Desflorestação da Amazónia em Agosto chega a 273 km2
A desflorestação da Amazónia em Agosto foi 167 por cento maior do que no mesmo período do ano passado e atingiu uma área de 273 quilómetros quadrados, mais que o triplo da área do Concelho de Lisboa.
Os dados divulgados hoje pelo Instituto do Homem e do Meio Ambiente da Amazónia (Imazon) revelam também que 48 por cento da devastação ocorreu em áreas de protecção ambiental, onde é proibido qualquer tipo de corte e de extracção de madeira.
De acordo com o Instituto, a desflorestação das terras públicas é especulativa, uma vez que os invasores destroem a mata e depois reivindicam a propriedade da terra ocupada.
O Instituto acredita que quase a metade da desflorestação detectada em Agosto tenha ocorrido de facto em meses anteriores.
A destruição não teria sido notada por causa da ocorrência de nuvens, que impossibilitaram a visualização da região.
A maior parte da área devastada registada em Agosto (76 por cento) fica no Estado do Pará.
O Governo brasileiro decidiu esta semana ampliar as metas de controlo da desflorestação na Amazónia, prevendo uma redução de 80 por cento até 2020 face a uma média anual de 19,5 mil quilómetros quadrados entre 1996 e 2005.
A meta anunciada no final do ano passado era uma redução de 70 por cento até 2017.
A devastação da Amazónia é a principal fonte brasileira de emissões de gases de efeito estufa.
Com a queda prevista, o país deixaria de emitir cerca de 5.000 milhões de toneladas de gás carbónico.
Para que esta meta seja alcançada, entretanto, seriam necessários, segundo o ministro brasileiro do Meio Ambiente, Carlos Minc, pelo menos 10 mil milhões de dólares de financiamento externo por ano.
A preservação das florestas será um dos pontos centrais da XV Conferência das Partes da Convenção do Clima (COP 15), em Dezembro, em Copenhaga, onde se espera um acordo para enfrentar as mudanças climáticas, que substitua o Protocolo de Quioto.
In Diário de Notícias de 15 de Outubro de 2009