Qual a função do pastor no século XXI ? O que se deve esperar de um ministro do evangelho em tempos de pós-modernismo?
A resposta é simples! A mesma coisa que se esperaria no I século. Mas que função é essa? Para alcançarmos o pensamento apostólico acerca do que é trabalho pastoral, precisamos viajar até os versos 11 e 12 do capítulo 4 de efésios. Aí, o apóstolo diz que Deus deu ministérios diversos aos homens, entre eles o de pastor-mestre. A função desse ministério é aperfeiçoar os santos para o serviço do Reino e para edificação do corpo de Cristo. Sinceramente não existe coisa mais bela do que ajudar as pessoas a alcançar os seus sonhos, principalmente quando se trata da área espiritual, quando se trata de estar no centro da vontade de Deus. A obra do pastor, é treinar as pessoas para servir, mas também é ministrar cura para a alma das mesmas. Ele é um facilitador e não um guru. O grande problema é que hoje 80% do trabalho pastoral é constituído por encontros para apagar incêndios, uma correria louca onde você é absorvido ao extremo atendendo pessoas que já têm algum tempo de caminhada. Os novos convertidos não carregam os ranços nem as mazelas das denominações, não andam conforme a política igrejeira, mas vivem o primeiro amor! O pastor virou empregado da igreja, ele tem obrigação de resolver tudo que diz respeito à igreja, ele precisa saber do que se passa em cada canto e, tudo isso, sem ao menos receber uma dica. Não sou superpastor, nem quero ser, isso é papel para gente que tem megalomania, que é louco e que não entendeu o evangelho. Gente que dia e noite pretende dominar o mundo adquirindo terrenos de 4 milhões para a realização do “seu sonho” e que anda em carros importados caríssimos enquanto a comunidade que pastoreia chafurda no escorregadio lodo da miséria e mendiga a benção do “megapastor” no culto de vitória. Chega disso...Se Paulo estivesse vivo entregaria o corpo desses pastores ao diabo para ver se a alma se salvava, assim como fez com Alexandre, o latoeiro e Himemeu por muito menos que isso. Mas mesmo assim, esses homens não sairão ilesos do que andam a fazer. Trocaram o ministério pastoral pela vida abastada, comem a gordura das ovelhas e vestem-se com a lã de forma que o próprio Deus vai pedir contas do que fizeram com tamanha responsabilidade. Para concluir, ser pastor no século XXI não é viver o ministério da abastança, do gasto fácil, das grandes festas, dos constantes movimentos de pseudo-avivamento. Mas é composto de muito choro e pouco riso, de muita luta e pouco descanso, é fogo cruzado sem trincheiras para se esquivar, é ter sempre o suficiente para não cair em tentação e sempre dividir ao invés de acumular... essa é a matemática do reino... Que Deus tenha misericórdia de nós!
E no mais... tudo na mais santa paz!
Márcio de Souza
Via Púlpito Cristão