"...Pessoalmente, a verdade é que quanto mais me interesso por ciência, mais me aproximo de Deus e dos seus insondáveis mistérios criativos."
A abordagem do assunto, com o tópico citado acima, leva-me a alguns comentários acerca do tema.
Sempre me interessou a relação entre o conhecimento cientifico e a fé. Seja no campo das ciências mais avançadas, em que se conseguiu atingir um grau descritivo elevado, seja para as ciências mais rudimentares e experimentais, como é o caso da medicina.
A capacidade regenerativa de um corpo vivo, para poder suportar uma intervenção cirúrgica intrusiva e destrutiva, por exemplo, é admirável. Apesar do grande estrago, na maior parte dos casos, o resultado final acaba por ser positivo.
Quanto a mim, muitas das descobertas científicas são iluminações divinas de algumas mentes brilhantes que tiveram capacidade de as desenvolver e partilhar. No entanto, existem muitas outras descobertas que não derivam directamente de um trabalho sistemático e lógico, antes são iluminações pontuais de quem se dedica à pesquisa científica.
Quem desenvolveu as leis pelas quais se regem os campos electromagnéticos e luminosos, foi um cientista que viveu no século XIX, James Maxwell, quando o conhecimento da electricidade era praticamente inexistente. As leis que ele descreveu e que não são nada fáceis de perceber, ainda hoje são a base de todos os equipamentos electromagnéticos e mesmo dos novos desenvolvimentos como os de Laser.
Antes Maxwell existiu outro cientista, de uma dimensão próxima, que trabalhou na mesma área e que estabeleceu as bases que depois foram desenvolvidas por Maxwell. Esse começou a falar da electricidade ainda no sec XVIII. Trata-se de Faraday, que descobriu os princípios que permitiram a construção do dínamo. Ele fez alguns desenvolvimentos sobre baterias que, na altura, era a única forma de produzir electricidade. Sobre Faraday, temos algum conhecimento, interessante, acerca da sua fé.
Tanto Faraday como Maxwell foram os inspiradores de Einstein. Apesar dos seus estudos estarem relacionados, as descobertas de Einstein foram-lhe laterais. Um dos grandes temas actuais de pesquisa continua a ser a descoberta da relação entre as equações de Maxwell e de Einstein, ou seja: a relação entre as forças fortes e fracas (fisica atómica e física cósmica). Essa é uma das razões para a construção dos grandes aceleradores de partículas, como é o caso do CERN, na fronteira Suiça. Quando se atingir este objectivo o conhecimento científico vai dar um salto significativo, reformulando muitas dos conceitos clássicos acerca da relação tempo/espaço.
Na realidade Einstein já demonstrou que o nosso conceito de tempo e espaço deriva directamente da nossa limitação física, mas que não é imutável no universo. O que nós vemos e observamos está medido em relação ao nosso referencial. Os mesmos eventos observados de outro referencial acontecem em dimensões de espaço e tempo diferentes.
Todas estas "iluminações" têm sido distribuídas por crentes e não crentes, sendo que cada um tem reacções diferentes quando se vê confrontado com tais descobertas.
Quem se confronta com a mensagem, obra ou criação de Deus, não fica indiferente. Acontece que alguns, face às descobertas fascinantes proporcionadas pelo conhecimento científico, apropriam-se desses factos sem se aperceberem de que são "descobertas" muito pequenas face à dimensão da “engrenagem” que os trancende e que desconhecem.
Na Bíblia há uma ilustração interessante e que, apesar de não estar directamente relacionada, deixa perceber a reacção do homem. Quando os magos e Herodes foram confrontados com a mesma mensagem tiveram reacções opostas, sendo que Herodes, acreditando nas profecias bíblicas, ousou arriscar todo o seu poder para subverter o plano de Deus. A avaliar por esta ilustração, a questão principal não está em separar quem crê de quem não crê, mas quem aceita e obedece de forma solícita, face aos que se apropriam da Mensagem Divina para prosseguir os seus próprios interesses.
Sem dúvida que Herodes era um crente!
Mesmo depois de toda a destruição porque Israel tem passado, grande parte dos monumentos que subsistem, são Herodianos. Alguns destes, os mais simbólicos, como Massada e Cesareia, ou mesmo algumas ruínas em Jerusalém, como provavelmente é o caso do muro das lamentações, são legados Herodianos. Estes monumentos subsistiram a toda a destruição para que não se esqueça um crente convicto nas profecias, sim, mas muito mais nele próprio...