segunda-feira, 25 de maio de 2009

A Igreja na Linha da Frente

A igreja cristã deve retomar seu papel profético no mundo e denunciar com veemência as injustiças sociais, os sistemas de opressão e toda e qualquer legitimação da exclusão dos pobres. Antes todavia, a "comunidade dos salvos" deve ser capaz de enfrentar em seu próprio seio, o egoísmo materialista, a alienação sócio-histórica e a letárgica omissão, que constituiem-se reais tentações para milhões de cristãos. Uma igreja militante deve orientar-se através de todo o seu poder dimensional (conforme propõe a teologia da Missão Integral). Isto é, a dimensão koinonica, didática, diaconal, kerigmática e profética. Koinônica. Devemos lutar pela criação de uma comunidade eclesiástica verdadeiramente cristã, onde não reinem as injustiças sociais. Uma comunidade que não seja o reflexo de uma sociedade caída, mas a antítese da mesma. A comunhão (koinonia) entre os cristãos deve ser orientada por um projeto semelhante a da igreja primitiva conforme relato de Atos 2.44-47. Didática. Em tempos de relativismo ético e moral, a igreja deve assumir um projeto de ensinar à sociedade e a igreja uma ética que seja solidária e comunitária. Um ensino que seja evidenciado pela práxis cristã fraternal. Diaconal. É o servir, praticar a filantropia. A igreja é o lugar dos que servem, quem quer ser servido encontre outro lugar. Servir é encarnar a mensagem do Bom Samaritano, seguindo seu exemplo. É exercer a compaixão conforme nos ordena Jesus em Mateus 25. Kerigmática. Levar a mensagem de salvação e libertação. Mensagem esta que tem como objetivo transformar as realidades do mundo em que vivemos e não se conformar com ele (Rm.12.2). Profética. Denunciar os sistemas de opressão, as perversas leis do mercado capitalista, a maligna ordem de exclusão social e egoísmo crescente no coração do homem. Como podemos ver, esta dimensão eclesiástica integral é muito mais do que apenas atenuar os efeitos nocivos da injustiça, como propõe a filosofia assistencialista. A igreja deve ir além, e procurar através de sua função multidimensional, destronar as causas deste mal chamado injustiça social. O mal metafísico, isto é, as realidades espirituais da maldade(Efésios 6). O mal pessoal, que age no coração do homem desviando-o do caminho da justiça. E por fim, o mal estrutural, que são sistemas sócio-político-econômico de opressão.
"Corra, porém, o juízo como as águas, e a justiça como o ribeiro impetuoso." (Amós 5: 24).
Por Daniel Grubba