Que tribunal, que juízes, que justiça é esta, que país é este que autoriza tamanha enormidade, tão grande atentado à vida e dignidade de um ser humano ?
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Não gosto de me citar a mim mesmo, mas será bom voltar a publicar a frase acima, que fazia parte de um Post, no Ab-Integro, de 19 de Maio passado, para que se perceba hoje, ainda melhor, quanto ela faz sentido; particularmente depois de terem chegado até nós as imagens da “tareia pública” e em directo pela televisão, aplicada à Alexandra, a menina filha biológica de uma mãe Russa que foi “raptada” aos pais afectivos portugueses que a tinham criado desde que fora retirada da alçada da tal “mãe” biológica, pela justiça, devido a trato e cuidados deficientes ( só para aligeirar o português ), e entregue aos pais de afecto.
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Se a nossa indignação, e a de milhares de portugueses, já era grande, a 19 de Maio, devido à situação em que a menina foi colocada por um tribunal português, agora é muito maior, e a única coisa que podemos dizer é que as imagens que todos vimos, ontem e hoje, nos telejornais, são a cara da justiça que temos…
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E assim se “salvaguardaram” os superiores interesses da criança, como se escreve na legislação....
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Vale a pena vir agora o ministro da Solidariedade verter “lágrimas de crocodilo”, nos meios de comunicação, e mostrar a sua incomodidade pelo caso, convidando, tarde de mais, todos os intervenientes à reflexão sobre o mesmo ? Claro que não ! A criança já está a milhares de quilómetros de distância, onde não chegará o deficiente braço da lei portuguesa. O que vale a pena é formar bons juízes e promover bons tribunais, para que mais nenhum português volte a envergonhar-se por outra qualquer Alexandra ou Esmeralda entregue aos cuidados da iniquidade dos nossos tribunais.
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Constata-se, afinal, que a criança não foi apenas desprezada e maltratada pela “mãe” biológica…
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