quarta-feira, 5 de maio de 2010

A Fé e a Razão

É triste, mas a maioria dos cristãos ainda mantém o péssimo hábito de colocar uma separação entre a devoção piedosa a Deus e a ortodoxia do pensamento. Costumam dizer-nos que a fé e a razão são antagónicas e não podem dividir o mesmo espaço. Mas houve um tempo em que não era assim. A história do cristianismo está cheia de exemplos de cristãos fervorosos que eram intelectuais de primeira grandeza, ao mesmo tempo que nutriam grande devoção a Deus. Podemos citar Agostinho, Lutero, Calvino, Jonathan Edwards, e muitos outros. Penso que se desejamos ser luz do mundo e sal da terra em nosso tempo, então uma coisa não pode existir sem a outra. Uma fé de grande devoção e afectos apaixonados que não busca profundidade de pensamento pode tornar-se uma fé “água com açúcar”. Assim como um pensamento de amplitude exponencial, sem a chama do Espírito, é semelhante ao vapor que logo se desvanece. O emocionalismo e o intelectualismo são dois extremos que devemos evitar caso tenhamos em nossos corações o desejo de sermos adoradores que adoram em espírito e em verdade. O pastor e teólogo John Piper resume bem o que quero dizer. Ele diz: "A adoração precisa ter coração e cabeça. Ela tem de envolver as emoções e o pensamento. Verdade sem emoção produz ortodoxia morta e uma igreja cheia de admiradores artificiais. Por outro lado, emoção sem verdade produz agitação vazia e cultiva pessoas superficiais que rejeitam a disciplina do raciocínio exacto. A adoração verdadeira, porém, vem de pessoas com emoções profundas, grande amor e doutrina sadia. Afeições fortes por Deus, arraigadas na verdade, são ossos e medula da adoração bíblica".
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"Aquele que orou bem, estudou bem"
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- Lutero-
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Daniel Grubba *** Via Soli Deo Glória