segunda-feira, 11 de junho de 2012

Afinal o Tamanho Conta, Conta de Mais, na União Europeia


Podem os espanhóis querer convencer o mundo  que o seu resgate se destina apenas à banca. Pode a UE querer fazer-nos acreditar que,  não senhor, não é o que se diz e que a Espanha irá ser sujeita, tal como os outros países resgatados, a medidas de alguma austeridade e vigilância sobre as contas públicas. Pode o governo português, na sua já habitual obediência canina e querendo mitigar o sentimento de amarga injustiça que impõe ao povo português, vir tapar o sol com uma peneira e dizer que o problema dos espanhóis não é igual ao português. Podem fazer e dizer tudo que nada disso vai mudar o sentimento de que nesta desigual europa, que pretendem fazer passar por união, o tamanho conta, e conta muito, conta muito mais do que aquilo que devia contar. Gostava que me dissessem se a cor, o modelo, ou o formato das notas de euro que viajaram para Espanha é diferente das que viajaram para Grécia, Irlanda e Portugal ?! Não me perece que seja ! Então, porque raio é que espanhóis tem uma carga de juros, a pagar pelo dinheiro que pediram, inferior à de gregos, portugueses e irlandeses ? Porque razão o tratamento que nos é imposto, e aos outros países resgatados, é substancialmente mais severo que o imposto aos espanhóis ? No final o que conta é o que todos temos que sofrer, pagar e, pelos vistos os espanhóis vão sofrer e pagar imensamente menos que os outros povos. É sempre mais fácil bater nos mais pequenos, mas isso também é revelador da hipocrisia e covardia política dos líderes europeus.

Inaceitável,  para/numa europa que diz ser União. Sim o tamanho conta, e conta muito. Conta  demais. Esta europa não nos convém, não nos interessa, e talvez esteja a chegar o momento em que os países mais pequenos queiram aprender à sua custa e decidam somar esforços para aparecerem unidos, em defesa dos seus interesses, dentro de uma União Europeia cujas estruturas só têm olhos para os grandes países e onde só os interesses destes contam. A União Europeia, tal como foi sonhada na sua génese, morreu há muito, e se as relações dentro dela se pautam apenas por relações de força entre grandes e grandes então não estamos lá a fazer nada e isto já nada faz sentido nenhum. Mais vale acabar de uma vez por todas e voltarmos todos a uma europa de nacionalidades com os riscos inerentes a isso. 
É isso que querem, pelos vistos, alguns grandes países que acham que são patrões e donos de todos os europeus. 

Agora estou em condições de compreender muito melhor a razão pela qual os ingleses desconfiaram sempre desta europa  fabricada.

Jacinto Lourenço