O centenário do nascimento do escritor Alves Redol, um dos mais importantes nomes do Neorrealismo português, é hoje assinalado em Vila-Franca de Xira com uma sessão evocativa, pelas 18:30, no Museu do Neo-Realismo.
A efeméride tem vindo a ser celebrada ao longo do ano pelo museu com exposições, exibição de filmes e leituras encenadas, e irá prolongar-se até Janeiro de 2012 com a atribuição de um prémio com o nome do autor e com a realização de um congresso internacional em Lisboa.
Hoje, dia em que se completam cem anos do nascimento, o Ateneu Artístico Vilafranquense organiza uma arruada pela cidade até ao local onde de encontra a estátua de Alves Redol, com a actuação da Banda do Ateneu.
Nascido em Vila Franca de Xira a 29 de dezembro de 1911, António Alves Redol viria a falecer a 29 de Novembro de 1969, aos 58 anos, deixando uma vasta obra publicada, com contos, romances, teatro e histórias para a infância, num total de 34 títulos, entre eles "Gaibéus" (1939) e "Fanga" (1943).
O Museu do Neo-Realismo inaugurou em outubro a exposição "Alves Redol -- Centenário" e ainda as mostras "Alves Redol, a Fotografia e o Documento" e "Alves Redol em BD: projetos de banda desenhada em torno da narrativa redoliana".
As comemorações prosseguem em 2012 com a entrega do Prémio Literário Alves Redol -- Romance e Conto, numa data ainda a anunciar, e a realização, de 19 a 21 de Janeiro, do Congresso Internacional "Centenário de Alves Redol", organizado em conjunto com o Centro de Estudos Comparatistas da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa.
No encontro vão participar, entre outros, Carlos Reis, que irá proferir a conferência de abertura, Ana Cristina Gil, Ana Isabel Ribeiro, Anabela de Oliveira Figueiredo e Ana Paula Ferreira.
Também o Museu do Douro assinala a data com uma exposição dedicada ao escritor, que viveu alguns anos na região do Douro, onde escreveu quatro livros dedicados às suas gentes: "Porto Manso" (1946) e a trilogia do "Ciclo Porto Wine" (1949-1953).
No início de Dezembro, o PCP realizou uma cerimónia evocativa de Alves Redol, recordando a actividade enquanto resistente antifascista e militante comunista a partir de 1940, tendo sido preso por duas vezes pela PIDE, a polícia política do Estado Novo.