Richard J. Foster observou que o efeito evangelizador do pregador metodista John Wesley foi grandemente acentuado pela integridade da sua vida. Há registo de que Wesley teria dito à sua irmã: "dinheiro nunca fica comigo. Eu sentir-me-ia a arder se aceitasse isso. As minhas mãos livram-se dele o mais rápido possível, para que este não encontre um caminho dentro do meu coração". Ele dizia a todos que, se ao morrer tivesse mais de dez libras consigo, as pessoas teriam o privilégio de lhe chamar ladrão".
Um dos biógrafos de Wesley, Mateo Lelievre, conta-nos como era a relação deste herói da fé com o dinheiro e o lucro dos livros:
“Ele poupava dinheiro, mas fazia-o para o bem dos pobres, e não em proveito próprio. Quando consentiu em aceitar salário da sociedade de Londres, por sua própria iniciativa limitou-o à modesta soma de 30 libras. É verdade que além disso recebia o lucro da venda dos seus livros, que por vezes chegava a ser considerável. Mas, depois de retirar o necessário para suas modestas despesas, distribuía o restante pelos pobres[...]. A Sua maneira de viver era tão singela que, quando lhe perguntavam quanto valiam os seus talheres, julgando que um homem tão notável como ele possuiria talheres de grande valor, respondeu: "Tenho duas colheres de prata aqui em Londres, e duas em Bristol. Esses são todos os utensílios de maior valor que possuo actualmente, e não comprarei mais, enquanto me rodearem pessoas que careçam de pão".
Morreu pobre, como prometera aos seus amigos, e nada deixou na sua pobreza, para além de "uma grande estante cheia de bons livros, uma toga pastoral bastante usada, um nome escarnecido, e... a Igreja Metodista.
Sobre a venda de livros e o lucro, Wesley dizia:
"Alguns livros alcançaram vendas superiores às minhas expectativas, e com elas fiquei rico sem querer. Mas nunca quis ser rico, nem me empenhei por isso. Como tal fortuna, porém, me veio inesperadamente, e não acumulo riquezas sobre a terra, nem entensouro absolutamente nada para mim, o meu desejo e propósito são distribuir de graça o saldo alcançado. Com as minhas próprias mãos executarei a distribuição dos meus bens".
Wesley levou a sério o queo apóstolo Paulo disse em II Coríntios 6.3: "não dando nós nenhum motivo de escândalo em coisa alguma, para que o nosso ministério não seja censurado". Infelizmente, existe uma onda de escândalos envolvendo a igreja, intimamente ligados a actos inescrupulosos de ganância e poder. E ainda têm coragem em falar de perseguição? “Porque melhor é sofrerdes fazendo o bem, se a vontade de Deus assim o quer, do que fazendo o mal” (I Pe 3.17). São atingidos porque fazem o mal, e reclamam? Aprendam com Wesley a serem íntegros, e parem de sujar o nome de Jesus.
Por Daniel Grubba
In Blogue “Soli Deo Gloria” via “Púlpito Cristão”
(adaptado para português usado em Portugal por Ab-Integro)