Não tenho grandes dúvidas, nem nunca tive, aliás, de que em Portugal pulula a classe empresarial mais retrógrada, reaccionária, menos preparada e mais sub-desenvolvida do chamado mundo dos países desenvolvidos. Senão veja-se: bastou que a nova "dona" da europa, a srª. Merkel, dissesse do alto da sua cátedra em Berlim que os Portugueses, Gregos e Espanhóis, calaceiros por natureza, segundo ela, têm férias demais, trabalham de menos e reformam-se muito mais cedo que os alemães ( só não percebo é porque é que ela não falou nos Franceses... que até estavam ali mais perto e tudo, e ainda por cima têm mais dias de férias que dois dos países referidos - Grécia excluida -, e menos horas de trabalho, para além de se reformarem mais cedo ...?! ) para que uma das principais confederações patronais portuguesas viesse de imediato a terreiro defender a redução dos dias de férias e a retirada do despedimento por justa causa da constituição. Espantoso, quando para mais, aqui ao lado, o governo espanhol reagiu logo e mandou a Merkel bugiar com a conversa da treta. Coisa que a oposição alemã também já havia feito quando ouviu as declarações da sua chanceler. Ridícula e mal intencionada, esta senhora. Ridículos, oportunistas e imbecis, os senhores da tal confederação.
Os trabalhadores portugueses pouco terão para provar à senhora alemã, que até fez mal as contas quanto às matérias que referiu, e menos ainda aos empresários portugueses, esses sim, com muito para provar ( os que se escrevem com "e" pequeno, - e que são muitos - porque ainda existem alguns, felizmente, que dá para escrever com "E" Grande ). A sua qualidade geral, competência, capacidade de integração e qualidade do trabalho realizados e produtividade, estão provados um pouco por todo o mundo. Estejam eles bem enquadrados por organizações e empresas capazmente dirigidas e geridas e são tão bons ou melhores que os outros, e isso é válido também no interior de Portugal e nas empresas nacionais ou estrangeiras aqui instaladas.
Sim, os trabalhadores portugueses têm um problema grave que consiste em não estarem enquadrados por líderes políticos e empresários e empresas que saibam aproveitar o seu potencial e desenvolver mais as suas competências técnico-profissionais. Quando isso acontecer, quando os empresários portugueses apostarem nas competências, séria e honestamente, dos seus colaboradores em lugar de fingirem que dão formação e meterem o dinheiro dos subsídios ao bolso para investirem em viaturas topo de gama, montes no alentejo ou férias à grande em lugares paradisíacos, então estaremos em condições de mandar calar, de imediato, quem, como a srª Merckel, proferir, apenas por má fé ou chantagem político-financeira, declarações desprovidas de sentido ou ofensivas para os portugueses.
Existimos como nação há mais de 900 anos, feito incomum e único para um povo razoavelmente pouco numeroso, integrados nesta actual europa feita de retalhos e ambições nada claras de "líderes" políticos e "empresários" intelectual e politicamente desonestos e, como se prova, com zero de competência para ocuparem lugares de relevo ou estarem à frente de empresas. Aliás, eles vão circulando, em circuito fechado, da política para as empresas e destas para aquela, levando consigo as clientelas habituais que vão ocupando os espaços que pessoas capazes, competentes e honestas deviam ocupar, idependente das suas opções políticas.
Não precisamos que ninguém nos diga quando temos que trabalhar ou quando devemos descansar. Sabemos, podemos e queremos continuar a tomar conta de nós; não precisamos que alemães, franceses, ingleses ou outros quaisquer nos digam qual o caminho a seguir; o que precisamos, sim, é não nos deixarmos enganar na hora de escolher quem irá para o leme do país. E se os actuais candidatos que a isso se propõem não servirem, digamos isso mesmo, que não prestam para nada, e muito menos para dirigir uma nação que tem orgulho de si própria e do lugar que soube, pelo seu labor, inteligência e valor intrínseco, e sózinha, conquistar o seu lugar no mundo, ombreando com nações muito mais numerosas e poderosas.
Não precisamos que ninguém nos diga quando temos que trabalhar ou quando devemos descansar. Sabemos, podemos e queremos continuar a tomar conta de nós; não precisamos que alemães, franceses, ingleses ou outros quaisquer nos digam qual o caminho a seguir; o que precisamos, sim, é não nos deixarmos enganar na hora de escolher quem irá para o leme do país. E se os actuais candidatos que a isso se propõem não servirem, digamos isso mesmo, que não prestam para nada, e muito menos para dirigir uma nação que tem orgulho de si própria e do lugar que soube, pelo seu labor, inteligência e valor intrínseco, e sózinha, conquistar o seu lugar no mundo, ombreando com nações muito mais numerosas e poderosas.
Jacinto Lourenço