Chegou ontem a Portugal 'Azahar', primeira fêmea de lince-ibérico no País desde que esta espécie desapareceu nos anos 80. No centro da serra da Malcata está localizado um centro onde se espera que os animais se reproduzam, como aconteceu em Espanha. Pelo bem da biodiversidade e de uma espécie que é um símbolo da península e única em todo o mundo
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Foi um primeiro passo em solo nacional bastante nervoso. Ontem, mal se abriu a porta da jaula, Azahar desatou a correr e a saltar pelos 800 m2 que lhe foram destinados no Centro Nacional de Reprodução em Cativeiro para o Lince-Ibérico (CNRCLI), sem esconder a ansiedade e estranheza pelo espaço de 800 m2 que lhe foi dado. As crias de Azahar vão ser a nova esperança para o ressurgimento do lince-ibérico em Portugal, desde que esta espécie se extinguiu nos anos 80.
A história desta "flor de laranjeira" (tradução portuguesa do nome árabe Azahar) começou em Janeiro de 2006 quando foi capturada na serra Morena, na Andaluzia. "Estava muito magra e tinha uma vértebra fracturada", conta Iñigo Sanchez, conservador do Zoobotânico. Foi tratada e escolhida para recuperar os linces-ibéricos em Portugal. Espera-se que consiga engravidar, pois até agora estava num meio urbano e stressante que se pensa que impediu a procriação.
Os mais de 350 quilómetros que Azahar percorreu desde o Zoobotânico de Jerez de La Frontera (Espanha) até à Barragem de Odelouca (perto de São Bartolomeu de Messines) decorreram calmos e lentamente - para não assustar a lince e para permitir uma monitorização a cada 10 minutos - , com direito até a batedores da polícia. Portugueses e espanhóis levam "o passeio" muito a sério.[...]
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