quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009

Ciência e Fé - Uma só Saida !

"...Pessoalmente, a verdade é que quanto mais me interesso por ciência, mais me aproximo de Deus e dos seus insondáveis mistérios criativos."

A abordagem do assunto, com o tópico citado acima, leva-me a alguns comentários acerca do tema.

Sempre me interessou a relação entre o conhecimento cientifico e a fé. Seja no campo das ciências mais avançadas, em que se conseguiu atingir um grau descritivo elevado, seja para as ciências mais rudimentares e experimentais, como é o caso da medicina.

A capacidade regenerativa de um corpo vivo, para poder suportar uma intervenção cirúrgica intrusiva e destrutiva, por exemplo, é admirável. Apesar do grande estrago, na maior parte dos casos, o resultado final acaba por ser positivo.

Quanto a mim, muitas das descobertas científicas são iluminações divinas de algumas mentes brilhantes que tiveram capacidade de as desenvolver e partilhar. No entanto, existem muitas outras descobertas que não derivam directamente de um trabalho sistemático e lógico, antes são iluminações pontuais de quem se dedica à pesquisa científica.

Quem desenvolveu as leis pelas quais se regem os campos electromagnéticos e luminosos, foi um cientista que viveu no século XIX, James Maxwell, quando o conhecimento da electricidade era praticamente inexistente. As leis que ele descreveu e que não são nada fáceis de perceber, ainda hoje são a base de todos os equipamentos electromagnéticos e mesmo dos novos desenvolvimentos como os de Laser.

Antes Maxwell existiu outro cientista, de uma dimensão próxima, que trabalhou na mesma área e que estabeleceu as bases que depois foram desenvolvidas por Maxwell. Esse começou a falar da electricidade ainda no sec XVIII. Trata-se de Faraday, que descobriu os princípios que permitiram a construção do dínamo. Ele fez alguns desenvolvimentos sobre baterias que, na altura, era a única forma de produzir electricidade. Sobre Faraday, temos algum conhecimento, interessante, acerca da sua fé. ( ler em inglês aqui )

Tanto Faraday como Maxwell foram os inspiradores de Einstein. Apesar dos seus estudos estarem relacionados, as descobertas de Einstein foram-lhe laterais. Um dos grandes temas actuais de pesquisa continua a ser a descoberta da relação entre as equações de Maxwell e de Einstein, ou seja: a relação entre as forças fortes e fracas (fisica atómica e física cósmica). Essa é uma das razões para a construção dos grandes aceleradores de partículas, como é o caso do CERN, na fronteira Suiça. Quando se atingir este objectivo o conhecimento científico vai dar um salto significativo, reformulando muitas dos conceitos clássicos acerca da relação tempo/espaço.

Na realidade Einstein já demonstrou que o nosso conceito de tempo e espaço deriva directamente da nossa limitação física, mas que não é imutável no universo. O que nós vemos e observamos está medido em relação ao nosso referencial. Os mesmos eventos observados de outro referencial acontecem em dimensões de espaço e tempo diferentes.

Todas estas "iluminações" têm sido distribuídas por crentes e não crentes, sendo que cada um tem reacções diferentes quando se vê confrontado com tais descobertas.

Quem se confronta com a mensagem, obra ou criação de Deus, não fica indiferente. Acontece que alguns, face às descobertas fascinantes proporcionadas pelo conhecimento científico, apropriam-se desses factos sem se aperceberem de que são "descobertas" muito pequenas face à dimensão da “engrenagem” que os trancende e que desconhecem.

Na Bíblia há uma ilustração interessante e que, apesar de não estar directamente relacionada, deixa perceber a reacção do homem. Quando os magos e Herodes foram confrontados com a mesma mensagem tiveram reacções opostas, sendo que Herodes, acreditando nas profecias bíblicas, ousou arriscar todo o seu poder para subverter o plano de Deus. A avaliar por esta ilustração, a questão principal não está em separar quem crê de quem não crê, mas quem aceita e obedece de forma solícita, face aos que se apropriam da Mensagem Divina para prosseguir os seus próprios interesses.

Sem dúvida que Herodes era um crente!

Mesmo depois de toda a destruição porque Israel tem passado, grande parte dos monumentos que subsistem, são Herodianos. Alguns destes, os mais simbólicos, como Massada e Cesareia, ou mesmo algumas ruínas em Jerusalém, como provavelmente é o caso do muro das lamentações, são legados Herodianos. Estes monumentos subsistiram a toda a destruição para que não se esqueça um crente convicto nas profecias, sim, mas muito mais nele próprio...

Por Joel Teixeira