Começou devagarinho, por greves mais ou menos pacíficas, descambou para a violência nas ruas, continuou com um movimento em crescendo de desobediência civil. Passo a passo, os nossos confrades gregos estão a ser encurralados num beco sem fuga possível. Sem querer comparar o povo grego a um animal a verdade é que, por muito pacífico que qualquer animal seja, quando se encontra encurralado só vê um escape: seguir em direcção ao inimigo que o açola e tentar fugir, cego de ódio e raiva, destruindo o que puder à sua passagem. Se a europa dos ricos continuar com este exercício, os gregos irão sentir-se na posição do animal pacato que foi levado ao desespero e cujas alternativas são a fuga irracional e descontrolada e a explosão da raiva acumulada sobre quem encontrar pela frente.
Esta situação grega angustia-me, faz-me temer por muita coisa, nomeadamente pelo futuro de gente que perde a esperança e a fé.
Jacinto Lourenço