quinta-feira, 20 de maio de 2010

"Quando o Povo tem Fome, tem Direito a Roubar"

Prometer e não cumprir é pecado", diz Belmiro de Azevedo. O patrão da Sonae, que discorda do aumento de impostos previsto no plano de austeridade aprovado pelo Governo, alerta que o Executivo "está a brincar com o fogo" porque "o povo quando tem fome tem o direito de roubar". "Não há outra saída", acrescentou.[...]
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O empresário Belmiro de Azevedo afirmou e "deu de barato" que o povo pode eventualmente dedicar-se ao roubo quando tem fome. No mínimo, o engº Belmiro está a pôr-se a jeito. Provavelmente, e na linha da sua abertura à subtracção de bens alheios, quando e se o povo lhe entrasse pelos Super e Hipermercados dentro para subtrair algumas mercadorias das prateleiras, ele não iria gostar. Teria, ainda assim, três hipóteses: 1ª) deixar que as pessoas saiassem tranquilamente das suas lojas com os carrinhos cheios sem passarem pelas caixas; 2ª) chamar a polícia; 3ª) fechar as lojas.
Ficamos a saber, pela boca de Belmiro de Azevedo, na mesma intervenção em que produziu a infeliz afirmação que, "não pagar promessas" é pecado, mas roubar não, não é pecado.
O engº , que é um homem do norte ( mas se fosse do sul era igual ) sabe o valor do trabalho e conhece o significado da palavra "honradez", e é por isso que se estranha ainda mais que possa supor, e partir do princípio, que o povo é ladrão por natureza e que só está à espera das crises para, com a desculpa da fome, desatar a saquear lojas e assaltar supermercados... A idade, efectivamente, não faz bem a todas as pessoas.