sexta-feira, 3 de julho de 2009

A Riqueza da Variedade

Uma questão mais profunda está em se faz sentido o cristianismo identificar com a mente de Deus apenas arranjos culturais anteriores. Sistemas novos não são mais imunes a falhas do que sistemas antigos. O elemento decisivo do impasse está em que a maioria de nós se encontra, para bem ou para o mal, no novo sistema, e há muito que pode ser dito em favor da idéia de aceitarmos o lugar em que estamos ao invés de tentarmos fugir. O fato é que agora [na pós-modernidade] vemos a luta humana em busca de significado e de valor para a vida como sendo um empreendimento com muitas abordagens e muitas respostas. Gosto de pensar que há provavelmente muito de positivo nessa variedade. Em contraposição, a presença de diversos sistemas é um bom anteparo contra a tendência ao abuso existente em sociedades onde sistemas únicos prevalecem. Sistemas únicos acabam se tornando arrogantes. Dessa forma, o efeito relativizador da presença de outras descrições da aventura humana tempera a tendência absolutizadora de sistemas únicos, e também o conflito sem fim que caracteriza as sociedades com dois sistemas dominantes.
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Voltaire compreendia essas coisas:
"Se numa terra houver duas religiões, as duas cortarão as gargantas uma da outra; se houver trinta, todas viverão em paz."
Richard Holloway