quinta-feira, 22 de outubro de 2009

Centenas de Telescópios Apontados ao Céu

São várias as iniciativas dispersas por todo o país para celebrar mais um momento especial do Ano Internacional de Astronomia 2009. São as “Noites de Galileu” que acontecem entre os dias 22 e 24 deste mês.

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Portugal está na lista de mais de 50 países que vão participar neste acontecimento mundial. Durante três dias, centenas de telescópios estarão apontados para o céu em tentativas de observação directa de pedaços do nosso sistema solar. E se o mau tempo insistir em estragar estas noites de estrelas no país, há observatórios virtuais e programas alternativos como, por exemplo, um surpreendente jantar no espaço.No dia 17 de Março de 1610, Galileu publicou o livro Mensageiro dos céus onde relatava as primeiras observações de “objectos” como a Lua ou Júpiter e as suas luas, um feito conseguido com o apoio de uma luneta. Agora, passados 400 anos, o desafio é voltar a encontrar estes pontos longínquos com a ajuda de modernos telescópios. Tarefa bem mais fácil. A única coisa que não muda é o efeito que o tempo pode ter nestes programas. O objectivo principal desta acção mundial é a observação directa e, em Portugal, poderá estar comprometido pela chuva e céu nublado que podem fazer baixar uma cortina para o espectáculo do nosso sistema solar. Com algum optimismo, estão programadas diversas actividades de observação directa por todo o país. Desde sessões que acontecem em espaços óbvios como os planetários até ao parque de estacionamento da igreja de Sandim, em Vila Nova de Gaia, passando por um local “secreto” para os lados da Atalaia (Montijo) e cujo mapa pode ser consultado no site da organização (www.atalaia.org). Para quem prefere uma experiência mais solitária, há outro site a consultar e que dá acesso a um observatório virtual ligado a vários telescópios situados em vários países (www.galileannights.org). Mas nem só com um telescópio se comemora os 400 anos das observações de Galileu. Há noites animadas pela música, pela leitura, por conferências, tudo sem depender do clima ameaçador. A acção pretende igualar o sucesso alcançado pelas 100 horas de Astronomia que terá conseguido colocar entre um e dois milhões de pessoas em todo o mundo a espreitar por um telescópio ao mesmo tempo.
In jornal Público de 21 de Outubro de 2009