domingo, 31 de janeiro de 2010

"A Melhor Desculpa "

TALVEZ O BILLY GRAHAM do século 21 devesse mudar o método de Jesus e não conclamar os pecadores para o arrependimento, mas antes conclamar os próprios religiosos para se arrependerem, uma vez que eles se tornaram a melhor desculpa para os pecadores continuarem pecando e para os cínicos continuarem se comportando da mesma maneira.”

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Via Laion Monteiro

sábado, 30 de janeiro de 2010

" A Humanidade sob Ameaça "

"... A conclusão é que o próprio Homem se tornou objecto de cálculo, coisa negociável. Assim, já não pode haver dúvidas: no meio das gigantescas crises mundiais, o núcleo mesmo da crise no nosso tempo é a crise de valores, a crise moral." [...]
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Não há dúvida de que estamos a viver uma transformação prodigiosa do mundo, uma revolução talvez só parecida com a do "tempo-eixo", como lhe chamou Karl Jaspers.

Há quatro revoluções em marcha. Uma revolução económica, com a mundialização, que significa a concretização da ideia de McLuhan de que formamos uma "pequena aldeia" e a chegada ao palco da História de grandes países emergentes. Outra é a revolução cibernética, que, como disse Jean-Claude Guillebaud, faz nascer um quase-planeta, um "sexto continente". A revolução genética transforma a nossa relação com a vida, a procriação e pode fazer bifurcar a Humanidade: a actual continuaria ao lado de outra a criar. Também está aí a urgência da revolução ecológica, que, se a Humanidade quiser ter futuro, obriga a uma nova relação com a natureza. Sem esquecer o perigo atómico e do terroris- mo global.

Perante todas estas revoluções e face aos problemas que agora são globais, como a droga ou o trabalho, impõe-se, em primeiro lugar, pensar numa governança mundial. Depois, não sei de que modo o futuro será, como diz J.-Cl. Guillebaud, uma "modernidade mestiça", mas, para evitar o "choque das civilizações", impõe-se o diálogo intercultural e inter-religioso. Há anos que o famoso teólogo Hans Küng se não cansa de repetir que, sem paz entre as religiões, não haverá paz entre as nações, e essa paz supõe o conhecimento e o diálogo entre as religiões. [...]

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Prof. Anselmo Borges *** Ler versão integral do texto AQUI no Diário de Notícias de 30 de Janeiro de 2010

" A Humanidade sob Ameaça " ou as Quatro Revoluções

O título que encima este texto é, parte dele, retirado de um artigo de opinião de Anselmo Borges no jornal Diário de Notícias .
Afirma o articulista que, na actualidade , há quatro revoluções em marcha: económica, cibernética, genética e ecológica. Cada uma delas, diz o autor, citando outros diferentes autores que discorreram sobre estes temas, levar-nos-á a um caminho que tem consignada uma interacção global da humanidade para que esta mantenha alguma esperança de sobrevivência. Depois, e em jeito de remate introdutório, Anselmo Borges conclui pela necessidade de uma "governança" mundial e por um diálogo inter-cultural e inter-religioso global.
Qualquer um de nós, mais ou menos atento aos problemas mundiais, poderia facilmente chegar a uma conclusão do mesmo género. Afinal de contas é a mais fácil. Mas a questão que resulta , é que , tal conclusão, não é nada original.
O articulista merece-nos todo o respeito, e não é apenas pelo facto de ser padre católico-romano que nem sempre é favorável às opiniões do Vaticano que olhamos para a sua capacidade intelectual com grande respeito, até porque, para além disso, trata-se de um professor e filósofo do nosso tempo que sabe discorrer, integradamente, sobre o mundo e a cultura de uma forma abrangente.
É por isso que eu acho que não ficaria nada mal ao professor Anselmo Borges, de vez em quando, fazer um esforço de integração da Palavra de Deus nas suas discorrências : equacionar a Palavra de Deus como suporte fundamental e essencial na explicação das coisas que nos acontecem, porque acontecem e a que nos levam. Talvez assim lhe fosse mais fácil perceber que as Quatro Revoluções de que fala hoje, no Diário de Notícias, no seu artigo de opinião, estão claramente integradas pela Bíblia Sagrada, no plano dos acontecimentos muito mais vastos para os quais a humanidade se dirige a grande velocidade. É também por isso que, desta vez, não chega a Anselmo Borges ser brilhante filósofo e eminente professor universitário para poder ser original.
Ter-lhe-ia sido necessário, igualmente, debruçar-se, sem ideias feitas, sobra a Bíblia Sagrada, para perceber que as ideias sobre as quais discorreu e as conclusões a que chegou são afinal um "dejà vu" bíblico, e isso qualquer cristão humilde, simples e conhecedor da Palavra de Deus lhe poderia explicar.
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Jacinto Lourenço

sexta-feira, 29 de janeiro de 2010

Portugal é uma Bomba Relógio...

Não, não vou dizer nada sobre o orçamento do estado nem sobre a economia. Apesar de me preocuparem, esses são assuntos que, aparentemente, podem ter uma solução a mais ou menos médio prazo, assim o queiram os partidos e a globalização que nos enquadra o permita. O que quero dizer é que há problemas bem mais graves no país e para os quais ninguém, ou muito pouca gente olha.
Ontem à noite quando me dirigia de carro a caminho de mais uma aula na escola bíblica na minha igreja, ouvi citar num programa de rádio na Antena 1 ( uma das estações da minha preferência ) uma estatística que me deixou literalmente siderado. Dizia o interveniente no programa que a taxa de jovens que conseguem concluir o 9º ano em Portugal, na actualidade, não ultrapassa os 30 a 40%. Depois dava como exemplo e referência positiva os países da europa da união com os quais nós insistimos em comparar-nos, nomeadamente a França, onde a taxa de sucesso para a conclusão do secundário ( nosso 12º ano ) é de praticamente 100%. Elucidativo, no mínimo, mesmo se eu não me dei ao trabalho de confirmar essa estatística, ( até porque quem deu a conhecer essa estatística no programa da Antena 1 me merece a maior credibilidade ) ou mesmo que ela possa, eventualmente, ter algum desvio que favoreça mais o desempenho do nosso sistema de ensino.
Podemos ter uma economia a definhar por causa da crise internacional que minou as finanças da europa e o seu sistema produtivo e que, por tabela, nos atingiu, mesmo descontando que a capacidade da nossa economia para resistir ao ciclo das crises é muito menor que a dos restantes países. Podemos demorar mais ou menos tempo a recuperar deste mau momento económico. Podemos suportar as adversidades e os sacrfícios que nos são impostos, facilmente, já que nunca nos habituámos a viver sem que esse panorama não fizesse parte do nosso quotidiano enquanto nação. Podemos até aceitar que dificilmente nos chegaremos ao pelotão da frente constituido pelos países mais ricos da união europeia. Podemos dar mil e uma desculpas para que isso tudo nos aconteça, ou arranjar melhores ou piores justificações para o nosso endémico atraso económico e até civilizacional. O que não podemos é hipotecar o nosso futuro como está a acontecer com a educação. 60% de jovens que não conseguem completar o 9º ano de escolaridade é um numero brutal e violento e que quer dizer que somos muito mais do que um pais adiado ou atarantado; somos um país destinado a implodir dentro de muito poucos anos.
Não discuto aqui causas ou responsabilidades, mas posso ver as consequências a curto, médio prazo, desta bomba relógio que temos entre mãos. E o problema é que parece ninguém se dar conta disso. Nem tudo se resolve com certificação de competências. A incompetência não pode ser certificada. O facilitismo, o "assobiar para o lado" ou "empurrar com a barriga para a frente", não nos levam a lado nenhum ou, se levam, não será concerteza a um lado agradável.
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Jacinto Lourenço

quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

A Vida não é um Prémio...

Sobre o texto editado aqui, no Ab-Integro, ontem, com o título "A democracia do terramoto do Haiti", ocorre-nos a frase de alguém que expressava na televisão, num qualquer jornal da noite, o seguinte: "O terramoto foi a coisa mais democrática que aconteceu no Haiti; não escolheu as vítimas, matou ricos e pobres". A frase levar-nos-ia para uma reflexão mais suada sobre o valor da vida ou de como este deverá ser equacionado, reflexão que não faremos aqui e agora. No entanto, e após a publicação do texto que citámos acima, constata-se que há realmente alguma falta de verdade na frase que reproduzo. Num país como o Haiti, onde sobreviver se conseguia até à data do terramoto com cerca de €1,00 por dia, e agora se fará seguramente por muito menos, a diferença entre estar vivo ou morto fez-se também, pelos vistos, pela qualidade construtiva dos edifícios, que denotam, claramente pelo facto de se terem mantido de pé nos bairros ricos, a capacidade que os seus proprietários tiveram para pagar construção superior à generalidade das casas que cairam na capital, Port au Prince. Isto diz-nos muito sobre justiça e injustiça das condições de vida num país e da distribuição desigual da riqueza que é gerada nesse país. É difícil aceitar que se morra ou viva apenas porque se é pobre ou rico; a vida não é um prémio e a morte não é uma penalidade, pelo menos caso em análise. Não se pode culpar Deus por aquilo que os homens fazem à riqueza que produzem. Não se pode aceitar que, para alguns viverem no fausto, outros vivam na miséria mais degradante. E isto é válido para o Haiti ou para qualquer outra parte do mundo. Não consigo ( nem posso ) esperar que os homens resolvam este problema, pois historicamente se comprova que, de cada vez que o pretenderam fazer, a solução tornou-se num novo problema. É por isso que, como cristão, a minha intervenção não se pode limitar ao círculo fechado de uma igreja ou de uma comunidade cristã. Há uma comunidade mais alargada que espera que eu ponha em prática o meu cristianismo, tal como o aprendi de Cristo. Quebrar o jugo da injustiça que se abate sobre uma parte significativa da humanidade é meu dever e vocação. Ficar à espera que os outros o façam no meu lugar, é continuar a apostar na presença ou ausência de democracia na morte e na vida das pessoas.
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Jacinto Lourenço

quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

A "Democracia" do Terramoto do Haiti ...

[ Titulo original do texto : Milionários escapam ilesos da destruição do terramoto ]
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A 5 minutos da base militar brasileira de Porto Príncipe e a 20 minutos do aeroporto, um condomínio de luxo no alto da montanha assusta quem passou os últimos dias na parte baixa da cidade. O terremoto que destruiu a pobre capital do Haiti, no dia 12, não deixou marcas na parte rica. Os milionários escaparam da tragédia - um contraste com as ruas destruídas e o cenário de escombros, lixo, bichos, corpos, saques e violência. Das 300 casas do condomínio Belvil, visitado ontem pelo Estado, apenas 5 foram afetadas, mas sem grandes proporções. Não houve vítimas. Quem passa por ali não sente qualquer cheiro da desgraça que tomou conta da capital do Haiti há duas semanas. Bel Air e Cité Soleil, bairros pobres e em frangalhos após o terremoto, ficam a 20 minutos de Belvil. As mansões do condomínio estão intactas, com os carros e jipes importados na garagem e nas ruas. A eletricidade está em perfeitas condições. Do lado de fora, seguranças de empresas privadas vigiam as ruas com espingardas em punho por US$ 70 mensais. Alguns deles perderam casas e parentes no tremor de terra. [...]
Aceder ao texto integral no PavaBlog

Aguenta HAITI...

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Via PavaBlog

" Experiência Capitalista "

HOJE EM DIA nenhum sistema religioso cristão bem-sucedido ousa acenar com promessas para a vida futura. Para serem ouvidos, incansáveis mensageiros evangélicos despejam em rádios e programas de televisão as mesmas esperanças de prosperidade financeira e pessoal oferecidas pelo capitalismo. Uma felicidade que não seja para esta vida não interessa aparentemente a ninguém, mas a felicidade prometida para esta vida pode controlar quem quer que seja."

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Paulo Brabo in Bacia das Almas *** Via Laion Monteiro

terça-feira, 26 de janeiro de 2010

Visita Guiada a Auschwitz

[ Tituilo original do artigo: El horror es una cosa familiar ]
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Chegar a Auschwitz é chegar a um parque temático. Um sector de lazer com bares, restaurantes, pizarias, lojas e parques de estacionamento, estende-se ao seu redor como parte integrante do complexo. Nada é deixado ao acaso. O campo, ainda que conservado melhor que muitos outros ( os barracões são construidos em tijolo porque faziam parte de um antigo quartel do exército polaco ), é "escondido" pelos organizadores da visita. O visitante não lhe pode aceder directamente sem passar pelo circuito que o museu impõe. Formam-se grandes filas para comprar o bilhete, outra fila ainda para recolher os auriculares com os quais se pode escutar o obrigatório guia ao longo de um percurso de três horas numa visita algo apressada. A câmara de gás e o crematório I ( reconstruidos ), são despachados em apenas cinco minutos e uma hora somente é quanto basta para concluir a visita do campo de Birkenau ( Auschwitz II ) que dista três quilómetros do primeiro complexo. [...]
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Continuar a ler AQUI, em castelhano, no jornal El Mundo

"Procuram-se Anti-Heróis"

Há alguns anos, Lance Morrow escreveu na revista “Time” que “ser famoso é, entre as ambições humanas, a mais universal. Quem, a não ser monges e freiras, se contenta com a simples atenção de Deus? Quem busca ser obscuro na vida? Em nossa sociedade, ser obscuro é ser fracassado”. Realmente, o mundo está lotado de gente correndo pelos primeiros lugares. Já se disse que quem chega em segundo não é vice, apenas o primeiro entre perdedores. Somos seduzidos pelas luzes e holofotes feito mariposas. O Ocidente alimenta o sonho do heroísmo; a modernidade, calcada na ideia do progresso, acena que a felicidade depende de conquistas; e a espiritualidade que se difundiu no hemisfério sacraliza ideais ufanistas.

Especialistas em planejamento estratégico, gurus em autoajuda e neurolinguistas repetem a fórmula da eficiência, competência, excelência, como estradas para o sucesso. A vida se transforma em uma guerra na qual os mais fortes sobrevivem. O esforço de ser campeão cria a necessidade de suplantar os outros. Importa conquistar o pódio dos grandes ídolos. Os menos hábeis que pelejem para não serem extintos.

Será que anônimos, gente simples, que jamais ganharão um Prêmio Nobel, merecem o desprezo que sofrem? Devem ser tratados como fracassados aqueles que nunca serão manchete de jornal? A indústria do espetáculo torna difícil acreditar que muita gente leve uma vida bonita sem as luzes da ribalta.

A cosmovisão moderna foi criticada em “Crime e Castigo”, de Dostoievsk Raskólnikov, personagem principal, classifica a humanidade em seres “ordinários” e “extraordinários”. Para justificar um assassinato, ele afirma que os “ordinários” são as pessoas que vivem uma vida despretensiosa, sem grandes desdobramentos para a macro-história. Esses podem ser sacrificados pelos “extraordinários”, que são os responsáveis pela condução da história. Impressionado por Napoleão ter derramado tanto sangue e mesmo assim ter sido perdoado pela história, Raskólnikov se comporta como uma pessoa “extraordinária” e assassina duas vidas.

O mundo, entretanto, não precisa de heróis, mas de anti-heróis. Gente que ame a discrição mais que o espalhafato, que valorize a intimidade relacional mais que a superficialidade, que veja beleza na candura mais que na sofisticação e que não fuja de sua fragilidade humana. O desabafo de Fernando Pessoa em “Poema em Linha Reta” merece ser mencionado: “Quem me dera ouvir de alguém a voz humana/ Que confessasse não um pecado, mas uma infâmia;/ Que contasse, não uma violência, mas uma covardia!/ Não, são todos o Ideal, se os ouço e me falam./ Quem há neste largo mundo que me confesse que uma vez foi vil?/ Ó príncipes, meus irmãos,/ Arre, estou farto de semideuses!/ Onde é que há gente no mundo?”.

O evangelho não incentiva a busca do sucesso. Jesus, discretíssimo, jamais aceitou a lógica do triunfo. Ele exerceu o seu ministério nos confins da Galileia e não em Jerusalém; escolheu pescadores rudes como discípulos; priorizou alcançar marginalizados, pobres e esquecidos. Não cedeu ao apelo de ir para Atenas, mas foi para Jerusalém morrer. A lenta transformação do cristianismo em um sistema religioso com heróis de renome, ícones aplaudidos e mitos idealizados não tem nada a ver com o projeto inicial do carpinteiro de Nazaré.

Cristianismo não é espectáculo. Nem sequer louvor significa show. Não se pode confundir profeta com animador de auditório nem evangelista com mascate. Púlpito não pode virar palco; nem sacristia, camarim. Esperança não se vende, nem milagre deve ser trampolim para a glória.

Paulo afirma em 1 Coríntios 4 que os líderes se consideram como despenseiros dos mistérios de Deus, e dos despenseiros requer-se tão-somente que sejam fiéis. Deus não premia sucesso, e sim integridade. Mulheres e homens anônimos, que trabalharam a vida inteira em asilos, comunidades indígenas, orfanatos, favelas, centros de reabilitação de alcoólicos, não malograram; pelo contrário, estes são os que a epístola aos Hebreus descreve como aqueles dos quais “o mundo não é digno”. Eles são sal da terra e luz do mundo. Nunca a fé cristã dependeu tanto desses anônimos que seguem os passos de Jesus.

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Soli Deo Glória

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Via Ricardo Gondim

"Vulnerabilidade Humana e Confiança em Deus"

"Pois assim diz o Senhor Deus, o Santo de Israel: Voltando e descansando, sereis salvos; no sossego e na confiança estará a vossa força" Isaias 30:15
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Vivemos em tempos de muita instabilidade. Por onde quer que olhemos, não há nada permanente na fixidez de seu lugar. O mundo, nosso morada, nunca foi tão inóspito com seus moradores. As relações humanas, nosso porto seguro, nunca foram tão liquidas e instáveis. As instituições, nossa base social, nunca estiveram tão fragilizadas.
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Vivemos desconfiados em relação a tudo e a todos. Somos obrigados a conviver com o terror de uma crise econômica mundial, com ameaça de pandemia, com cataclismas naturais que abalam os fundamentos da terra, com desigualdades sociais obscenas, e ameaças de conflitos mundiais. Em meio a tudo isso, lá está o homem, correndo atrás de interesses particulares, impedindo a confiança mútua e a fraternidade. Mundo, relação e instituição, em abalo, por vendavais de instabilidade.
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Cada individuo é sempre filho de sua época, dizia Hegel, portanto, se vivemos um tempo de instabilidade, não é surpresa encontrar no homem desta época uma natureza instável. Tal natureza é geradora de uma séria de conflitos internos, haja vista o grande número de pessoas atormentadas por distúrbios psicológicos. Em meio a esses conflitos alguns procuram refugiar-se na aparente quietude do “eu interior”, outros depositam confiança no dinheiro, outros na falsa transcendência das drogas e outros no ópio das religiões. A despeito de todas tentativas, a desconfiança permanece. Esta está fora e dentro de nós.
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É aqui que somos chamados a confiar em Deus, nossa Rocha de Refugio. Somos desafiados a descansar na sombra do Altíssimo ainda que a figueira não dê mais frutos. Isaías no trecho que abre este texto, exorta Israel para que confie em Deus em meio as instabilidades. O império Assírio havia destruído e dispersado o povo do norte e agora ameaça o povo do sul. A tragédia de Israel foi refugiar-se a sombra de Faraó quando a instabilidade tornou-se insuportável ao invés de confiar em seu Deus. O problema é que o Egito era frágil demais para abrigar em segurança o povo de Israel.
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Somos chamados a desenvolver, em meio as instabilidade da vida, uma confiança "cega" em Deus. Devemos confiar que o Senhor é o Senhor da história e da nossa vida. Somente assim poderemos olhar para a realidade que nos cerca, e ao invés de ver um barco afundando, ver um Redentor redimindo toda a criação. Deus está trabalhando para redimir o mundo e não para destruí-lo. Esta é minha utopia cristã, esta é a agenda do Reino.
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Por Daniel Grubba *** Via Púlpito Cristão

segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

" O Colapso da Sociedade "

O profeta Miquéias fez um diagnóstico da sociedade do seu tempo. Dois mil e setecentos anos se passaram e os problemas identificados naquele tempo parecem ser os mesmos. Os tempos mudaram, mas o coração do homem é o mesmo. Os mesmos problemas que levaram a nação de Judá ao colapso, ainda hoje ameaçam a nossa civilização de uma bancarrota. Que problemas são esses?
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1. A exploração dos pobres pelos ricos (Mq 2:1,2) - Os ricos imaginavam a iniquidade no coração em seus leitos e à luz da alva o praticavam, porque o poder estava em suas mãos. Eles cobiçaram campos e os arrebatavam. Cobiçavam casas e as tomavam. Eles faziam violência aos pobres ao criarem leis e sistemas de opressão para assaltar o direito do pobre. Eles faziam as leis, manipulavam as leis, escapavam das leis, porque se colocaram acima das leis. Todo o sistema econômico agia em benefício dos poderosos. Os pobres não tinham vez nem voz. Eles viviam oprimidos, amordaçados, perdendo seus bens, suas famílias e até mesmo sua liberdade.
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2. A corrupção dos políticos inescrupulosos (Mq 3.1-3) - A classe política de Judá havia se corrompido a tal ponto de Miquéias chamá-los de canibais. Eles comiam a carne do povo, arrancavam a pele e esmiuçavam os ossos. Eles aborreciam o bem e amavam o mal. Em vez dessa liderança política conhecer e exercer o juízo agia de forma draconiana oprimindo o povo, cobrando impostos abusivos para ostentar seu luxo nababesco. Quando o injusto governa o povo geme. Quando a injustiça prevelece, a nação se desespera.
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3. A injustiça clamorosa do poder judiciário (Mq 3.11) - Não apenas a classe política havia naufragado no mar profundo do lucro imoral, mas também, o poder judiciário que deveria fiscalizar com justiça os atos do governo também havia se capitulado à sedução da riqueza ilícita. Miquéias diz que eles davam as sentenças por suborno. Eles não julgavam conforme a justiça nem pelo critério da verdade. Os pobres não tinham chance de defender sua causa, porque os juízes eram subornados e as sentenças eram compradas.
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4. A decadência generalizada da família (Mq 7.6) - A decadência da sociedade de Judá procedia do palácio, passava pelo poder judiciário e descia à estrutura familiar. As famílias não eram mais redutos de reserva moral, mas campos de guerra. O conflito havia se instalado dentro da própria família. Os filhos desprezavam os pais, as filhas se levantavam contra as mães, as noras se levantavam contra as sogras, e os inimigos do homem eram os da sua própria casa. A família em vez de ser uma contra cultura numa sociedade decadente, era o espelho dessa sociedade. O mal que estava destruíndo a nação estava instalado no núcleo mais íntimo da nação, a família.
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5. A apostasia galopante da religião (Mq 3.11) - A religião judaica devia ser como um facho de luz no meio da escuridão da idolatria pagã. Os judeus tinham a Palavra de Deus. Eles eram o povo da aliança. Eles foram escolhidos por Deus para ser luz para as nações. Mas, em vez do povo de Deus influenciar o mundo, foi o mundo que influenciou o povo de Deus. A religião deles tornou-se contaminada pelo fermento do lucro. Seus sacerdotes ensinavam por interesse, os seus profetas adivinhavam por dinheiro. O amor do dinheiro e a ganância pelo lucro fácil corrompeu-lhes a alma e fê-los cair nas teias insidiosas da apostasia. Esse não é apenas o diagnóstico de uma sociedade remota, esse é o retrato da sociedade brasileira. Não podemos nos calar. Não podemos nos conformar. É tempo de nos levantarmos e agirmos!
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Por Rev. Hernandes Lopes Dias *** Fonte: Sepal *** Via Hermes Fernandes

« 'Potestas' e 'auctoritas' »

Mesmo não entrando em tecnicismos, esta distinção que os romanos faziam entre potestas e auctoritas pode ser fundamental, concretamente para os tempos que atravessamos.

Claro: há muitas formas de poder, desde os órgãos de soberania ao poder da moda, e Max Weber, por exemplo, distinguiu vários tipos de poder: legal, carismático, tradicional. Mas, aqui, poderíamos dizer, ainda que simplificando muito, que a potestas - vem de potis, com o significado de senhor de, que exerce o poder sobre - tem a ver com o poder no sentido institucional. Assim, os magistrados têm poder, os presidentes de câmara têm poder, os deputados, os bispos, os ministros, os presidentes de junta de freguesia, os polícias, os pais, os padres, os generais, os professores... têm poder. As sociedades humanas não podem subsistir sem o exercício do poder. Há sempre o poder enquanto domínio para que os grupos possam viver organizadamente e sem violência.

Auctoritas - vem do verbo augere, que significa fazer crescer, aumentar, donde vem também auctor, com o sentido de aquele que faz crescer, aquele que produz e, consequentemente, autor (de uma obra artística ou literária) - significa cumprimento, realização, aquilo que tem autoridade ou constitui prova, o que serve de modelo, e pode ter sentido jurídico, mas, no nosso contexto, tem a ver com excelência pessoal e força intelectual e moral de atracção, de congregação e orientação.

Há, neste quadro, um passo muito significativo do Evangelho segundo São Mateus. Jesus disse- -lhes: "Sabeis que os chefes das nações as governam como seus senhores e que os grandes exercem sobre elas o seu poder. Não seja assim entre vós. Pelo contrário, quem entre vós quiser fazer-se grande seja o vosso servo; e quem no meio de vós quiser ser o primeiro seja vosso servo. Também o Filho do Homem não veio para ser servido, mas para servir." Jesus não põe em causa concretamente o poder político, mas quer que os discípulos não adoptem o seu modelo de exercício. Note-se, aliás, que ainda hoje, mesmo no contexto político, os governantes são designados pelo termo "ministro", sendo seu chefe o "primeiro-ministro", que vem do latim minister, que significa servo, aquele que serve.

Neste contexto, percebe-se que potestas e auctoritas deveriam caminhar juntas e entrecruzadas. Quando isso não acontece, surgem inevitavelmente problemas. Vejamos exemplos.

Os pais, pelo facto de o serem, têm o poder paternal. Mas o que acontece, quando não há força moral, capacidade pessoal de inteligência, de afecto, de competência emocional para exercê-lo no sentido da tal auctoritas, no sentido de fazer crescer e aumentar os filhos em humanidade digna?

Qual é o critério de escolha dos bispos? E se a sua potestas - ou a dos padres - não é acompanhada de competência humana e cristã, de inteligência lúcida e corajosa na defesa dos direitos humanos, da força adulta do amor que serve?

E quando aos políticos em geral e às chamadas "autoridades civis e militares " - tradicionalmente, os jornais referiam a presença das "autoridades religiosas, civis e militares" - lhes falta competência intelectual, técnica, moral? Quando à função de deputados ou "ministros" só restasse o nome?

Quando os estudantes descobrem que um professor é incompetente, é melhor pôr-se a salvo.

Julgo que praticamente ninguém porá em dúvida que Jesus é a figura mais influente da História. No entanto, é impressionante verificar que ele não tinha qualquer poder institucional. Não era sacerdote, por exemplo, nem pertencia a nenhuma estrutura de poder oficial, civil, política ou militar. No entanto, seguiam-no multidões, e o Evangelho diz a razão: "Ensinava com autoridade." Cá está aquela autoridade, que, como diz o étimo, faz crescer e aumentar. Os homens e as mulheres que entraram em contacto com ele sentiram-se aumentados em humanidade, em liberdade e dignidade. Ficaram fascinados pela sua relação íntima com Deus e com a força libertadora do encontro. A sua identidade tinha-se transformado e agora eram outros, numa existência digna e com futuro.

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Prof. Anselmo Borges *** in Diário de Notícias de 23 de Janeiro de 2010

sábado, 23 de janeiro de 2010

"Reconhecidos pelos Frutos"

Eu acredito na contemporaneidade dos dons espirituais, e penso que os dons são extremamente importantes para a edificação do corpo de Cristo. Contudo, a comunidade de Jesus, precisa desesperadamente ser conhecida pelos frutos e não pelos dons. O que pode ser mais claro que a indicação de Jesus "E sereis conhecidos pelos frutos"? De nada vale falarmos as línguas dos homens e dos anjos, tivermos todo o conhecimento e a fé, entregarmos tudo aos pobres, se não amarmos uns aos outros (I Co 13.1-3)?. Na atual situação teológica da igreja brasileira (seria um caos?) os dons são tão mal compreendidos, e os frutos tão timidamente incentivados, que muitos reconhecem e caracterizam o servo de Deus, tão somente, como aquele que flui nos dons espirituais. Tem consideração entre nós aquele que cura em nome de Jesus, faz milagres, ora em línguas estranhas, profetiza, berra no microfone, faz alguns actos proféticos e assim por diante. Mas Jesus nos alertou em Mateus 7.22-23 para que não sejamos tão inocentes: Muitos me dirão naquele dia: Senhor, Senhor, não profetizamos nós em teu nome? e em teu nome não expulsamos demônios? e em teu nome não fizemos muitas maravilhas? E então lhes direi abertamente: Nunca vos conheci; apartai-vos de mim, vós que praticais a iniqüidade. A igreja brasileira é constituída majoritariamente por membros de denominações carismáticas, e isso indica que estamos adornados pelos dons, exatamente como aquela figueira cheia de folhas em Betânia que chamou a atenção de Jesus quando ele teve fome. Mas para infelicidade da nação, estamos sem frutos, e nós sabemos o que Jesus fez com a figueira sem frutos. Somos como a igreja de Corinto, sem dúvida era a igreja que mais fluía nos dons espirituais, e também a mais problemática e escandalosa das igrejas neotestamentárias. Muitos são tachativos em dizer que estamos passando por um período de avivamento sem precedentes na história do país. Geralmente justificam esta afirmação baseando-se nos aspectos quantitativos. De fato, estamos crescendo quantitativamente, nossos templos estão cada vez maiores, as igrejas cada vez mais ricas, mas e a qualidade? Não podemos esquecer que o islã também não para de crescer no mundo inteiro (isto é sinal de avivamento islâmico?). Deveríamos ficar maravilhados não com o tamanho da igreja, que alimenta nosso orgulho ferido evangélico, mas com vidas e sociedades verdadeiramente transformadas. Definitivamente não sou contra os dons, mas acredito que deveríamos incentivar com mais veemência os frutos. Desejo o avivamento, uma revolução de santidade em nossa nação, mas rejeito este pseudo-avivamento, onde o que mais importa é exaltar a placa da igreja. O avivamento que desejo é semelhante ao Grande Reavivamento (XVIII) ocorrido na Inglaterra, através da figura de John Wesley e seus pregadores. Ali havia dons, mas principalmente frutos. E os frutos eram tão abundantes, que uma sociedade corrompida como aquela, desde a alta aristocracia até os "bárbaros" mineiradores, foi completamente impactada.
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Daniel Grubba *** Via Soli Deo Gloria

Insólito: pastor cristão-evangélico Brasileiro converte-se ao islamismo

[ Titulo original do texto: o pastor que virou muçulmano ]
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Na segunda semana de janeiro fui surpreendido com uma notícia angustiante: “Pastor da Assembleia de Deus converte-se ao islamismo”. Fiquei chocado! Triste, angustiado, revoltado... Enfim, fiquei sem entender. Passados alguns dias desde que esta notícia se tornou pública e correu o Brasil, resolvi manifestar-me. Vamos aos factos. O senhor João de Deus (esse é o seu nome próprio) iniciou a sua vida ministerial na Assembleia de Deus da cidade de Itabaiana, interior da Paraíba a mais de 20 anos atrás. Por volta do final dos anos 90, juntamente com um grupo de pastores saiu da Assembleia de Deus Missão (como é denominado aqui nessa região as igrejas ligadas a CGADB) e se filiou a Assembleia de Deus Ministério de Madureira, com sua sede no bairro do Cristo Redentor. Em pouco tempo alguns destes pastores que foram para a Assembleia de Deus de Madureira, formaram ministérios autônomos ligados a Convenção Nacional de Madureira, inclusive João de Deus que fundou a “Assembleia de Deus Ministério de Madureira, campo Deus é fiel”. A filha de João de Deus, segundo consta, se mudou para Dubai, Emirados Árabes, e lá se casou com um árabe muçulmano bem abastado financeiramente. Ao visitar sua filha, voltou com algumas ideias diferentes. Segundo membros da igreja, quando ainda era o pastor da igreja proibiu o irmãos a exercerem os dons espirituais, o que causou um esfriamento na igreja – segundo relatos de irmãos desta referida igreja. Antes deixar a liderança da igreja (a informação que foi passada para a igreja é que ele iria morar com a filha em Dubai, e por isso estaria entregando a direção da igreja), João de Deus, firmou um acordo no qual receberia uma quantia de dinheiro por 36 meses (uma espécie de indenização). Porém, ainda não havia se declarado muçulmano (embora já o fosse no coração). Quando passou a igreja a outro pastor, então declarou-se muçulmano. Os irmãos da igreja se sentem traídos, pois, no mínimo ele agiu de má fé ao firmar esse acordo financeiro já sendo muçulmano. Bem, estes são os factos que são largamente conhecidos na cidade de João Pessoa, inclusive por uma carta feita pelo próprio João de Deus e lida na sua antiga igreja. Bem, então vejamos: Conheci João de Deus já no campo "Deus é fiel", participamos em algumas reuniões na associação de pastores da cidade. Também nos encontrámos no treinamento do Projecto " Minha Esperança", onde ela era o representante da Convenção de Madureira na Paraíba. A impressão que tive dele foi a de um homem de pouca expressão, pouco carisma, e de pouca argumentação (digo argumentação no sentido de ter base para se criar um argumento sólido e clareza nas posições). Ainda há aqueles que o conhecem bem e dizem que na verdade ele não foi seduzido pela doutrina islâmica, mas pelos “petrodólares” oferecidos depois que ele se tornasse um líder muçulmano. A verdade é que João de Deus apostatou da fé, pois nega a divindade de Cristo, a sua volta iminente, a Trindade, e assim como Alexandre e Demas, que, como disse Paulo, amou o presente século, nos tem causado muitos males. João de Deus foi um obreiro inexpressivo, de palavras inexpressivas e posso dizer sem convicção. Pois na sua entrevista para um jornal da cidade ele disse que sempre teve problemas com a data do Natal ser 25 de dezembro! Ora, qualquer crente sabe que tanto faz a data que se comemora o nascimento de Jesus, pois o que importa é o dia em que Ele veio ao nosso coração e mudou a nossa vida. O que importa é que um dia Deus interveio na história humana e enviou o Seu Filho para que todo aquele que nele crer não pereça, mas tenha a vida eterna (Jo 3.16). Quando passar essa surpresa inicial, ele continuará sendo uma pessoa inexpressiva e o campo que ele enganou e abandonou, com a graça de Deus crescerá (o que não aconteceu quando ele liderava), ele será esquecido e a igreja seguirá caminhando, pois disse Jesus: “...sobre esta pedra edificarei a minha igreja, e as portas do inferno não prevalecerão contra ela” (Mt 16.18).
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Por Eduardo Alves, em Terra de Gigantes. *** Via PavaBlog

sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

" O Rasto de um Gato Cósmico"

( Imagem El Mundo )
O Observatório Europeu do Hemisfério Sul ( ESO ) conseguiu captar uma imagem surpreendente da nebulosa " Pata de Gato" ( oficialmente a NGC 6334 ). Trata-se de uma nuvem de gás e pó onde numerosas estrelas se estão a formar, perto do coração da Via Láctea.
A Nebulosa, que brilha intensa intensamente, foi observada pela primeira vez pelo astrónomo britânico John Hershel em 1873, durante uma sua viagem pelo Sul de África. Utilizando um dos telescópios mais potentes do seu tempo, Hershel só pode pode observar uma parte, a mais brilhante, na zona inferior esquerda. [...].
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Continuar a ler AQUI no Jornal El Mundo

"Era uma vez um Juíz de 30 anos"

Um jornalista da RTP, José Ramos e Ramos, realizou um trabalho para o programa “Linha da Frente”, que foi emitido no dia 20 do corrente. A peça dissecava o caso de Maria, uma menina com 8 anos, que vivia em Fronteira com os pais, e envolvia Nuno Bravo Negrão, um jovem juiz, de 30 anos, que foi chamado a decidir sobre a vida desta criança e destes pais separados.

Como a menina tinha uma grande rejeição pelo pai e chorava baba e ranho de cada vez que era chamada para ir passar o fim-de-semana com ele, o jovem juiz decidiu puni-la com o internamento compulsivo num orfanato, não sem que antes tenha dado uma de “educador parental”, apesar da sua pouca idade (será casado? há muito tempo? terá filhos?), através de um filme brasileiro exibido no seu computador (seria um filme pirata?) aos pais desavindos, com o título “A morte inventada”, tendo concluído decerto com uma rigorosa lição de moral a ambos. [...]

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Ler todo o texto AQUI no blogue A Ovelha Perdida

" A Percepção do Tempo na Perspectiva da Eternidade"

...Quanto mais avançamos no tempo, mais rápido ele parece passar. De uma natal para o outro é um pulo. Se pudéssemos, pelo menos, congelar o tempo! Ou quem sabe, manter nossos filhos sempre crianças, e nosso cônjuge sempre jovem!
Embora pareça que o tempo se acelere com o passar do tempo (desculpe a redundância!), o fato é que nossos anos continuam tendo 365 dias, nossos dias continuam tendo 24 horas, e nossos minutos ainda têm 60 segundos. O tempo continua o seu percurso sem qualquer alteração. É nossa percepção que muda, devido a nossa consciência.
Para exemplificarmos a relatividade da percepção que temos do tempo, imagine os 50 segundos vividos numa montanha russa. Eles parecem uma eternidade. Ou ainda: quanto tempo pareceu durar sua última visita ao dentista? O barulho daquele motorzinho fez com o tempo se prolongasse. Mas quando você está numa atividade prazerosa, que você gostaria que se estendesse um pouco mais, parece que o tempo voa. Contudo, não é o tempo que se altera. Ele permanece o mesmo. O que muda é a percepção que se tem dele. [...]
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Por Hermes Fernandes *** Ler texto integral AQUI no Genizah

quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

"Abraão, o Intercessor"

Génesis 18:16-33
Após a partida dos dois anjos, Deus revelou a Abraão o que iria fazer às cidades de Sodoma e Gomorra. Ele iria destruí-las. O motivo para isso era a sua iniquidade cujo clamor havia chegado aos céus. Deus viria exercer juízo sobre duas cidades que se encontravam numa impiedade tal que fazia com que o único remédio fosse a destruição total. Com esta revelação, Deus estava mostrando que não era o Deus de uma tribo somente, nem de um povo só, nem de uma instituição. Ele era, e é, o Juiz de toda a terra. Deus estava mostrando que, apesar da queda e do afastamento do homem por causa do pecado, Ele continua supervisionando a sua criação a fim de que a terra não se torne um lugar impossível de habitar. Ao receber a revelação do que iria acontecer com a cidade onde o seu sobrinho morava, Abraão fez o que nós devemos fazer, começou a interceder pelas cidades. Ainda hoje, Deus mostra determinadas coisas que irão acontecer tanto a nós quanto com outras pessoas. Não era só Abraão que era amigo de Deus. Aos seus amigos de hoje, Deus revela coisas acerca de eventos futuros. Mas, nós não devemos render-nos a um fatalismo do tipo “o que tiver que acontecer acontecerá”, pois, através de nossas orações, muitas coisas podem mudar. Através do diálogo entre Deus e Abraão, vemos que não é simplesmente pela iniquidade dos homens que vem o juízo de Deus, e sim, pela ausência dos justos. Se houver pelos menos dez justos numa cidade, há esperança para ela. A falta do “sal da terra”, trás a deterioração e degeneração a este mundo. A oração de Abraão não fez com que Deus mudasse de idéias em relação à destruição das cidades, mas fez com que seu sobrinho fosse tirado de lá antes desta destruição chegar. Sempre há algo que Deus pode fazer em resposta às orações de seu povo.
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Por Pr. Edmilson *** Via Genizah

Ideologia do Século XIX

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Via PavaBlog

"Eu Quero Morrer ! "

Eu quero morrer”, quantas vezes eu disse esta frase. Quantas vezes planeei efectivar essa acção. Quantas cartas de despedida escrevi. Quantos momentos ponderei qual seria a morte mais dolorosa, a mais rápida, a mais fácil. Perdi a conta de quantas. Perdi a conta dos momentos sem conseguir sair da cama. Pode parecer exagero, mas só quem sente uma dor emocional tão grande que destrói a sua força física, sabe o quão pesada e devastadora ela pode ser.

Durante muito tempo e em inúmeros momentos planeei realmente a minha morte. Nunca estive perto de finalizar. Passei a ver esse desejo de várias formas. No meu caso, foi uma vontade profunda de culpar o mundo por algo que acontecia dentro de mim, foi uma falta de visão, falta da sensação de “amor”, já foi medo por uma perda, medo pelo futuro… Um matiz indescritível de motivos que justificariam o acto para mim, mas não o justificariam para outros. [...]

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Ler texto integral AQUI no Solomon

quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

"A Perigosa Tarefa de Desvendar o Passado"

...Cada descoberta, claro, tem o seu preço. Além de muito trabalho e perseverança, Rodrigo Silva, volta e meia, é envolvido numa situação de perigo. Em 2001, no auge da Intifada, o pesquisador alugou um carro com placa israelita e dirigiu-se a Nazaré, área sob administração palestina. “Errei o caminho e fui atacado com paus e pedras pelos moradores da região, que devem ter pensado que eu era judeu.” No sufoco, fez o que qualquer crente faria – pediu socorro a Deus. “A ajuda veio através de outro motorista, que acenou para que eu o seguisse. Nem sei de onde veio o sujeito, mas ele me indicou o caminho certo e fugi dali”, lembra, divertido. Há dois anos, Silva fazia escavações em Tel Dan, próximo ao Mar Mediterrâneo, quando estourou um conflito entre Israel e Líbano por causa do sequestro de dois soldados israelitas pelo grupo radical Hizbolla. “Eu só ouvia os caças israelitas passando por cima da minha cabeça e depois o estrondo das explosões dos mísseis.” Por segurança, todos os arqueólogos foram retirados da região. Mesmo assim, Rodrigo Silva não desiste do trabalho: “O que me move é a paixão pela descoberta, pois confio no cuidado e proteção de Deus”, afirma, cheio de fé. [...]
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Ler texto integral AQUI na Revista Cristianismo Hoje

Que raio de cristianismo é este?

Depois dos tristes comentários de Pat Robertson, do Cônsul do Haiti e do blogueiro Julio Severo, todos fiéis servidores de Jeová Cerol, este “deus” vingativo que estabelece a sua justiça por meio de catástrofes naturais e fala através de pastores legalistas e blogueiros esquizofrénicos não pude deixar de me perguntar o porquê desta gente dizer que serve a Jesus... Já que a mim, me parecem mais sintonizados com um destes deuses pagãos, cultuados por gente igualmente maluca que se sente compelida a matar gente inocente em troca de um bacanal com 40 virgens num motel celestial qualquer... Esta entidade a quem estas pessoas servem não me parece Jesus, que de facto cumpriu toda a lei, mas que veio libertar-nos com o Seu Amor e o Seu sangue inocente vertido pelos nossos pecados. Que raio de cristianismo é este que esta gente prega? Um deus que mata a todos os que abomina? Desde quando Deus nos trata como merecemos? [...]
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Titulo original do artigo: "Cansei de jeová cero e desta turma que o cultua"
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Se quiser pode continuar a ler o texto AQUI no Genizah

"Descoberto Templo do Século III antes de Cristo"

( imagem ilustrativa não correspondente )

Uma missão arqueológica egípcia descobriu na Alexandria os restos de um templo ptolomaico dedicado à deusa Bastet e pertencente à rainha Berenice, esposa de Ptolomeu III, cuja construção remonta ao século III antes de Cristo, escreve a Lusa. Segundo o Conselho Supremo de Antiguidades egípcio (CSA), a expedição, liderada por Mohamed Abdel Maqsud, também desenterrou 600 diferentes objectos da mesma época. As escavações de rotina que deram com o templo - com 60 metros de largura - foram realizadas na zona de Kom al Dika, na cidade egípcia de Alexandria, dentro de uma área militar. Tudo indica que o templo fosse dedicado a Bastet, divindade feminina da protecção e da maternidade porque entre os objectos encontrados estavam três figuras da deusa, uma delas representada com um gato. Foram ainda encontradas esculturas em pedra de um menino e de uma mulher, recipientes em barro, estátuas em bronze e louça de diferentes divindades do antigo Egipto, figuras de terracota dos deuses Harpócrates e Ptah. Abdel Maqsud considera que esta descoberta é o primeiro traço da verdadeira localização dos aposentos reais das dinastias que governaram esta milenária cidade mediterrânica.
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terça-feira, 19 de janeiro de 2010

"A Bíblia, a Verdade e a Existência de Deus"

Perguntou Pilatos: - O que é a verdade?
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Interessante como muitos de nós lemos a Bíblia como um livro de comprovações da existência de Deus. Neste critério de leitura, quando se quer provar tal coisa, apresentam-se os textos passíveis de confirmação pelo saber humano, tais como o peso do ar no livro de Jó ou a redondeza da Terra em Isaías, além de outros. Por outro lado, nada se fala sobre os outros inúmeros textos que além de não se poder comprová-los, ainda nos fazem corar de vergonha, pois chegam a ser contraditórios ao saber humano. Nesta situação é comum tentar desqualificar a ciência, quando não os cientistas, enfatizando suas contradições. Mas algumas vezes, se esboça a tentativa de um mínimo diálogo entre ciência e religião torcendo o texto bíblico. A partir de uma falácia de que os erros são “aparentes contradições”, se dá ao texto impossível de comprovação o crédito de linguagem simbólica, ou o status de mistério. Quer dizer, em função dos poucos comprovados, exige-se acreditar que os não comprovados também sejam factuais. Os que assim defendem a Bíblia, não permitem que a ciência faça uso desta mesma regra. [...]
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Continuar a ler AQUI no Blog Partículas da Graça

A Ternura de Deus

[ Titulo original do artigo : "Fontes tranascendentes de Ternura" ]

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A ternura de Deus para com os humildes está arraigada em sua auto-suficiência transcendente. Isto significa que aqueles que amam enaltecer a grandeza de Deus (o que todos deveriam fazer, de acordo com Salmos 40.16) precisam deleitar-se na ternura para com os humildes. Deus exalta a sua auto-suficiência transcendente por amar o órfão, a viúva e o estrangeiro.

Deus é Deus sobre todos os outros deuses. Ele é o Senhor sobre todos os senhores. Ele é “grande”. É “poderoso”. É “temível”. Com base nesta grandeza, Moisés disse que Deus “não faz acepção de pessoas, nem aceita suborno”. Tudo isso enfatiza a auto-suficiência transcendente de Deus. Ele não aceita suborno, porque não tem motivo para aceitá-lo. Deus já possui todo o dinheiro do universo, e controla o subornador. Ele está acima dos subornos como o sol está acima das velas ou como a beleza está acima dos espelhos.

Moisés também disse que Deus não faz acepção de pessoas. Ou seja, Ele não tenta conquistar o favor de alguém por meio de tratamento especial. Fazer acepção de pessoas é outro tipo de suborno, não com dinheiro, mas com tratamento privilegiado. Deus está acima disso, porque não precisa do favor dos outros. Se Ele quer que algo seja feito, não fica preso a estratégias coercivas. Ele simplesmente o realiza. Fazer acepção de pessoas é o que você faz, quando não pode enfrentar as conseqüências da justiça. Mas Deus não é somente capaz de enfrentar essas conseqüências, Ele é a fonte de toda capacidade de enfrentá-las. Deus não depende de ninguém, além dEle mesmo. Ele é transcendentemente auto-suficiente.

Agora, temos a parte mais preciosa. Com base nessa auto-suficiência transcendente, Moisés disse que Deus “faz justiça ao órfão e à viúva e ama o estrangeiro, dando-lhe pão e vestes”. Visto que Deus não pode ser subornado pelo rico e não tem deficiências a serem remediadas por meio do favoritismo, Ele trabalha em favor daqueles que não se podem dar ao luxo de pagar subornos e que nada têm para atrair a parcialidade dEle — o órfão, a viúva e o estrangeiro. Esta é a razão por que eu disse que a ternura de Deus para com o humilde está arraigada em sua auto-suficiência transcendente.

Em seguida, temos a aplicação no versículo 19: “Amai, pois, o estrangeiro, porque fostes estrangeiros na terra do Egito”. Isto não deve ser feito por sermos transcendentemente auto-suficientes. Deve ser feito por sermos os beneficiários da abundante plenitude transcendente de Deus. Visto que o nosso Deus transcendente age por nós e nos satisfaz consigo mesmo, podemos nos unir a Ele em condescendência. Esta é a razão para crermos que continuaremos a ser beneficiários, se não tentarmos suborná-Lo com nossas obras ou exibir-nos para conquistar a predileção dEle. Se nos reconhecermos como pessoas em condição de desamparo, semelhante à de uma viúva, de um órfão ou de um estrangeiro, e dependermos da espontânea graça futura de um Salvador auto-suficiente, seremos amados para sempre. E, sendo amados dessa maneira, teremos poder e prazer em amar como somos amados.

Isto é o que está subentendido em Tiago 1:27: “A religião pura e sem mácula, para com o nosso Deus e Pai, é esta: visitar os órfãos e as viúvas nas suas tribulações”. Esta é a verdadeira religião, porque flui da auto-suficiência transcendente de Deus, é sustentada pela sua graça e ecoa para a sua glória. Isto não corresponde a fazer o bem socialmente. É uma evidência da abundante provisão de Deus. Que Deus nos torne um povo cheio de ternura, para a glória de sua transcendente auto-suficiência!

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Uma Vida Voltada para Deus John Piper

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Via Solomon

Manuscrito sobre Experiências de Newton tornado Público

O manuscrito que relatou originalmente a história de como o cientista britânico Isaac Newton se inspirou na queda de uma maçã para sustentar a suas teorias sobre a gravidade, sairá, pela primeira vez, esta segunda -feira [ontem] , dos arquivos da Royal Society de Londres. Os detalhes do "Eureka" de Newton ( 1643-1727 ), quando descobriu a "chave" para formular a sua famosa teoria da gravidade, fazem parte de uma biografia do cientista escrita por William Stukeley em 1752. [...]
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Continuar a ler AQUI, em Castelhano, no jornal El Mundo

segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

Jonas e Cassandra

1. O livro de Jonas, na Bíblia, enquadra-se no chamado género literário midráshico, portanto, sem pretensão de narrar acontecimentos históricos, mas com intenção didáctica. No caso, essa intenção é a superação do particularismo da salvação e a proclamação do amor e misericórdia universal de Deus. Ficou no imaginário popular e artístico sobretudo por causa dos três dias e três noites que Jonas passou no ventre de um peixe.

Jonas começou por não querer cumprir a ordem de Deus, que o enviou a Nínive: "Levanta-te, vai a Nínive, a grande cidade, e anuncia-lhe que a sua maldade subiu até à minha presença". Mas, depois de o peixe o ter vomitado em terra firme, Jonas foi, entrou na cidade e andou um dia inteiro a apregoar: "Dentro de quarenta dias Nínive será destruída". Ora, diz a Bíblia, "os habitantes de Nínive acreditaram em Deus, ordenaram um jejum e vestiram-se de saco, do maior ao menor. A notícia chegou ao conhecimento do rei de Nínive; ele levantou-se do seu trono, tirou o seu manto, cobriu-se de saco e sentou-se sobre a cinza". E publicou um decreto para que "cada um se convertesse do seu mau caminho e da violência que há nas suas mãos".

Então, "Deus viu as suas obras, como se convertiam do seu mau caminho, e, arrependendo-se do mal que tinha resolvido fazer-lhes, não lho fez". Aí, Jonas sentiu-se atraiçoado, pois a sua profecia não se cumpria. Andara a fazer o quê? "Ficou profundamente aborrecido com isto e, muito irritado, pediu ao Senhor: 'Peço-te que me mates, porque é melhor para mim a morte que a vida'".

2. Cassandra, a bela filha de Príamo, rei de Tróia, recusou os amores de Apolo, que, por isso, lhe impôs um castigo terrível: mesmo sabendo e proclamando a verdade, ninguém acreditaria nela. Assim - profetisa inútil -, foi em vão que previu a desgraça que ia cair sobre a sua cidade bem como as suas próprias amargas desventuras. Assistiu impotente à guerra e à ruína de Tróia e, conhecendo a sua própria desgraça, nada pôde fazer para evitá-la: acabou por ser violada por um guerreiro brutal, Ájax, foi entregue como escrava ao chefe inimigo, Agamémnon, e morta pela vingança de Clitemnestra. O seu destino foi patético e trágico.

O famoso filósofo Ernst Bloch juntou as duas figuras, para mostrar como a Bíblia se encontra sob o desígnio da liberdade - a profecia de Jonas não se cumpriu, porque é sempre possível arrepiar caminho e mudar -, enquanto o universo grego clássico é comandado pela fatalidade do destino.

3. No início de um novo ano, passadas as festas natalícias, reencontramo-nos com os problemas que entretanto tinham ficado esquecidos ou, pelo menos aparentemente, estavam em suspenso.

Assim, no quadro dos resultados das últimas eleições, há quem tema a instabilidade e mesmo a ingovernabilidade do país. Está aí, ameaçador, o défice das contas públicas. A dívida externa, ouço de quem sabe, pode tornar-se incomportável. E lembram a Grécia.

Há declarações temíveis de especialistas insuspeitos: a Justiça estava melhor no tempo do anterior regime. Ora, quando a Justiça não é eficaz nem célere, é de temer o pior. É insuportável o clima de desconfiança e suspeição reinante. Há corrupção, activa e passiva, e o sentimento de uma democracia triste e impotente.

Causa justa satisfação reconhecer nichos de excelência no domínio da investigação e do ensino. Mas quem, responsavelmente, se atreverá a dizer que é globalmente boa a situação da educação?

Os números do desemprego sobem assustadoramente, e ninguém sabe quando começarão a cair. O abismo entre os muito ricos e os muito pobres é intolerável, e é arrepiante saber que há milhares de idosos a passar abandono e fome e à espera de um lugar num lar do Estado. É por simples alarmismo que se deve advertir para o perigo de um tsunami social?

4. Seria trágico, se, quando do que precisamos é de ânimo e confiança, acabasse por ser Cassandra a impor-se, por falta de lucidez e coragem para arrepiar caminho e abrir um futuro novo.

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Prof. Anselmo Borges

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In Diário de Notícias de 16 de Janeiro de 2010