terça-feira, 2 de novembro de 2010

Segredos Cosmológicos de Antas e Menires

Alinhamento de dólmenes com a lua cheia da Primavera abre a porta à visão cosmológica no Neolítico. Há portugueses nesses estudos.

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Seria preciso estar lá no momento certo, quando a lua cheia da Primavera se eleva no horizonte, alinhada com algumas das pedras do cromeleque, ou com o seu eixo central, consoante os monumentos. Em Almendres, o maior círculo de pedras milenares da Península Ibérica, esse alinhamento é com dois menires: um no topo, outro na base do monumento. No de Vale d'el Rey, que tem a forma de uma ferradura, o ponto no horizonte onde nasce a primeira lua cheia da Primavera alinha-se com o seu eixo central. O físico Cândido Marciano da Silva, que há décadas percorre o país para fazer medições nestes locais, evoca a emoção desse testemunho. "É um fenómeno muito especial, sente-se ali qualquer coisa", diz. Há cinco a oito mil anos, quando os homens do Neolítico ergueram estas pedras na paisagem, bem como os dólmenes ou antas (os seus monumentos funerários), poderiam ter sentido algo semelhante ao contemplar no céu os movimentos do Sol e da Lua. Na sua relação com o horizonte, e com os astros inacessíveis, esses agricultores e pastores teriam também a sua cosmologia própria. É isso que Cândido Marciano da Silva procura ler nas medições que há cerca de três décadas faz nestes monumentos. Não é o único. O jovem físico Fábio Silva, que mediu a orientação de 31 antas entre o Douro e o Mondego, está a desenvolver trabalho nesta área. Os estudos de ambos, publicados no Journal of Cosmology, e noutras revistas científicas, mostram que o Sol e a Lua, na sua dança diurna-nocturna e na sua ligação às estações do ano, estão "marcados" na posição das pedras na paisagem, que apontam para direcções bem definidas. E esse conhecimento abre a porta para a compreensão da visão cosmológica dos seus construtores.[...]
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