Áquila, Itália, 2009. Lorca, Espanha, 2011. Dois abalos sísmicos graves que dão conta da fragilidade da vida humana bem como de tudo aquilo que em torno dela vamos construindo. Bastam alguns momentos, segundos, e tudo se pode desmoronar sem que possamos fazer alguma coisa que o evite. Não está na nossa mão controlar as forças da natureza, mas está ao nosso alcance reflectir como conduzimos a nossa vida e como aproveitamos cada momento da mesma. Há muita coisa sobre a qual estamos a construir a vida sem primeiro tentarmos perceber se vale a pena aquilo em que estamos a apostar. Devemos olhar para o futuro, mas nenhuma construção sobre ele estará na nossa mão. Num instante tudo pode vir abaixo e ficamos apenas com a nossa vida e o instante em que a resgatamos dos perigos imediatos.
"O futuro a Deus pertence", diz o povo e tem razão. É por isso que a nossa confiança, a nossa esperança, devem ser construidas em bases sólidas; e nada mais sólido do que as mãos de Deus.
Há dois anos, Áquila. Ontem, Lorca. Amanhã não sabemos. O que sabemos é que se o nosso futuro estiver nas mãos de Deus, estaremos tranquilos, mesmo que a terra se mova e os mares se abalem.
Daqui enviamos a nossa solidariedade a todos os que neste momento sofrem em Lorca e o nosso voto de que possam confiar em Deus em todas as horas, mesmo as de infortúnio.
Jacinto Lourenço