quinta-feira, 21 de julho de 2011

Passagem por Samaria



!Y nadie sospechaba com qué temblor de urgencia

buscaba ella en la gente un resto de ternura!...


Andrés Quintanilla Buey







Diziam que ia ao poço
escondida sob o cântaro
que perdera já o olhar
varrendo o chão
a mulher samaritana
via apenas sombras
na água que do poço recolhia
ninguém suspeitava
que enchia de lágrimas o cântaro


Há quem diga que pecava
por um gesto de ternura
quando a rosa do sol incandescia
e trespassada de silêncio
se escondia, diziam
da mulher samaritana tanta coisa
ia ao poço para beber
da água repetida, na quietude frágil
da água, a sua vida.
 
João Tomaz Parreira
 
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