Para dirigentes cristãos americanos, legado de Charles Darwin é parte fundamental do conhecimento humano.
No ano em que a humanidade comemora o 200º aniversário do nascimento do naturalista britânico Charles Darwin, clérigos cristãos norte-americanos querem que sua maior obra, a Teoria da Evolução, continue sendo ensinada como verdade científica fundamental. Os religiosos, que representam diversas tradições cristãs, reivindicam que o estudo do processo da seleção natural – que, segundo Darwin, está na base da diferenciação das espécies – seja mantido nos currículos. “Nós acreditamos que o evolucionismo é elemento fundamental do conhecimento humano, uma verdade que resistiu a rigorosos escrutínios e sobre a qual muitas das realizações da humanidade se apoiam”, professam os religiosos, em carta aberta sobre religião e ciência.
Eles frisam que a verdade religiosa é de uma ordem diferente da verdade científica. “Seu propósito não é o de transmitir informação científica, mas de transformar corações”. De acordo com os signatários do documento, muitas das histórias encontradas na Bíblia, como a Criação, as peripécias de Adão e Eva no Paraíso e a Arca de Noé transmitem verdades atemporais sobre Deus, os seres humanos e o relacionamento apropriado entre Criador e criatura – e podem coexistir com a ciência de maneira confortável. “Nós acreditamos que entre os dons dados por Deus ao homem está a capacidade do pensamento crítico. Não fazer uso da faculdade da razão dada por Deus é rejeitar a vontade do nosso Criador”, declaram os prelados. Para a pastora Susan Brooks Thistlethwaite, da Igreja Unida de Cristo, professora e ex-presidente do Chicago Theological Seminary, a postura dos cristãos conservadores – grupo muito influente nos Estados Unidos – é muito mais política do que teológica.
In Cristianismo Hoje
Fonte: Agência Latino-americana e Caribenha de Comunicação – ALC