Hoje é sábado, 28 de Fevereiro. Fui caminhar um pouco pela manhã para deixar em ordem o físico que Deus me deu e que já passou dos 53 anos. O sol estava maravilhoso e o dia bem quente às 10h. Por onde caminho há uma calçada na avenida com mais de um km de extensão, com marcas numeradas a cada 50 e 100 m. Na ida o percurso é uma subida. Um dia dias destes cometi uma loucura e corri seguidos cerca de 500 metros. O coração quase me saltou pela boca - he he he! Na semana seguinte continuei "louco" e corri o Quilómetro completo. No final deste percurso, à direita, tem outra rua com o nome de Albert Sabin, uma rampa íngreme com exactamente 500 m de distância que, para subir, é ainda pior que correr o tramo anterior.
Eu estava a precisar disto (…). Hoje, fui caminhar, e correr o quilómetro da ida, subir a rampa, descer, correr o mesmo quilómetro de volta - terrível - até chegar a casa quase morto. Se Deus quiser, amanhã será um belo domingo, e tenho a pretensão de repetir a caminhada até perder um pouco de peso enquanto ganho melhor disposição.
Como gosto de fazer durante toda a semana, fico orando e esperando que o Senhor me dê inspiração para escrever um bom texto, de preferência um texto em que a voz dele fale primeiro comigo, para que eu tenha a certeza que falará também com outros. Parece uma coisa ultrapassada, mas eu ainda me guio por este príncipio: se eu ouvir a voz de Deusatravés de um texto, sei que os meus leitores também a ouvirão. E a palavra que moveu o meu espírito hoje, foi um trecho muito conhecido que está na Bíblia em S. João Capítulo cinco - O paralítico do Tanque de Betesda.
Trabalho na área da saúde. Sou tesoureiro e faço pagamentos relativos a vários fornecimentos, principalmente medicamentos e materiais hospitalares. Já me habituei à terminologia que ouço com bastante frequência. Tudo está ligado ao tratamento de doenças e problemas físicos. No Hospital, há uma romaria constante de todo o tipo de enfermos e, de certa forma, o hospital parece-se um pouco com o Tanque de Betesda da Bíblia, onde os médicos procuram fazer o trabalho do anjo. São tantos males e tantas doenças a que certamente todo orçamento anual da cidade de São Paulo não conseguiria dar solução. Se estamos vivos no meio de tudo isto é porque Deus ainda faz milagres na nossa vida, e a maior parte das vezes nem percebemos o que Ele está a fazer.
Jesus Cristo foi a forma que Deus escolheu para se humanizar e revelar o seu grande amor para com as nossas mazelas diárias. Jesus é Deus. Se alguém quiser saber um pouco sobre o amor de Deus, precisa ler e meditar no que está escrito, e no que não está, nos Evangelhos de Marcos, Mateus, Lucas e João. Jesus é o cumprimento da profecia de Isaías: "Porque um menino nos nasceu, um filho se nos deu; e o principado está sobre os seus ombros; e o seu nome será Maravilhoso Conselheiro, Deus Forte, Pai da Eternidade, Príncipe da Paz”.
Quando Jesus abordou o paralítico junto ao Tanque de Betesta, não estava somente interessado num simples deficiente, atrás daquele gesto, Jesus estava a dizer o quanto nos ama, embora nós não consideremos isso nas nossas vidas. Pense naquele homem, no desconforto de não poder andar... hoje pude caminhar, correr, subir e descer, eu fui e eu pude voltar. Graças a Deus!
É com muita alegria que lhe dirijo um convite para que meditemos juntos no milagre que Jesus operou na vida do paralítico do Tanque de Betesda.
A primeira coisa em que temos que meditar é que o paralítico nunca imaginou que iria ter um encontro pessoal com Deus. Deus para ele era algo distante, um Deus ocupado com outras coisas, outras pessoas, pessoas importantes: reis, ministros, governadores, presidentes.
A segunda análise que podemos fazer é sobre o conhecimento científico actual. 2.000 anos depois, e este ainda não é capaz de fazer ao paralítico o mesmo que Jesus fez. E mesmo tendo em conta a possível aplicação de células estaminais, em que a medicina tem apostado forte, receio que não vá funcionar. Li, há poucos dias, que clínicas russas têm atraído muitas pessoas ricas e doentes para se sujeitarem a tal tratamento. O resultado foram dois cânceres, um em cada lugar da espinha onde foram injectadas as células estaminais. E agora?!
Deus possui o manual do corpo, da alma e do espírito humano. O Criador não espalhou os vírus nem qualquer outra forma de doença com vista a destruir a nossa saúde. Foi pelo engano e astúcia de Satanás que a fonte de todas as formas e espécies de destruição começou a agir na humanidade pela brecha aberta pelo pecado na vida de cada um. Deus abomina o pecado porque ele destrói a beleza e o futuro das pessoas.
Entre a multidão de enfermos, cegos, coxos e paralíticos, à beira do tanque, estava o paralítico. Além de paralítico, não tinha amigos. Falando com Jesus disse-lhe: “Senhor não tenho ninguém que me ponha no tanque. Há sempre alguém que desce antes de mim”. Se tinha família, percebo que este homem representava seguramente um grande peso para ela. De manhã alguém o levava até junto do tanque e, talvez à noite, alguém o iria buscar.
Porque é que Deus fez o milagre na vida daquele homem paralítico, solitário, um peso morto para a sua família? Existiria uma razão para que, de entre tantos doentes, somente ele recebesse o milagre da cura? A resposta é sim. Para que Deus pudesse operar o milagre na sua vida, era necessário um atributo essencial: ânimo! Há 38 anos que estava paralítico, contudo a sua presença à beira do tanque significava que ele não queria morrer paralítico. Para Deus operar um milagre na nossa vida é preciso que tenhamos “algo”. O paralítico não tinha pernas, não tinha companhia; sabia que outros iriam sempre descer primeiro que ele, mas estava lá, como todos os outros... Se existe alguma coisa que comove o coração de Deus são os nossos sonhos. Ele tinha um grande sonho: o sonho de poder voltar a andar.
Sem sonhos não há milagres. Você precisa abrir o baú e retirar de lá os seus velhos sonhos. Não perca o seu tempo reclamando, odiando, afogando-se nas drogas, matando-se lentamente. Você precisa voltar a sonhar. Sonhar como aquele paralítico. De todos os que estavam à beira do poço, ele era o último da fila. Mas sonhava. E sonhou durante 38 anos que um dia poderia voltar a andar - e andou!
Se você sonhar, não importa quantos anos decorram, um dia você vai ouvir a voz de Deus na sua alma, daquela forma que só Deus consegue falar, e Ele vai dizer-lhe:
“Levanta-te, toma a tua cama e anda!”
Por João Cruzué In Olhar Cristão