A União Europeia diz que, de entre um conjunto de países em dificuldades ou intervencionados, Portugal é aquele em que os pobres são muito mais penalizados que os ricos. Os bombeiros portugueses estão à beira do completo estrangulamento financeiro e muitos já despediram pessoal ou estão a vender as próprias viaturas para resistirem, porque o governo acha que podem transportar doentes não urgentes ( acamados, portadores de dificuldades de locomoção, idosos que não têm meios financeiros nem de deslocação para irem fazer tratamentos aos centros de saúde, doentes oncológicos, etc, etc. ) sem lhes pagar um mínimo que sustente o serviço deste transporte. O responsável do Sindicato Independente dos médicos afirma, peremptoriamente que, daqui por dez anos, quando este ministro da saúde já tiver passado à história, o Serviço Nacional de Saúde será uma caricatura do que é agora e, aquilo que se conseguiu em Portugal, em termos de patamares de sucesso que nos guindaram, em alguns dos melhores indicadores de saúde, para os primeiros lugares do mundo, ter-se-á perdido. Enquanto isso, o governo do país continua alegre e contente na sua marcha a levar Portugal e os portugueses para um abismo de subdesenvolvimento social e económico de onde provavelmente não haverá retorno. Confesso que os responsáveis desta nação me espantam, desde há muitos anos a esta parte, todos os dias, pela sua capacidade de sublinhar e acentuar o desejo de criar miséria para a maioria e o fausto e a fortuna para uma outra pequena minoria de cidadãos. Não me revejo nem me identifico com esta gente da política e dos partidos nem com as suas opções miseráveis. Ou não são portugueses, ou são completamente idiotas, para poupar na adjectivação.
Jacinto Lourenço