A perda da identidade ovina da igreja por conta de sua alcateização não é um fenómeno da igreja contemporânea, actual ou moderna. Paulo de Tarso já havia alertado os presbíteros da Igreja em Éfeso para os estragos que os lobos disfarçados (ou não) de ovelhas poderiam causar ao rebanho (Actos 20:29-30). E, antes mesmo de Paulo, Jesus, o Mestre dos mestres, já havia advertido os seus discípulos sobre tal perigo: “Acautelai-vos, porém, dos falsos profetas, que vêm até vós vestidos como ovelhas, mas, interiormente, são lobos devoradores.” (Mateus 7:15). Os lobos nunca foram ovelhas, mas algumas alcateias já foram rebanhos. Essa metamorfose colectiva, impossível no mundo animal, mas possível no universo eclesiástico, dá-se quando as ovelhas não são prudentes e astutas como as serpentes e simples como as pombas (Mat 10:16), e, consequentemente, são mordidas (empeçonhadas), dilaceradas, devoradas e dizimadas. Assim, por exemplo, das 100 ovelhas, “Anteontem eram 98 ovelhas e um casal de lobos. Ontem, descontando as que fugiram, as que se esconderam e as que foram devoradas, eram 54 ovelhas e um casal de lobos. Hoje, 22 ovelhas, um casal de lobos, quatro filhotes e três agregados. Amanhã, serão 98 lobos e um casal de ovelhas, conservados vivos para atraírem outras ovelhas. Pronto: o rebanho virou alcateia!”. Por tudo isto aos Cristãos é de suma importância saber mais sobre os lobos para poderem perceber se estão dentro de um aprisco ou no meio de uma alcateia[...].
Via PavaBlog