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Foi descoberto em Setembro de 2009 e está a 170 milhões de km da Terra
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Para o ver, é necessário madrugar e, de preferência, ter um par de binóculos à mão. De outra maneira, o cometa McNaught C/2009 R1, que por estes dias está a passar por aqui, a caminho do seu periélio (o ponto mais próximo a que ficará do Sol, na sua vertiginosa órbita), não será mais do que um pressentimento vago, antes da primeira luz da manhã.
Nesta altura, o cometa, que está cerca de 170 milhões de distância da Terra, tem apenas um brilho de magnitude 5, o que está no limite do visível a olho nu. Talvez depois do dia 2 de Julho, nas semanas que vão seguir-se, o McNaught C/2009 R1 se torne mais brilhante e possa ser observado sem binóculos. Mas nessa altura, será já ao início da noite.
Descoberto a 9 de Setembro do ano passado pelo astrónomo Robert H. McNaught, a partir do observatório australiano de Siding Spring Observatory, o cometa que leva o seu nome, juntamente com a sigla C/2009 R1, está visível ainda nos próximos dias, antes do amanhecer, para os observadores do hemisfério Norte. Depois, à medida que se for aproximando mais do Sol, o cometa apaga-se sob a luz intensa da estrela.
No dia 2 de Julho, o cometa atinge o ponto mais próximo a que ficará do Sol, a pouco menos de 75 milhões de quilómetros dele. Depois volta a afastar-se, já do outro lado da estrela, tornando-se novamente visível, nessa altura ao anoitecer.
Ontem o McNaught C/2009 R1 "era visível junto da estrela Capela, na constelação de Auriga", explicou ao DN o astrónomo Carlos Santos, do Observatório Astronómico de Lisboa (OAL). Com a aproximação ao Sol "está prestes a deixar de ser visível", adiantou. Mas para o ver, nesta altura, é preciso olhar na direcção do Norte, antes de amanhecer. Aí, mesmo junto ao horizonte - "o cometa está baixo no céu", nota Carlos Santos - estará o McNaught C/2009 R1.
Durante Julho, e isso poderá acontecer ao longo de três ou quatro semanas ainda, o McNaught C/2009 R1 troca as voltas aos seus observadores e passará a ser visível ao início da noite. Poderá tornar-se ainda mais brilhante, ou não. "É sempre difícil fazer esse tipo de previsão", sublinha o astrónomo do OAL.
Nas últimas semanas, muitos astrónomos profissionais e amadores têm seguido com atenção a sua progressão no céu, observando-o e fotografando-o. A olho nu, em locais sem poluição luminosa e com um pouco de sorte, o cometa não passará de um pontinho branco um pouco acima do horizonte. Nas fotografias mais espectaculares ele tem uma longa cauda brilhante e um núcleo em tom esverdeado. Esta cor tem a ver, certamente, com a sua composição.
Os cometas são corpos viajantes (os que vemos por aqui fazem uma órbita à volta do Sol, que pode levar milhares de anos a percorrer) e a composição é sempre uma mistura de rochas, poeiras e gelo.
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