...Há algum tempo deixei de ter uma fé legalista. Não comungo mais da crença em um Deus que me aprova ou me reprova a partir do meu nível de santidade. Não creio na idéia de um Deus que me reprime por não cumprir as normas que a religião prega, muito menos acredito que alguma ação minha consiga aumentar o meu prestígio diante de Deus. Acredito sim, na necessidade de uma vida moral e ética íntegra, mas isso independe do meu referencial religioso. Minha relação com Deus me ajuda a vivenciar esses conceitos de forma melhor, todavia, vai muito além disso, até porque, não dependo necessariamente de Deus para ser justo ou íntegro, posso ser exemplo de dignidade sem ter ligação alguma com a Verdade.
Há algum tempo deixei de ter uma fé medíocre. Não sirvo a Deus com medo de ir para o inferno, aliás, o único inferno que faz parte da minha existência é a estranha realidade das vontades que me dominam sem a minha aprovação. Ademais, fora de mim, existem outros infernos, mas em Cristo quero fazer parte da Igreja que irá se levantar contra cada um deles, pois, foi o próprio Jesus que sentenciou que as portas do inferno não prevalecerão contra a Igreja. Cabe então, à Igreja, identificar quais as portas do inferno que precisam ser vencidas. É preciso perceber que a violência, o analfabetismo, o preconceito, o aborto, o infanticídio, e tantas outras questões, precisam da iniciativa da Igreja para serem banidas do contexto da vida humana.
Enfim, tinha muitas outras inquietações para colocar aqui, mas não quero mais remoer o passado, estou de olho no futuro, comungo com aqueles que ainda crêem em um mundo melhor, que têm esperança que novos céus e nova terra nos esperam, mas, todavia, crêem que isso é possível hoje. Por isso, estou decidido a vivenciar Jesus fora do ambiente religioso. Já ofereci muito tempo da minha vida para a religião, para seus dogmas e preceitos. Já perdi muito tempo da minha vida querendo agradar a gregos e troianos. Mas, agora, quero vida, sem frescuras, e quero experimentá-la no palco de uma existência real, não fantasiosa, e só pra lembrar, não vou me adaptar.
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Fonte: Ivan Cordeiro***Via Hermes Fernandes