sábado, 26 de setembro de 2009

O Sentido da Bíblia

A Bíblia está repleta de histórias que só passaram a fazer sentido quando chegaram ao fim; experiências vividas por servos de Deus que, num ponto da sua história, se configuraram como absurdas. Qual o sentido de Abraão, com um cutelo na mão, pronto para imolar o seu filho, ou José sendo atirado a um poço pelos seus irmãos, ou Israel a ser derrotado na batalha em que Deus prometera vitória, ou Cristo sendo colocado numa tumba? Entretanto, as Escrituras Sagradas ensinam que, num universo dirigido por um ser pessoal, santo e sábio, a história tem princípio, meio e fim. Tudo é linear, nada é cíclico. Tudo caminha na direcção do tempo ómega – o fim, que traz sentido às maiores tragédias e aos menores detalhes da vida. Por isso, a sabedoria cristã (aquela que tem como alicerce e fundamento Deus e o seu carácter) diz que jamais devemos ser precipitados e chegar a conclusões falsas sobre os acontecimentos da vida, acerca dos quais os nossos conhecimentos sobre causas e consequências são apenas parciais. Abraão não vai ter que lançar mão do cutelo para imolar o seu filho, José não vai ficar para sempre naquele poço, Israel não será derrotado novamente pelo mesmo adversário e Cristo não será contido pela tumba, pois há um Deus que provê para si um substituto, que tira de todo e qualquer poço aqueles para os quais tem as mais excelsas promessas, perdoa os pecados que resultaram na derrota na batalha e pelo poder da sua palavra ressuscita mortos. As maiores desgraças haverão de dar lugar às maiores graças hoje, amanhã ou na eternidade. Ao homem só cabe ouvir Deus dizendo:
“Porque os meus pensamentos não são os vossos pensamentos, nem os vossos caminhos os meus caminhos, diz o Senhor, porque, assim como os céus são mais altos do que a terra, assim são os meus caminhos mais altos do que os vossos caminhos, e os meus pensamentos mais altos do que os vossos pensamentos”.
Pr. Antônio Carlos Costa