espiritual e no nosso caminhar como filhos de Deus, que nos atrapalham, que estão fora do lugar, que são um perigo na nossa corrida cristã e nem sempre as vemos, outras ignoramos e outras ainda achamos (como aconteceu comigo…) que conseguimos passar por cima sem nos machucarmos. Há um alerta da Palavra para termos cuidado com as quedas. Elas provocam traumas, hematomas, cortes e até fracturas na nossa alma. A corrida que nos está proposta, tem que ser feita com paciência, sem olhar para os lados, mas para Jesus, pioneiro e consumador da nossa fé. Distrair-nos na corrida, pode ser fatal. Eu quero chegar ao fim da minha, cansada, mas inteira. O cansaço, esse resolve-se, quando cair nos braços de Jesus.
Fonte: Sarah Catarino, Thinkhigher.

sábado, 18 de julho de 2009

A Igreja e o Social ( "O que conta é o homem"...)

...O que conta é o Homem, e o desenvolvimento só é verdadeiro, se for integral, isto é, do Homem todo e de todos os homens. Reclama, pois, uma globalização que tenha em conta a dignidade pessoal de todos. Assim, "a crise obriga-nos a rever o nosso caminho, a dar-nos novas regras e a encontrar novas formas de compromisso, a apoiar-nos nas experiências positivas e a rejeitar as negativas". "Devemos ser protagonistas e não vítimas da globalização". Neste domínio, "a Igreja não tem soluções técnicas para oferecer" e também não pretende "de modo nenhum meter- -se na política dos Estados". Mas, estando ao serviço de Deus, tem uma missão a cumprir a favor de uma sociedade à medida do Homem e da sua dignidade. "A fidelidade ao Homem exige a fidelidade à verdade, que é a única garantia de liberdade e de possibilidade de um desenvolvimento humano integral". Precisamente "caridade" e "verdade" não são apenas as palavras que dão o nome à encíclica. São o seu fundamento. Porque Deus "é ao mesmo tempo Agapé e Lógos: Caridade e Verdade, Amor e Razão". Assim, o amor é o caminho real da doutrina social da Igreja. Mas a verdade é luz que dá sentido e valor ao amor. Sem verdade, o amor cai em sentimentalismos. "Sem verdade, sem confiança e amor pelo verdadeiro, não há consciência e responsabilidade social, e a actuação social fica à mercê de interesses privados e lógicas de poder". A caridade na verdade é "o princípio sobre o qual gira a doutrina social da Igreja", que actua nos dois critérios fundamentais orientadores da acção moral: a justiça e o bem comum. Quem ama é justo e até supera a justiça, com relações de gratuidade. O bem comum é exigência da justiça e do amor. "Trabalhar pelo bem comum é cuidar e utilizar o conjunto de instituições que estruturam jurídica, civil, política e culturalmente a vida social, que se configura assim como pólis, como cidade", cada vez mais cosmopólis. [...]
Anselmo Borges
Continuar a Ler no Diário de Notícias de 18 de Julho de 2009
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Depois de ler, será bom reflectir acerca da opinião de alguns pensadores católicos, nomeadamente o padre e professor Anselmo Borges, sobre o papel da igreja católica e a via desta para a resolução dos problemas económicos e sociais no mundo. Carece ser cruzada, e olhada, pelo prisma da informação bíblica sobre este mesmo tema, a opinião de A.B., demasiado alinhada com a do Vaticano, neste caso. E A.B. até costuma , às vezes, primar pelo desalinho. O que só abona em seu favor e na minha consideração.
Ab-Integro

Vivaldi - 4 Estações com um Olhar sobre Veneza

Filarmónica de Berlim, maestro Daniel Barenboim

.Parte 2

Filarmónica de Berlim, maestro Daniel Barenboim

.Parte 1

sexta-feira, 17 de julho de 2009

hummm....Fim de Semana !!!

A nossa relação com Deus

[...] O link abaixo o levará a uma palestra de Tom Honey, pastor na Inglaterra. Ao falar para uma platéia aparentemente não-cristã, Tom Honey oferece algumas pistas interessantes de espiritualidade. Para os que não falam inglês, legendas em português foram disponibilizadas. Basta clicar em "subtitles" na caixa que fica um pouco mais abaixo do lado esquerdo. [...]
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São cerca de 19 minutos de vídeo que nos prendem até ao fim. Por uma razão, ou por outra, ou por todas as razões, vale a pena ver e ouvir ( tem legendas em português ). Não faço aqui juízos de valor sobre o que ouvi, deixando assim intacta a liberdade de reflexão e pensamento de quem ouvir também. Levanta pontas e questões, que deixa soltas, propositadamente. Cada um de nós que puxe pela ponta que entender, se entender. Não temos respostas para tudo, é verdade. Só Deus. O Deus que nos ama e a quem nós amamos. Continuo a achar, que a melhor imagem intrínseca que Deus, o meu Deus, nos dá de Si próprio reside, e configura-se, na parábola do filho pródigo. É sempre lá que volto e é sempre lá que descubro, sempre, novas revelações do grande Amor de Cristo por mim. Claro que isto não tem nada a ver com teologia... Tem a ver comigo e com o meu Senhor. Com a minha relação pessoal com Ele.
Jacinto Lourenço
Ab-Integro

No Berçário das Estrelas

Nova imagem de foto icónica do Hubble

Os Pilares da Criação espiados em ângulo aberto pelos telescópios do ESO
A imagem captada pelo Hubble tornou-se quase um símbolo do que é capaz este telescópio espacial. Mas agora as lentes do Observatório Europeu do Sul (ESO), em La Silla, no Chile, obtiveram uma nova perspectiva da Nébula da Águia, que é um berçário de estrelas. Os famosos Pilares da Criação, como foi baptizada a imagem do Hubble, aparecem aqui mais disfarçados na parte inferior esquerda da imagem.[...]
Continuar a Ler Aqui, no Jornal Público de 17 de Julho de 2009

L’Osservatore Romano, muda opinião sobre Harry Potter

O último filme da saga escrita por J.K. Rowling mereceu críticas muito positivas do mesmo jornal que até ao ano passado criticava o rapaz feiticeiro. De obra perigosa, que aumenta o interesse dos jovens no oculto, até fantástico romance que demonstra claramente a eterna luta entre o bem e o mal. O L’Osservatore Romano deu uma cambalhota na sua apreciação de Harry Potter, que agradará aos milhões de fãs do pequeno aprendiz de feiticeiro. Nos últimos anos a Igreja tinha feito notícia ao criticar severamente os livros de Rowling, acusando-os de promover a feitiçaria e de uma “atitude diabólica” ao caracterizar as pessoas comuns (referidas no livro como Muggles), como seres incapazes de outra coisa que não a maldade. Em alternativa o L’Osservatore apontava para obras clássicas como a trilogia do Senhor dos Anéis, escrita pelo católico J.R.R. Tolkien, ou as Crónicas de Narnia, escritas por C.S. Lewis, como exemplos de ficção fantástica virtuosa. Este último filme da saga parece, contudo, ter levado a redacção do jornal do Vaticano a mudar de ideias. O jornal nota com satisfação que o filme revela uma clara distinção entre o bem e o mal, e demonstra como está errado o desejo de Voldemort, o inimigo de Harry Potter, de atingir a imortalidade pelos seus meios.
Fonte: Renascença

Para Ser Filho de Deus...

Uma pessoa pode ir à igreja duas vezes por dia, participar na ceia do Senhor, orar em particular o máximo que puder, assistir a todos os cultos e ouvir muitos sermões, ler todos os livros que existem sobre Cristo. Mas ainda assim tem que nascer de novo!
John Wesley (1703 – 1791)