Jesus disse que se não se fala a verdade, as pedras clamam; e afirmou que clamariam até para pregar o Evangelho, caso os mensageiros se calassem ou falsificassem a verdade.
Quando os judeus se mostraram vaidososs por serem “filhos de Abraão”, Jesus lhes disse que das pedras sobre as quais pisavam naquele lugar, Deus poderia gerar verdadeiros filhos de Abraão. Mostrando tanto a liberdade de Deus para se comunicar como bem entende e deseja, bem como acentuando o facto de que “Abraão”, apesar de histórico, é mais que um homem, é um conceito, é um espírito, é um modo, é um caminho, é uma vereda de fé; e que o DNA de Abraão tem o seu genoma na fé que vem como dom de Deus; e, portanto, podendo ser por Deus suscitada até em pedras; ou melhor: até mais facilmente em pedras do que em gente rebelde e arrogante.
Hoje já se sabe que até literalmente as pedras falam. Estou usando o cilício para falar. Toda esta nossa conversa é ciliciana, é papo das pedras, é memória em pedras, é informação disponibilizada em pedra; pois, os homens não se comunicam mais com o coração.
As ciências em geral entraram no ambiente das pedras falantes e contadoras de todas as histórias passadas!
Deus, porém, que faz gente da lama, pode fazer pedras falarem...
Ah, como as pedras falam e ainda falarão!...
Neste tempo em que os discípulos se tornaram como os judeus dos dias de Jesus, mais do que nunca as pedras vão falar...
As pedras falarão quando caírem como porretes em nossas cabeças...
As pedras falarão quando caírem do céu como chuva de meteoritos apocalípticos aos milhões...
As pedras falarão quando os seres mais impensáveis começarem a pregar o Evangelho, ainda que com outra cara, e bem na cara dos aturdidos e empedrados ex-discípulos.
E as pedras estão falando...
Os mais sábios, os mais humanos, os mais sensíveis, os mais perceptivos, os mais conscientes, os mais nobres nas decisões, os mais misericordiosos, os mais amigos da criação, os mais activos no bem, os mais abertos e não preconceituosos, os mais pacientes, os mais esperançosos, os mais generosos — em geral, na maior parte, não frequentam templos e não são religiosos, mas apenas gente; gente que, segundo os cristãos, ainda não se converteu; sendo, portanto, ainda apenas pedras no caminho...