segunda-feira, 31 de outubro de 2011

"Conformismo, é a Marca da Classe média"



A classe média em Portugal é mais baixa do que a média europeia. É conservadora, monótona, cumpridora, informada e formada por uma dose de realismo e bom senso. Nunca será revolucionária. Acata a lei e paga impostos. O conformismo é a marca da classe média e faz desta classe,  que não aparece nas notícias e é a maioria silenciosa,  o chamado "pilar da democracia".


Clara Ferreira Alves in Revista Única

sexta-feira, 28 de outubro de 2011

A Razão e a Emoção


Lembro-me do fim penoso do rei Saul e do seu reinado. Saul foi o rei que o povo escolheu. O povo hebreu, a exemplo do que via com todos os outros povos à sua volta, queria um rei, pedia um rei, exigia um rei,  e foi-lhes dado um rei. Rejeitavam o governo de Deus. As eventuais capacidades de Saul para governar nunca haviam sido testadas. As suas qualidades espirituais nunca haviam sido postas à prova. Era um homem impulsivo, tinha coragem guerreira. O povo escolheu-o. Samuel alertou para o peso que um rei e as  exigências do seu reinado comportavam. Mas o povo não recuou. E assim Saul foi ungido rei.

Ora este exemplo traduz uma verdade para a qual nem sempre nós estamos despertos e que resulta do facto de que nem sempre aquilo que nos parece providencial é uma solução real. As nossas escolhas presentes, quer queiramos ou não, mais do que o presente condicionam o nosso futuro. O professor e cientista Carvalho Rodrigues afirmou em tempos que  aquilo que mais nos condiciona  são as causas futuras e não as passadas. Os hebreus olharam para a frente e quiseram ver o seu futuro conduzido por um líder que fosse um deles, que pensasse como eles, que reagisse como eles, que tivesse o mesmo pensamento que eles.  Como é bom de ver, pelas razões conhecidas, isso não iria dar bom resultado. O passado,  não podendo já ser determinante na vida de ninguém, não deixa de ser um bom conselheiro, alguém a quem escutar, especialmente porque o ser humano tem esta tendência doentia para a repetição do erro. Não há bolas de cristal. O futuro dependerá sempre das escolhas pessoais que fizermos no presente. É assim desde que nos foi dada a faculdade do  livre arbítreo  Tomar decisões acertadas nem sempre é fácil. Mas ajuda se elas forem ponderadas,  às vezes separando a razão da emoção. Foi por isso que o povo hebreu sofreu tanto. Raramente quis atender à razão de Deus. Raramente tomou decisões que não estivessem afectadas pelas emoções do imediato. É assim connosco também, nos dias que correm. Como pessoas, como povo, como nação.


Jacinto Lourenço

quarta-feira, 26 de outubro de 2011

Os Truques dos Maus políticos


Um dos clássicos truques dos maus políticos apanhados em situação dúbia é argumentarem terem a lei a seu favor. O ministro Miguel Macedo cedeu à pressão e abdicou do subsídio de deslocação pago pelo Estado. Antes disso, porém, argumentara que a sua residência oficial era em Braga (apesar de em Algés ter um apartamento registado no Tribunal Constitucional como segunda morada), que o direito a este subsídio "existe há muito tempo na lei" e que "a questão colocada não é nova, tem muitos anos".

O secretário de Estado José Cesário, apanhado na mesma situação, argumentou: "Ter casa aberta em Lisboa tem custos, que são elevados. A de Viseu suporto com o meu orçamento." O governante (ó espanto!) parecia mesmo querer que o Estado ajudasse à compra da casa na capital, pois argumentou que o tal subsídio servia para suportar, passo a citar, "os custos do empréstimo, mais a abertura da dita (IMI, condomínio, água, luz) e os custos de estar deslocado". E, claro, "estava na lei".

Noutro caso, o das subvenções vitalícias, as declarações foram parcas e, nitidamente, o PSD estava preparado, pois, logo no dia seguinte à notícia do DN, apareceu a anunciar um projecto de lei para acabar com a coisa. Mas ainda li uma frase curta e grossa de Dias Loureiro, o administrador que nada sabia do que se passava no BPN: "Cumpro a lei."

O mesmo pensamento legalista ilude, certamente, a consciência de Ângelo Correia, Armando Vara, Jorge Coelho ou Ferreira do Amaral, todos eles com rendimentos alternativos que lhes permitem manter um padrão de vida digno, mas a que juntam valores mensais que variam entre os 1700 e os 3000 euros, pagos pelos contribuintes.

Usar a letra da lei para colher benefícios contrários ao espírito da lei é coisa que não se vê como pode estar tipificada nos códigos como crime, ilegalidade ou mera infracção. Resta a condenação na opinião pública... Só que essa condenação é totalmente ineficaz, pois ninguém será demitido ou perderá eleições por causa disto!

O que acontece, perversamente, é a condenação política geral de todos os políticos, mesmo daqueles que, no meio desta gente, procuram portar-se de forma ética e patriótica e de muitos que deveriam beneficiar destes subsídios e acabarão por os perder, pagando assim o justo pelo pecador.

Pior: numa situação de crise económica, quando se exigem enormes sacrifícios ao povo, não é preciso ser-se mestre em ciência política para adivinhar que cada situação imoral imputada à classe política é mais um prego no caixão do regime a que chamamos, ainda e esperançosamente, Democracia.



Por PedroTadeu in Diário de Notícias online

terça-feira, 25 de outubro de 2011

Para onde Vamos ?



Podemos chamar-lhe o que entendermos, crise do euro, crise da dívida, crise  europeia, americana ou chinesa, mas na verdade aquilo para que teremos que nos preparar é provavelmente para um recuo civilizacional.

Maioritariamente, os países mais desenvolvidos, os que efectivamente controlam a economia mundial, chegaram a um beco sem saida. O sistema capitalista transformou-se num monstro monetarista sem controlo que abocanha as economias, os governos, os estados, os cidadãos e os destrói  gradual e paulatinamente. A vida das pessoas, a família, o trabalho, o desenvolvimento cultural e social são hoje valores subjugados completamente a essa coisa prosaica que é o dinheiro e ao acumular do mesmo. Na actualidade, quando se fala de mercados, fala-se de gente que se esconde  por detrás de organizações supostamente sérias mas que  na verdade  encobrem uma actividade altamente especulativa e destrutiva das economias reais dos países cujos governos se hipotecam ao limite para supostamente promoverem um desenvolvimento que não é sustentado pelas economias reais, por aquilo que os países produzem em termos de mais valias do seu trabalho. Hoje, os governos e os governantes são meros administradores de dívida pública ou gestores de hipotecas políticas em benefício dos ditos mercados. Ou seja: a política e os políticos são meros factores instrumentais de alimentação de pérfidos interesses. A questão que se coloca é se eles, os políticos, não percebem isso ? Claro que percebem. Mas essa é também a única razão pela qual se mantêm na política e anseiam aceder ao poder; sabem que só assim terão oportunidade de partilhar o que os mercados espurgam aos povos.

A razão última, em minha opinião, pela qual os políticos do mundo dito desenvolvido apostam cada vez mais neste regime capitalista-monetarista selvagem é porque fora dele não teriam hipóteses de sobrevivência. Os mercados, esses, continuam a precisar de homens de mão, que façam o seu trabalho sujo de manter os povos em sujeição através da ilusão de que são livres para escolher os seus representantes. Na prática, essa liberdade só existe de quatro em quatro anos e, tomando o exemplo português, os povos só têm a liberdade de escolher sempre os mesmos que os arruinam cada vez mais.

Acredito que este estado de coisas, a nível mundial, é insustentável. As nações começam a despertar para a realidade quando o seu modelo de vida começa a ser tocado de perto pelas exigências dos mercados que apertam o cerco ao perceberem que o seu dinheiro poderá não ter retorno. 

Perante este cenário, não vejo como se pode reinventar um sistema que chegou ao fim. Todos os impérios têm os seus ciclos, quase todos se impõem pelo medo e pelo terror, mas quase todos caem com estrondo. Com este império do dinheiro não vai ser diferente. Cairá com estrondo. Isso afectar-nos-á a todos de uma maneira que não podemos ainda adivinhar, mas não tenho grandes dúvidas de que vai acontecer, e isto não tem nada a ver com previsões delirantes ou futuristas. É uma simples observação da realidade que vivemos.


Jacinto Lourenço 

segunda-feira, 24 de outubro de 2011

Um Chiado Triste demais...


Há já muito tempo que não subia ao Chiado, em Lisboa. Nasci e vivi a maior parte da minha vida em Lisboa ou perto dela. Confesso que a cidade me tem encantado e desencantado ao longo dos anos dependendo da forma como evolui positiva ou negativamente nas várias vertentes que enformam a vida de uma cidade capital de um país. Mas no sábado passado, enquanto subia a rua do Carmo em demanda da feira de alfarrabistas que se realiza todos os sábados na rua Anchieta, Lisboa desencantou-me profundamente, e nem o cosmopolitismo emprestado por um razoável número de estrangeiros que por ali circulavam conseguiu disfarçar a tristeza nos meus olhos. Gente de rostos fechados, macilentos,  sofridos, lojas encerradas, liquidadas, edifícios descuidados e escuros, sujidade e lixo amontoado, pedintes e mendigos a cada esquina como nunca tinha visto e,  para encerrar o quadro decadente deste Chiado, a rua Anchieta em obras com um tapume a indicar que por detrás estaria a feira de alfarrabistas que me tinha feito deslocar até ali. Verdade é que de alfarrabistas nem sombras.
Lisboa, parece-me, perdeu o brilho e o encanto de outros tempos. O Chiado já não atrái nem distrái, assemelha-se  mais um doente a requerer cuidados paliativos e que a carrinha dos fados acompanha debitando melopeias tristes e passadistas.
 Saí dali rapidamente, depois de ter tomado um café e experimentado um pastel de nata na Brasileira que me custaram os olhos da cara. Pobre, decadente, deprimente, mas valha a verdade, com preços de europa dos ricos, esta "zona nobre" de Lisboa onde os passos de Pessoa já não ecoam.


Jacinto Lourenço  

sexta-feira, 21 de outubro de 2011

A aventura financeira e a Utilidade do Voto


Parece óbvio, a avaliar por aquilo que a esmagadora maioria dos economistas dizem ( excepção feita a alguns indefectíveis da esfera do governo ), que o governo do PSD e do CDS entrou num processo de aventureirismo económico-financeiro ao  introduzir cortes em tudo o que são gastos sociais e salários dos trabalhadores para além da sobrecarga de impostos, directos e indirectos, que incidem especialmente sobre a classe média e pensionistas que, como é sabido, representam a maior fatia da população portuguesa.  Tudo o que cheire a capital, o governo limita-se a assobiar para o lado e passar à frente. É claro que todos concordamos que alguma coisa teria que ser feita e nomeadamente no plano da reorganização e reestruturação de muito do que diz respeito à componente social do estado e à adaptação desta à nova realidade económica, mas daí a querer resolver o problema de Portugal só à custa de cortes loucos, brutais e inconsequentes no que respeita aos seus efeitos futuros para Portugal, vai uma grande distância.

As razões que foram invocadas pelos partidos do actual governo para chumbarem o anterior PEC IV do então primeiro ministro Sócrates esboroaram-se agora com as medidas tomadas. O PEC IV, ao pé destas criminosas medidas, era uma brincadeira de crianças. Provavelmente, o dito PEC,  não iria resolver os problemas do país porque a contingência internacional iria continuar a esmagar-nos e a empurrar-nos para o resgate financeiro, mas o remédio que o governo aplica agora, de acordo com os economistas da nossa praça, resolve ainda menos e é um "afundanço" total na vida de todos nós. Um governo que só consegue tomar medidas destas para resolver os problemas, não revela inteligência política nem coerência com o que disse e prometeu em campanha eleitoral. Dir-me-ão que as medidas são tomadas porque estes responsáveis do PSD e CDS não tinham noção dos problemas económicos. Mas se foi isso, a pergunta que urge fazer é o que é que PSD e CDS andaram a fazer durante todos estes anos e porque é que não acompanharam a realidade económica ? Que se saiba, e até prova em contrário, os governos de José Sócrates, mesmo agindo mal no plano dos níveis de endividamento, não ocultaram dívida como se fez na Madeira, logo era obrigação dos restantes partidos acompanharem o que se passava e, como todos sabemos, nem sequer seria necessário pedirem aos ministérios para lhes mostrarem as contas já que existem em Portugal um conjunto de organismos públicos que as acompanham e mostram ciclicamente. Porque é que decidiram não o fazer ? Mas afinal qual  é o trabalho que os partidos têm no parlamento e nas muitas comissões que existem no âmbito deste para acompanhamento de tudo e mais alguma coisa ?  E não podemos esquecer também que os partidos com assento parlamentar são sustentados pelo estado para fazerem um trabalho e esse trabalho, no governo ou na oposição, consiste em defender os interesses de Portugal e dos portugueses. Então porque é que os partidos deste governo só agoram deram com o "gato" ? Andaram a dormir durante seis anos ?  Estavam distraidos a ler os jornais nas sessões enquanto as lautas regalias lhes caiam mensalmente na conta ?  Estavam a despachar processos nos seus escritórios particulares?  Eles lá saberão responder.  

O que me parece é que o PSD e CDS tinham sede de poder e clientes à espera. O resto logo se veria. E o resto é o que se vê. Um governo que actua desta forma irresponsável tem o destino traçado, tarde ou cedo. Para além de tudo revela falta de preparação, capacidade e criatividade para atacar o principal problema português: O estado e o seu aparelho que consomem muito mais de metade do nosso PIB. Limita-se a fazer a gestão da facilidade, a carregar sobre os mesmos de sempre mas desta vez com resultados que nos parecem a quase todos desastrados e desastrosos.

Uma última nota sobre o voto. Será justo questionar o voto e aquilo que ele encerra. Desde o 25 de Abril de 1974 que os portugueses andam a votar quase sempre nos mesmos partidos que nos têm conduzido à situação em que estamos; será que já se interrogaram que, mais do que a cor partidária, no momento de votar, o que devia ser questionado era a idiossincrasia do partido em que vão votar ? Isto é, aquilo que move esse partido, a sua vocação política , o seu posicionamento, as suas ideias para os grandes problemas de Portugal  e a sua capacidade real e vontade de os resolver em prol do bem estar daqueles que se propõem servir. Aquilo em que se funda, as suas origens, as suas doutrinas económico-sociais. Isso sim, parece-me relevante e mais importante que tudo a ter em conta  no momento de lançar o voto à urna. A cor, como é bom de ver, é apenas uma bandeira e pode ser mudada a qualquer momento e de acordo com os interesses das clientelas do partido. É talvez  por isso que neste momento muitos dos seiscentos mil funcionários públicos estão a interrogar-se sobre a utilidade do seu voto e aquilo que os políticos, quando acedem ao poder, fazem com ele. 

Jacinto Lourenço

quinta-feira, 20 de outubro de 2011

A Cicuta da Redenção...


Sr. primeiro-ministro, depois das medidas que anunciou sinto uma força a crescer-me nos dedos e uma raiva a nascer-me nos dentes, como diria o Sérgio Godinho. V.Exa. dirá que está a fazer o que é preciso. Eu direi que V.Exa. faz o que disse que não faria, faz mais do que deveria e faz sempre contra os mesmos. V.Exa. disse que era um disparate a ideia de cativar o subsídio de Natal. Quando o fez por metade disse que iria vigorar apenas em 2011. Agora cativa a 100% os subsídios de férias e de Natal, como o fará até 2013. Lançou o imposto de solidariedade. Nada disto está no acordo com a troika. A lista de malfeitorias contra os trabalhadores por conta de outrem é extensa, mas V.Exa. diz que as medidas são suas, mas o défice não. É verdade que o défice não é seu, embora já leve quatro meses de manifesta dificuldade em o controlar. Mas as medidas são suas e do seu ministro das Finanças, um holograma do sr. Otmar Issing, que o incita a lançar uma terrível punição sobre este povo ignaro e gastador, obrigando-o a sorver até à última gota a cicuta que o há-de conduzir à redenção.

Não há alternativa? Há sempre alternativa mesmo com uma pistola encostada à cabeça. E o que eu esperava do meu primeiro-ministro é que ele estivesse, de forma incondicional, ao lado do povo que o elegeu e não dos credores que nos querem extrair até à última gota de sangue. O que eu esperava do meu primeiro-ministro é que ele estivesse a lutar ferozmente nas instâncias internacionais para minimizar os sacrifícios que teremos inevitavelmente de suportar. O que eu esperava do meu primeiro-ministro é que ele explicasse aos Césares que no conforto dos seus gabinetes decretam o sacrifício de povos centenários que Portugal cumprirá integralmente os seus compromissos — mas que precisa de mais tempo, melhores condições e mais algum dinheiro.

Mas V.Exa. e o seu ministro das Finanças comportam-se como diligentes diretores-gerais da troika; não têm a menor noção de como estão a destruir a delicada teia de relações que sustenta a nossa coesão social; não se preocupam com a emigração de milhares de quadros e estudantes altamente qualificados; e acreditam cegamente que a receita que tão mal está a provar na Grécia terá excelentes resultados por aqui. Não terá. Milhares de pessoas serão lançadas no desemprego e no desespero, o consumo recuará aos anos 70, o rendimento cairá 40%, o investimento vai evaporar-se e dentro de dois anos dir-nos-ão que não atingimos os resultados porque não aplicámos a receita na íntegra.

Senhor primeiro-ministro, talvez ainda possa arrepiar caminho. Até lá, sinto uma força a crescer-me nos dedos e uma raiva a nascer-me nos dentes."



Nicolau Santos in jornal Expresso de 15 de Outubro de 2011

terça-feira, 18 de outubro de 2011

Primeiro-Ministro de Portugal, o verdadeiro homem do Lixo...




Se nos dermos ao trabalho de ler o curriculum profissional de Pedro Passos Coelho, constatamos, para além da vida política, estar lá alguma experiência empresarial com cargos sucessivos de director, administrador e presidente, fundamentalmente em empresas de tratamento de resíduos.

Tratamento de resíduos é um nome modernaço, embrulhado com a fita garrida da defesa do ambiente, para identificar a prosaica recolha de lixo. Ou seja, o primeiro-ministro é um homem do lixo.

Poderíamos dizer, depois do anúncio do saque ao contribuinte que o próprio fez na televisão para explicar o próximo Orçamento do Estado, que só quem está habituado a fazer um trabalho sujo estaria disposto àquele difícil papel.

É possível pensar que aquele homem sente a redenção da mesma missão visionária do presidente da Câmara de Paris que, no final do século XIX, enfrentou multidões a exigirem manter o direito de deitar no meio da rua o lixo que faziam em casa, em vez de se sujeitarem a um sistema de recolha.

Uma terceira hipótese é a de o País ter acumulado tanta porcaria que só um especialista em lixo será capaz de proceder, com eficácia, à limpeza.[...]



Ler artigo completo AQUI no Diário de Noticias online

Ganhões de Castro Verde com Dulce Pontes - A actualidade do Cante Alentejano na interpretação da Matriz sócio-económica de Portugal.

segunda-feira, 10 de outubro de 2011

Capitalismo de Candonga



"... As coisas estão neste estado porque se fizeram  ( e continuam a fazer ) escolhas políticas criminosas. Porque os governos são estúpidos ?  Não. Porque são politicamente corruptos. Quando vemos António Borges a dirigir o departamento Europeu do FMI e Mário Draghi à frente do Banco Central Europeu e sabemos que os dois foram vice-presidentes da Goldan Sachs  - que foi quem mais ganhou com a crise do subprime e que ajudou a Grécia a mascarar a verdadeira dimensão do seu défice  -, percebemos de quem estamos reféns. De gente com um currículo que deveria ser considerado cadastro"


Daniel Oliveira in semanário Expresso de 08 de Outubro de 2011 

quarta-feira, 5 de outubro de 2011

Aramaico: o Idioma Falado por Cristo


Aramaico é a designação que recebem os diferentes dialetos de um idioma com alfabeto próprio e com uma história de mais de três mil anos, utilizado por povos que habitavam o Oriente Médio. Foi a língua administrativa e religiosa de diversos impérios da Antiguidade, além de ser o idioma original de muitas partes dos livros bíblicos de Daniel e Esdras, assim como do Talmude.

Pertencendo à família de línguas afro-asiáticas, é classificada no subgrupo das línguas semíticas, à qual também pertencem o árabe e o hebraico.

O aramaico foi, possivelmente, a língua falada por Jesus e ainda hoje é a língua materna de algumas pequenas comunidades no Oriente Médio, especialmente no interior da Síria; e sua longevidade se deve ao fato de ser escrito e falado pelos aldeões cristãos que durante milênios habitavam as cidades ao norte de Damasco, capital da Síria, entre elas reconhecidamente os vilarejos de Maalula e Yabrud, esse último "onde Jesus Cristo hospedou-se por 3 dias" além dessas outras aldeias da Mesopotâmia reconhecidamente católicas por onde Cristo passou, como Tur'Abdin ao sul da Turquia, fizeram com que o aramaico chegasse intacto até os dias de hoje.

No início do século passado, devido a perseguições políticas e religiosas, milhares desses cristãos fugiram para o ocidente onde ainda hoje restam poucas centenas, vivendo nos Estados Unidos da América, na Europa e na América do Sul e que curiosamente falam e escrevem fluentemente o idioma falado por Jesus Cristo.[...]


Ler texto integral AQUI no blogue Cultura Hebraica

terça-feira, 4 de outubro de 2011

Breve história de Luis de Carvalhal/Carvajal, Cristão-Novo que passou de Perseguidor a Perseguido...


Nas antigas colónias espanholas da América latina, também por lá se fez notar o engenho e arte da presença dos cristãos-novos portugueses, seja no Peru, em Cartagena das Índias (Colômbia), ou no México. Portugueses, forçados na sua maioria ao terrível exílio em territórios também eles hostis, neste caso sob influência de uma Inquisição implacável.

Hoje, dedico este texto a um famoso e prestigiado cristão-novo nascido em Mogadouro - Trás-os-Montes, no ano de 1539 e de seu nome Luís de Carvalhal (O Velho), que em Espanha adoptou o nome de Luís de Carvajal y de La Cueva.

Cedo foi marcado pela tragédia pessoal, ficando órfão aos oito anos de idade, é então criado por um familiar próximo. Entre os 18 e os 20 anos, Luís de Carvalhal terá ido para o arquipélago de Cabo Verde, servindo a coroa portuguesa como tesoureiro durante treze anos, onde saiu depois para Espanha.

Lá se casou em 1564 em Sevilha. Já mais tarde com problemas financeiros e pessoais, ele é obrigado a investir num barco próprio, fez amigos e notabilizou-se o suficiente para que tenha sido notado, ao ponto de lhe confiarem o comando como adjunto de uma frota, que conduziu o novo Vice-rei ao México.

Durante a atribulada viagem entram em combate com piratas, ganhando a contenda aos mesmos. No espólio do barco capturado, encontraram um tesouro a que remeteram ao rei Filipe II de Espanha, I de Portugal.

Já em terras mexicanas, o Vice-rei nomeou-o comandante do porto de Tampico, saindo em 1568 vencedor de vários ataques levados a efeito por piratas ingleses e holandeses. Luís de Carvalhal ou Carvajal, não era um menino de coro, quando este fazia prisioneiros protestantes era impiedoso, remetendo-os de seguida à Inquisição local.

Entre 1568 e 1578, este homem de armas e aventureiro, ajudou ao povoamento de longas e várias extensões de território da América Central, protegendo os colonos espanhóis e subjugando as populações índias.[...]


Ler texto integral AQUI no blogue Por Terras de Sefarad

segunda-feira, 3 de outubro de 2011

O Irão e a Idade das Trevas...



Youcef Nadarkhani, 34 anos, casado e pai de dois filhos, está preso há dois anos e é o primeiro cristão condenado à morte no Irão, nos últimos vinte anos, sendo possível que venha a ser executado.  Desde Washington até Berlim, passando por Londres e Paris, os governos ocidentais e as comunidades cristãs têm-se mobilizado para o salvar. [...]

Os problemas de Nadarkhani começaram em Outubro de 2009, quando o governo iraniano decretou que todos os alunos matriculados numa escola deveriam assistir a aulas de corão  independentemente da sua religião. Nadarkhani, que  trabalha desde 2001 como pastor evangélico na área de Gilan, a 250 quilómetros de Teerão, onde fundou uma pequena comunidade cristã designada "Igreja do Irão", não aceitou a decisão do governo tendo-se dirigido ao colégio de Rasht para retirar os seus dois filho, Daniel e Joel,  que ali  estavam matriculados. Alegou que a constituição Iraniana reconhece a liberdade de culto para as religiões do livro, entre as quais se conta o cristianismo, e que  os seus filhos não estavam por isso obrigados a aprender o corão.[...]

 
Ler todo o artigo aqui, em Castelhano, no jornal El País