segunda-feira, 8 de dezembro de 2008

ARGUEIROS E TRAVES

Somos rápidos a constatar argueiros e lentos a retirar traves, só Jesus pode mudar isso em nós, mas é preciso que a nossa linha do preconceito não o impeça. Trazemos, mais vezes do que o necessário, os bolsos cheios de "pedras de preconceito", "falta de amor", irresponsabilidade, arrogância, falta de humildade, etc. Este é um problema de muitos ditos "cristãos" de hoje . Constato que muitos cristãos de hoje têm a mentalidade, o coração e conceito de justiça dos sacerdotes judaicos que levaram Jesus até Pilatos, senão mesmo a ligeireza espiritual daqueles que rodearam a mulher adúltera, prontos para a lapidarem. E a Verdade que liberta, que espaço têm para ela e como é que a estão a aplicar no seu dia a dia e nos relacionamentos com os seus irmãos em Cristo e com aqueles que o não são ? Quando estamos debaixo da Glória de Deus, isso muda a nossa visão das coisas e leva-nos a olhar para as pessoas da mesma maneira que Jesus olhava: sem o preconceito da injustiça humana e da cauterização religiosa. Como cristãos, ou vemos como Jesus vê ou então não somos mais do que seguidores de um credo despido daquilo que é mais elementar: o Espírito Santo de Deus; o mesmo Espírito Santo que levou um grupo de gente, sem nenhum relevo social ou importância religiosa, a afirmar uma fé que transformou o mundo pela aplicação da Verdade e não daquilo que possamos achar que é a verdade. Como filhos de Deus, a nossa margem de erro é limitada. A nossa regra de conduta tem que ser aferida pela medida divina e não pela humana, embora esta última nos possa parecer mais fácil, e satisfaça até o nosso desejo de protagonismo e afirmação de preponderância sobre o nosso próximo. O nosso olhar sobre as pessoas e situações tem que reflectir e mostrar, em primeiro lugar, que agimos de acordo e segundo a nossa cidadania cristã. Como filhos de Deus, os nossos bolsos não podem transportar pedras. O nosso coração deve mostrar a bondade, misericórdia e verdade que Jesus aplicou em todas as situações, sem julgamentos prévios infundados ou eivados de mentira derivados da linha de preconceito onde nos situamos habitualmente. “Sem a Graça somos uma desgraça” . Que Deus conceda a cada cristão, não apenas da minha igreja ou denominação, a Graça de sentir que pode e deve “despejar os bolsos de pedras” e a tenacidade e audácia, nem sempre fácil/quase sempre difícil , de lutar pela VERDADE consubstanciada no próprio Jesus. Jacinto Lourenço