sábado, 4 de julho de 2009

A Fantástica Teologia dos Pardais

Não se vendem dois pardais por um ceitil? E nenhum deles cairá em terra sem a vontade de vosso Pai. ( Mateus 10:29 )
-O universo é regido por leis que foram determinadas por Deus. Porém, a Confissão de Westminster faz bem ao fazer uma separação entre causa secundária e causa primária. Existem as causas secundárias daquilo que acontece num universo onde encontram-se em operação leis naturais estabelecidas por Deus. Para o cristão não há nenhum problema no ser humano sair em busca das causas científicas que estão por trás dos acontecimentos da vida. Contudo, o texto supra mencionado nos ensina que Deus é a causa primária de tudo o que acontece. No fim da linha, dentro de uma sucessão de causa e efeito, aquele que faz ciência a partir de categorias cristãs de pensamento encontrará um Deus soberano que tudo faz como lhe agrada.
-Este universo é composto por duas partes. Há nele uma dimensão material, inanimada, incapaz de expressar vontade, pensamento e sentimento, e, uma porção que é pessoal, capaz de ter consciência do todo e de si mesma. O que a fé cristã nos ensina é que tudo o que existe (pessoal e impessoal) tem que dizer amém para a vontade soberana de Deus. Não cai pardal do céu fora do âmbito desta determinação santa, bondosa e sábia.
-Que consolo viver num universo como este! A alegria da alma piedosa é incalculável. Não há foto enviada pelo telescópio Hubble que possa assustar o crente. Todos os corpos celestes dizem sim à palavra do Pai de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo.
-Que mistério esta soberania! Como conciliá-la com a responsabilidade humana e as dores da vida? Mas, é justamente neste tipo de universo que gostaríamos de viver - um mundo no qual nem o acaso, nem as forças cegas, nem o inferno, têm a palavra final. Prefiro viver neste tipo de mundo ensinado pelo Senhor Jesus, com toda a sua inescrutabilidade, a viver num universo que me leva a crer que por trás da vida há um demiurgo (uma criatura intermediária entre a natureza divina e a humana), um simulacro de Deus, ou seja, um ser que além de não ser onipotente e soberano, é um super-anjo incompetente, capaz criar a vida e deixá-la escapar ao seu controle.
-Prefiro esta teologia dos pardais à tentativa racionalista de diminuir a divindade (ou ignorá-la), na perspectiva de encaixar num sistema de pensamento os fatos da vida que fogem à nossa compreensão. Tal decisão nos remete para problemas intelectuais mais graves ainda, capazes de remover da vida toda a consolação que Deus tencionou que auferíssemos da sua santa Palavra.
Por António Carlos Costa