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Já há algum tempo tenho aprendido que antes de buscar respostas, devemos reconsiderar as perguntas.
Geralmente, perguntamos "por quê". Por que fomos traídos? Por que estamos doentes? Por que nos mandaram embora do trabalho? Porquê... Porquê... Porquê...
Tenho ensinado que em vez de "porquê", deveríamos pergunta "para quê". Em outras palavras, deveríamos preocupar-nos mais com os propósitos do que com as razões.
Mas ultimamente tenho reflectido sobre outra pergunta igualmente importante. Em vez de "porquê", deveríamos perguntar "por quem".
Deixe-me exemplificar:
Jesus teve que mudar seu trajecto à caminho de Jerusalém. Em vez de um atalho, tomou o caminho mais largo, que passava por Samaria, um lugar inóspito para judeus. Talvez os discípulos perguntassem: Porquê? Mas a pergunta certa era "por quem". E a resposta é: por uma samaritana a qual Jesus queria encontrar.
Filipe, conquanto gozasse do maior sucesso ministerial obtido por um dos seguidores de Jesus até então, foi tirado pelo Espírito de Samaria, e levado para o deserto. Porquê? Não. Por quem? Por um eunuco desejoso de conhecer a Palavra.
Paulo e Silas foram presos e açoitados injustamente em Filipos. O que eles fizeram pra merecer aquilo? Nada. Mas eles estavam ali por alguém. Um carcereiro frustrado e suicida. Aquele carcereiro era o tal "varão macedónio" com o qual Paulo havia sonhado dias antes, rogando para ele passasse à Macedónia.
Se Deus lhe enviou a um lugar, pergunte-lhe por quem você está ali. Seja atrás das grades de uma prisão, no CTI de um Hospital, numa fila de desempregados. Talvez haja ali uma vida preciosa aos olhos de Deus, com a qual deseja que você se encontre.
Depois de três anos, eu e minha família retornamos aos Estados Unidos. Muitos perguntam a razão pela qual eu me dispus a expor minha família, num momento em que esse país atravessa sua maior crise econômica. Sei, porém, que o que me trouxe aqui não foi nenhum desejo de aventurar-me, ou de fugir de qualquer que seja o problema. Estou aqui por alguém. Por um povo que aprendi a amar. Por gente sedenta e faminta da Palavra.
Todos os propósitos de Deus vão de encontro àqueles que Ele mesmo escolheu desde a fundação do mundo. E para que tais sejam alcançados, vale a pena atravessar oceanos, vales e montanhas, arriscar tudo, inclusive a própria vida.
Pessoas são mais importantes do que paredes, projectos, programas, estratégias, etc. Foi por elas que Jesus deu a vida. E é por elas que devemos viver.
Nos últimos tempos, o mercado literário tem sido inundado por títulos defendendo o ateísmo. Boa parte deles viraram best-sellers – caso de Deus, um delírio, de Richard Dawkins, o mais ruidoso lançamento recente nesta linha. Pode-se supor, à primeira vista, que seja impossível aos pensadores modernos defender intelectualmente a existência de Deus. Todavia, um exame rápido nos livros do próprio Dawkins, bem como de autores como Sam Harris e Christopher Hitchens, entre outros, revela que o chamado novo ateísmo não possui base intelectual e deixa de lado a revolução ocorrida na filosofia anglo-americana. Tais obras refletem mais a pseudociência de uma geração anterior do que retratam o cenário intelectual contemporâneo. O ápice cultural dessa geração aconteceu em 8 de abril de 1966. Naquela ocasião, o principal artigo da revista Time, um dos maiores semanários da imprensa americana, foi apresentado numa capa completamente preta, com três palavras destacadas em vermelho: “Deus está morto?”. A história contava a suposta “morte” de Deus, movimento corrente na teologia naquela época. Porém, usando as palavras de Mark Twain, a notícia do “falecimento” do Criador foi prematura. Ao mesmo tempo em que teólogos escreviam o obituário divino, uma nova geração de filósofos redescobria a vitalidade de Deus. Para entender melhor a questão, é preciso fazer uma pequena digressão. Nas décadas de 1940 e 50, muitos filósofos acreditavam que falar sobre Deus era inútil – aliás, verdadeira tolice –, já que não há como provar a existência dele pelos cinco sentidos humanos. Essa tendência à verificação acabou se desfazendo, em parte porque os filósofos descobriram simplesmente que não havia como verificar a verificação! Esse foi o evento filosófico mais importante do século 20. O fim do império da verificação libertou os filósofos para voltarem a tratar de problemas tradicionais que haviam sido deixados de lado. [...]
William Lane Craig - professor e pesquisador de filosofia
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