"E por eles me santifico a mim mesmo, para que também eles sejam santificados na verdade." ( João 17:19 )
Hoje é Domingo. Dia de reunir-me com a comunidade, a igreja. Não um dia para ir-se à igreja.
Acho que é por entendermos que vamos à igreja, numa atitude passiva, que nos vamos reunir com a igreja, como quem vai ao supermercado, buscar só o que me convém, que nos esquecemos vez por outra, que igreja somos nós e que, esta, nunca fecha, nunca fica inactiva, nunca é um lugar, imóvel, plantada no chão, ou então é tudo e qualquer outra coisa, menos igreja.
Talvez dai também venha a ideia de que santificação, diz respeito ao meu exercício espiritual com implicações verticais, que apela à minha busca por Deus e onde é que eu ganho com tudo isso.
Assim sendo, posso cair no velho erro, feito religião, obrigação pretensamente espiritual, do quão vigorosamente fujo ou luto CONTRA OS OUTROS, para garantir a minha salvação, para que EU VEJA a Deus.
Se tem um bom dia para nos lembrarmos e aos companheiros de jornada de fé a respeito da verdadeira santidade, esse dia é hoje.
A santificação, "sem a qual ninguém verá o Senhor" para a qual nos apela o escritor de Hebreus (12:14), é aquelo que diz respeito à luta travada CONTRA nós mesmos e o nosso comodismo, o nosso bem-estar e prazer, pela salvação dos OUTROS, para que ELES VEJAM A DEUS (através de nós e do nosso serviço à eles). Aliás, como Jesus, declarou na sua oração sacerdotal em João 17 que fazia: aplicava-se ele, com todo o rigor de um devoto seguidor do Senhor Deus, para que não desviasse a sua atenção para o que era dos, e para os outros.
Como eu cantava quando pequeno (lógico, depois de ter passado aquela resmunguice por ter-me levantado cedo num dia sem escola e outras obrigações): "Hoje é Domingo, eu vou me aprontar,..." preparo-me para ir com os meus irmãos e, com eles, e à luz da Palavra, ser educado, animado, encorajado, exortado, não sobre como ir para o céu... mas sobre como ser melhor, como viver a praticar o "ser-se igreja".
Hoje, não desejo de jeito algum, na companhia da congregação, tentar convencer Deus a ser melhor do que já é. Ou então aprender técnicas (sejam orações, mandingas, mezinhas, simpatias evangélicas) para "dobrar" a Deus, ou domesticá-Lo para que atenda às minhas demandazinhas existenciais.
Não quero ser estimulado a fugir das pessoas, a isolar-me delas, a dar uma de santarrão e voltar as minhas costas para elas e as suas necessidades, tentando com isso, ganhar um "be-eme-dabliu" zero quilómetro nas ruas celestiais.
Hoje quero ser lembrado a não olhar para mim e para aquilo tudo que a mim diz respeito (isso já está garantido por Deus!), mas ser lembrado a servir, a aplicar-me a crescer e na direcção dos outros.
Aliás, exactamente como Jesus nos ensinou a fazer.
Bom Domingo!
Blogue de Rubinho Pirola