terça-feira, 1 de setembro de 2009

Charles Finney e a Coerência Cristã

Ainda não consegui esteriotipar as minhas opiniões teológicas e parei de pensar em consegui-lo um dia. A idéia é absurda. Nada, senão um intelecto omnisciente, pode continuar mantendo uma identidade precisa de concepções e opiniões. Mentes finitas, a menos que adormecidas ou entorpecidas por preconceitos, devem avançar no conhecimento. A descoberta de uma nova verdade modificará concepções e opiniões antigas, e talvez esse processo não tenha fim em mentes finitas, qualquer que seja o mundo. A verdadeira coerência cristã não consiste em estereotipar as nossas opiniões e concepções e em nos recursarmos a fazer qualquer progresso para não sermos acusados de mudança, mas consiste em manter a mente aberta para receber os raios da verdade por todos os lados e em mudar as nossas opiniões, linguagem e prática na frequência e na velocidade com que conseguirmos obter informações complementares. Chamo-o de coerência cristã porque só esse ca,minho está de acordo com uma confissão cristã. Uma confissão cristã implica a confissão de uma sinceridade e de uma disposição de conhecer toda a verdade e de lhe obedecer. Deve-se seguir que a coerência cristã implica investigação contínua e mudança de opinião e prática em correspondência com o conhecimento crescente. Nenhum cristão, portanto, e nenhum teólogo deve temer uma mudança nas suas concepções, linguagem ou práticas em conformidade com a luz crescente. A predominância desse temor manteria o mundo no mínimo numa imobilidade perpétua, e todos os objectos da ciência e, por conseguinte, todos os aperfeiçoamentos tornar-se-iam impossíveis.
Charles Finney (1792-1875) em Teologia Sistemática, p.24.