sábado, 5 de junho de 2010

"Os Navegadores"

Os jogadores que irão representar a selecção portuguesa de futebol, que vai até à África do Sul, foram cognomizados por Carlos Queiroz como "Os Navegadores ". Não sei se está no horizonte de Queiroz dar "novos mundos ao mundo" mostrando que aos portugueses ainda lhe resta o jeito para a bola. O mais perto que já estivemos de uma final foi nos idos de 66, era eu ainda criança e, nessa altura, os jogadores eram "Magriços" dirigidos por pessoas que tinham do futebol uma ideia romântica. Desde então, outras selecções e outros cognomes passaram à história com mais ou menos glória, com mais ou menos honra, mas pouco ou nenhum romantismo, até porque o dinheiro domina e fala mais alto no "reino" da bola. O mais importante nem são os cognomes mas sim aquilo que os jogadores fazem em campo. Pessoalmente não me parece que o país saia mais ou menos favorecido se os resultados forem mais ou menos bons. Não podemos esquecer que o futebol é apenas um desporto, nada mais. Eu até já tenho uma segunda linha de apoio eleita para o caso de fiasco da nossa malta.
Não ponho bandeiras à janela, não ando com cachecóis nem carrego quaisquer outros símbolos futebolísticos ligados à selecção portuguesa. Gostaria que chegassem longe apenas por uma questão de nacionalismo, se quisermos, tal como gosto que o país vá longe em qualquer outro domínio.
"Navegadores" é uma designação que lembra a gesta portuguesa dos descobrimentos de há uns séculos atrás. Foi precisamente no "corno de África" que os Portugueses venceram o desafio de irem mais além ao dobrar o Bojador dominado então pelo Adamastor. Carlos Queiroz não é seguramente o Infante D. Henrique e é possível que alguns jogadores nem sequer saibam nadar, mesmo assim fica o nosso voto de que esta selecção supere os "medos" dos adamastores e vá o mais longe possível, com glória ou honra, superando medos ou tormentas que surjam pela frente.
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Jacinto Lourenço