Segunda-feira é um dia difícil. Desde logo porque é segunda-feira e pronto. Mas tornam-se dias mais difíceis ainda, todas as segundas-feiras, se vividas em Portugal, país em que acontece muito pouca coisa simpática, e especialmente no mês de Agosto, quando, todos sabemos, uma boa parte de nós vai a banhos para o sul.
Ao contrário do que psicologicamente intuímos, a semana não começa à segunda-feira, mas ao domingo, que é o primeiro dia da dita. E isto muda tudo no que diz respeito à forma como encaramos a segunda-feira. É que o Domingo é, por natureza, um dia bom. O dia do Senhor. Um dia de partilha. Um dia de comunhão. Um dia para a família. Um dia para a liberdade física e do espírito. Um dia em que aprendemos, recebemos e transmitimos algo de quem ou a quem está perto ou longe de nós. Na essência, é um dia de Liberdade e, talvez também por isso, nos custa cada vez mais aceitar que o Domingo seja mascarado por muitos como um dia de repressão espiritual e psicológica e de tédio religioso. Cada domingo é uma festa para o espírito, coração e alma, para além do físico, evidentemente. Em cada Domingo celebramos a Liberdade com que Cristo nos libertou.
Claro que depois de um dia cheio de coisas boas, temos dificuldade em encarar a segunda-feira como um dia bom. Talvez por isso, ficamos um pouco mais letárgicos, mesmo que aquela se queira apresentar prazenteira, quiçá para compensar o mau humor que lhe dispensamos. Mas devagar, lá vamos engrenando. Após o almoço já vemos o dia com outros olhos, ou não.
Uma óptima segunda-feira para todos. Pelo menos tentem fazer um esforço…
Jacinto Lourenço