terça-feira, 21 de julho de 2009

O Silêncio de Deus

"...Pensando sobre a minha comunicação com Deus, às vezes tenho a sensação de um silêncio quase total. Não satisfeita em me lembrar do louvor que me garante que “quando ele fica em silêncio é porque está trabalhando”, procurei pensar noutras respostas. Talvez o problema não seja um Deus comprometido demais com o trabalho -- talvez o problema seja apenas eu. Vivo numa geração viciada em informação e rapidez. Queremos saber de tudo: desde coisas relevantes, como quem ganhou a eleição nos Estados Unidos, às novas doenças e os conflitos em Israel, até coisas irrelevantes, como quem ganhou o último “Big brother” ou qual o par romântico da novela das oito. Falamos rápido, comemos rápido, andamos quase correndo e dirigimos agitados. Quando o sinal de trânsito fica verde, já começamos a buzinar para alertar o infeliz que está na frente que é hora de arrancar com o carro. Se o elevador demora um pouco, apertamos o botão várias vezes, como se isso fosse fazê-lo chegar logo. Quando lidamos com Deus, não agimos diferente. Queremos agilidade, queremos ser ouvidos e principalmente respondidos de forma rápida e positiva. Não temos tempo para jejuns, orações longas e leituras bíblicas e muito menos para esperar em Deus as respostas para os nossos dilemas. Tornamo-nos filhos mimados e impacientes e queremos tudo da nossa forma e jeito. Como se Deus precisasse se submeter à nossa vontade e ao ritmo alucinante deste mundo[...].
Priscila Papadopoulos Tenório