segunda-feira, 16 de janeiro de 2012

Para Onde Vamos ?


...programa de ajustamento em que o país foi forçado a mergulhar está a empobrecer a nação, a destruir as empresas com falta de crédito, a aumentar o desemprego, a afastar os trabalhadores jovens e qualificados, a contaminar a moral pública com o ressentimento e a intriga, típicas das casas onde o pão escasseia. A S&P disse o que é óbvio: a estratégia absurda da "austeridade expansiva", de que espanhóis, italianos e outros também são vítimas, foi feita a pensar no interesse dos credores. O interesse dos países endividados, mas sobretudo o interesse da União Europeia, e da própria economia mundial não foi tido nem achado. Dia 13 o eixo Paris-Berlim quebrou-se. O Reno vai voltar a correr impetuoso. A luta pela alteração da política do BCE vai acentuar-se. Nada de bom se pode esperar de um Sarkózy desesperado, e de uma Merkel aterrorizada na sua ilha, que se afunda carregada com as poupanças de europeus em fuga para sítio nenhum. A Europa poderia ter um futuro. Federalismo, com prosperidade. União política, com confiança. Em vez disso está mais perto da implosão, da pobreza, e das baionetas. Os mercados não são o inimigo. A estupidez política, sim. Mas como poderemos vencer uma força contra a qual, como escreveu Schiller, até os deuses lutam em vão?


Viriato Soromenho Marques in Diário de Notícias Online