sexta-feira, 29 de maio de 2009

Televisão e Jornalismo em Portugal : Um exemplo Degradante na TVI

A Entidade Reguladora para a Comunicação Social (ERC) considera que a TVI desrespeitou as normas ético-legais do jornalismo misturando factos e opinião em várias edições do "Jornal Nacional", alvo de queixas analisadas pelo organismo. Numa deliberação hoje divulgada, a ERC "reprova a actuação da TVI", e insta a estação a cumprir "de forma mais rigorosa o dever de rigor e isenção jornalísticas". Os membros do conselho regulador consideraram que a TVI deve "demarcar 'claramente os factos da opinião'", como determina o Estatuto do Jornalista. A ERC considera "verificada, à luz da análise efectuada, a possibilidade de a TVI ter posto em causa o respeito pela presunção de inocência dos visados nas notícias". Entre 16 de Fevereiro e 30 de Março de 2009, deram entrada na ERC dez queixas contra as edições de 13 de Fevereiro, 30 de Janeiro e 1 e 27 de Março e outras edições não especificadas do "Jornal Nacional" da TVI, questionando o tratamento jornalístico de matérias que envolvem o primeiro-ministro e outros membros do Governo. As queixas referem-se a peças jornalísticas emitidas no Jornal Nacional de Sexta (conduzido por Manuela Moura Guedes). Em apenas um caso, a edição transmitida a 01 de Março, não se está perante esse serviço noticioso, uma vez que era domingo.

In Diário de Notícias Online de 28 de Maio de 2009

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Pois é, desta vez alguém teve coragem para dizer, na cara e em directo, o que a Sraª Manuela Moura Guedes anda a fazer na TVI. Claro que ela só o faz porque o seu cobertor é largo e nunca lhe deixa os pés de fora. O bastonário da ordem dos advogados, Marinho Pinto, pode ter muitos defeitos, como qualquer um de nós, aliás, mas do meu ponto de vista, a falta de frontalidade e falta de coragem não se contam no numero dos seu defeitos, muito pelo contrário. Por outro lado, a autoridade reguladora da Comunicação Social já veio confirmar as palavras do bastonário. Pena que o tenha feito a reboque de Marinho Pinto. Enfim, vale o que vale, num país como Portugal, onde os reguladores só regulam o que não devem.

Jacinto Lourenço