...Confesso publicamente minhas desilusões. Contudo, procuro desalojar a decepção de seu negativismo. Assim, acredito que algumas questões não podem ficar esquecidas devido as angústias. Enfrentemos as tristezas. Elas não são tão medonhas como parecem.
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1. Os períodos magros, as estiagens, os marasmos não significam fracasso automático. A história há de repicar. A vida não é paraíso, nem inferno. Compete-nos a dura tarefa de não nos deixar esmagar pelo sofrimento ou inebriar pelo triunfo. Diante da real possibilidade de nossos projetos fazerem água, não nos iludamos com desculpas esfarrapadas. Os insolventes podem se reinventar. Ressurreição é termo que só se aplica a quem passou pela experiência da morte.
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2. As tribulações oferecem excelente oportunidade para percebermos o excesso de bagagem. O que se tornou oneroso na vida? O que foi procrastinado em nome de lealdades institucionais? Na borrasca, joguemos fora a carga desnecessária. Assumamos a coragem de dizer adeus ao que não tem valor.
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3. Nas desilusões, nos adequamos ao pior, e qualquer leve melhora parece um paraíso. Aprendemos a sobreviver sem fazer concessão, sem negociar valores, sem vender a alma. As desilusões nos incitam a fazermos reengenharia de nossa estrutura existencial.[...]
