quarta-feira, 8 de abril de 2009

Espiritualidade de Raízes

Reconsidere o que você entende por inteligência. As emoções contam, mas, conviver é preciso. Os génios geralmente calçam galochas enormes. Sempre quis entender porque os caras mais inteligentes que conheci passavam dias com a lente dos óculos suja. Deve ser horrível ver o mundo borrado por suas próprias impressões digitais.

Resignifique o que você entende por lucidez. A sobriedade conta, mas, condimentar a vida com pitadas de desvario é preciso. Os taciturnos não ousam. Eternos prudentes caminham contentes por trilhas batidas.

Repense o que você entende por espiritualidade. Ser puro conta, mas, relaxar é preciso. Os santarrões não têm jogo de cintura. O taciturno, o inflexível, o espírito caturra, é cruel.

Ressuscite o que você entende por gratidão. Continue, mas volte para beijar a mão que lhe segurou. Vá adiante com liberdade, mas sinta-se obrigado aos que amam com gratuidade.

Recupere o que você entende por amabilidade. Persiga objectivos, mas proteja o coração do rancor, vírus que enfermiça a alma. Substitua fúria por afecto, carranca por cortesia, rabugice por elegância.

Resgate o que você entende por vida. Conte os dias, mas não esqueça: a existência não se resume ao fluir do tempo. Entalhe eternidade no instante efémero. Poetize com angústias e deleites. Construa-se com a matéria-prima que restar dos encontros e desencontros. Soli Deo Gloria

Pr. Ricardo Gondim

http://www.ricardogondim.com.br/Artigos/artigos.painel.asp?tp=73