Podia ser em Abril, Julho ou até Setembro, que são meses tão legítimos como qualquer outro para encerrar o ano civil e fazer balanços de actividade. Mas não, ditou o calendário que o ano civil se inicia em Janeiro. É para aí que todas as empresas apontam quando pretendem fazer os seus balanços de actividade, até porque razões legais a isso as obrigam.
Faz-se um balanço de um ano de actividade para aferir um conjunto de factores, nomeadamente, ganhos, perdas, existências, vendas, compras, etc. O resultado poderá ser mais ou menos animador, mas uma coisa é inquestionável: qualquer que seja a situação é normalmente necessário ter em conta os resultados do Balanço efectuado para introduzir, ou não, correcções a desvios eventualmente registados face ao projectado anteriormente .
As empresas regem-se por resultados para poderem ou não continuar a sua actividade. Encerram ou não as portas mediante traduzam ou não em lucros essa actividade. Há duas simples colunas nos registos de actividade empresarial que ditam o seu fim ou a sua continuidade: o "Deve" e o "Haver" .
Não podemos reduzir a nossa vida, o seu fim ou a sua continuidade, a duas simples colunas num qualquer gráfico, mas não podemos deixar de registar que ela é como que uma grande empresa, um grande investimento de Deus em cada um de nós. O Senhor investiu forte em ti e em mim e entregou a cada um , em particular, a responsabilidade de gestão do investimento que fez. E Ele fez mais e melhor ainda: prescindiu de todos os eventuais lucros do seu investimento em nosso favor e responsabilizou-se, por inteiro, por todas as perdas, resultado eventual da boa ou má gestão que fazemos do Seu investimento em nós. Mas Deus que ver o Balanço que temos para lhe apresentar.
Já o disse em anterior Post e reafirmo: não movo a minha vida por passagens de ano, mas isso não me impede de dizer que o final de um ano e o início de outro ano civil são épocas tão legítimas quanto outras para que cada um de nós possa fazer um balanço de vida.
Há seguramente factos positivos e factos negativos a considerar. Erros e acertos. Coisas que fizémos bem, menos bem ou mesmo mal. Precisamos fazer ajustes relativamente ao que está menos bem e introduzir correcções ao que não está, de todo, em linha com as expectativas que Deus, os nossos familiares, os nossos amigos e quem de perto priva connosco, tinham para nós.
Nem sempre é fácil reunir a coragem, e até a humildade, para reconhecer e corrigir trajectos de vida que não nos estão a conduzir a lado nenhum e menos ainda onde Deus deseja que nós vamos. Fazê-lo, pode exigir alguns esforços e determinação, mas não deve ser o género de atitudes que devamos adiar. Quando Jesus entrou em Jerusalém, montado sobre um Jumento e saudado pela multidão, sabia muito bem para o que ia e o que o esperava, mas não foi por isso que recuou ou deixou de cumprir, até ao fim, o propósito pelo qual tinha ido. Não tinha a multidão a saudá-lo no calvário, bem pelo contrário. Não havia palmas nas mãos das pessoas, antes gestos hostis e gritos loucos de ódio e raiva incompreensíveis. Mas Jesus não deixou que isso o impressionasse ou mesmo que o levasse a deixar de se dar por inteiro, por cada um de nós, pagando um elevado preço, um preço que seria investido depois em ti e em mim.
Nem tudo o que tem que ser feito ou corrigido é fácil, simples, ou pode ser feito sempre com um sorriso nos lábios. Por norma, aprendemos muito mais com as lágrimas do que com o riso.
Balanços de vida nem sempre nos mostram resultados positivos, mas permitem-nos olhar para aquilo que precisamos fazer e agir depois por forma a orientarmos a nossa vida em linha com os resultados que Deus espera do investimento que efectuou em nós através de Jesus Cristo.
Maus gestores, sempre existirão. Pode até ser o teu caso, ou o meu caso, como já foi o caso de outros, anteriormente.
Tens resultados negativos no teu Balanço e não sabes como ou o que fazer ? Fala com Deus neste início de ano e revela-lhe, honestamente, os teus prejuízos e a tua dificuldade no capítulo da gestão da tua vida e da tua dificuldade em estabeleceres um plano concreto para dares a volta por cima.
Grandes homens de Deus, como David, Moisés, Abraão, Paulo, Pedro, Josué, que em determinada altura das suas vidas também apresentaram resultados negativos nos seus balanços, tomaram essa atitude e sairam vitoriosos. Deus espera o mesmo de ti meu amigo e irmão em Cristo.
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Jacinto Lourenço