Oito anos depois do 11 de Setembro, norte-americanos assinalam tragédia com jornada de solidariedade
Oito anos após os ataques terroristas de 11 de Setembro de 2001 nos Estados Unidos, os norte-americanos assinalam hoje o dia à escala nacional graças a legislação assinada em Abril pelo Presidente Barack Obama, instaurando uma jornada de solidariedade.
Desde então, o dia 11 de Setembro foi definido como "Dia Nacional de Oração e Memória", estando todos os norte-americanos convidados a "trabalharem para uma causa comum com amigos e aliados para se criar um mundo mais seguro e mais brilhante para as gerações actuais e do futuro".
Em memória das vítimas e ao abrigo desta legislação, estão previstas campanhas de ajuda por todo o país, como por exemplo em Seattle, onde cerca de 4.000 funcionários da Microsoft vão trabalhar em projectos de restauração de casas pobres e renovar um centro infantil.
(Agência Lusa )
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Confesso que ainda hoje tenho duvidas sobre o que realmente aconteceu no fatídico dia 11 de Setembro de 2001.
Mas independentemente das minhas duvidas, a verdade é que uma data assim nunca mais se esquece, por muitos anos que vivamos. Sabemos sempre e exactamente onde estávamos, o que fazíamos naquele momento, com quem estávamos e como nos chegou a notícia pela primeira vez levando a que nos precipitássemos para as televisões para, incrédulos, contemplarmos em directo uma elegia à loucura dos homens que, em nome de deus, de um deus menor, acabavam de assassinar mais de 3000 pessoas. Perguntamo-nos, ainda hoje, como é que foi possível ? ! Julgo que, o diálogo inter-religioso entre as nações do islão e as nações cristãs do ocidente, por muitos anos, terminou ali no "Ground Zero", perdido por entre a poeira das torres gémeas e os restos de seres humanos que se lhe juntaram. Nunca mais, até hoje, foi possível ensaiar uma aproximação séria e honesta a esse diálogo, do ponto de vista das relações internacionais.
Há duas coisas fundamentais para restabelecer a confiança entre as pessoas e os povos: Perdoar e ser Perdoado. Ora aí é que reside o "busilis" da questão. Nem as nações do islão estão dispostas a aceitar pedir perdão, nem as nações ditas cristãs, estão igualmente dispostas a isso. E sobre perdoar, estamos conversados, porque uma coisa implica a outra.
Entretanto, enquanto escrevemos este texto, o nome de Deus continua a ser usado para justificar a matança de seres humanos de um e de outro lado da fronteira religiosa.
"Deixo-vos a paz, a minha paz vos dou; não vo-la dou como o mundo a dá. Não se turbe o vosso coração, nem se atemorize." João 14:27
Jacinto Lourenço