O apóstolo Paulo, na carta que dirigiu à igreja dos Efésios, 43 anos antes da que receberam de Jesus Cristo e que se encontra no livro de Apocalipse, saúda-os pela sua fé e realça o seu amor cristão (Efésios1:1). Inácio de Antioquia, que também se dirigiu à igreja de Éfeso por epístola, mas já no princípio do segundo século, recebeu desta informações de que o amor cristão aí reinante tinha sido de novo despertado, porventura na sequência da carta de Apocalipse. Mais tarde, a igreja de Éfeso volta a decair, tendo desaparecido totalmente, como igreja, já durante a idade média, eventualmente acompanhando a queda da própria cidade na sua importância social e económica relativamente à região em que se inseria e a que o total assoreamento dos rios e porto que a serviam, impossibilitando as actividades portuárias e mercantis, não terá sido seguramente estranho. Pode uma cidade desaparecer, porém a igreja não. Não a Igreja Universal. Mas este “não” não é um absoluto para todas as igrejas locais. Uma igreja local pode diluir-se. Basta que perca a visão da sua missão e da sua Sede Divina onde deverão estar as suas raízes, e que se centre em si própria e não no eterno e intemporal amor de Deus.
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Jacinto Lourenço