O bispo auxiliar de Lisboa, D. Carlos Azevedo, admite que os gestores formados pela Universidade Católica Portuguesa (UCP) não seguem a doutrina social da Igreja e professam, nas empresas, um tipo de gestão feroz na dimensão humanista
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Falando na tertúlia "125 minutos com...", na noite de quinta feira, no Casino da Figueira da Foz, após ter sido questionado pela anfitriã, Fátima Campos Ferreira, sobre se a doutrina social da Igreja não é aplicada no curso de Gestão da UCP, D. Carlos Azevedo respondeu: "Pelos vistos [não]. Há uma cadeira, mas é capaz de ser uma cadeira um bocadinho isolada do resto das matérias."
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Para o bispo, "foram dados Prémios Nobel de Economia a gente que defendeu as teorias que agora são a causa da nossa desgraça" e "portanto, não admira que também possa ser admirado e apreciado um certo tipo de gestão selvagem", disse D. Carlos Azevedo, argumentando que "nem sempre o prémio Nobel é razão de apreço ético quanto às consequências do futuro".
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Fátima Campos Ferreira lembrou que a UCP "é considerada uma das melhores escolas de Gestão da Europa, está nos rankings de topo" e D. Carlos Azevedo respondeu, argumentando que "nós estamos a ver, neste momento, que esse tipo de Gestão não tem em conta a globalidade do desenvolvimento, não tem em conta o desenvolvimento integral, tem em conta apenas o lucro".
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"E, de facto, as empresas, quando contratam esses gestores, exploram ao máximo, despedem quanto é preciso. São ferozes em dimensões humanistas, não é esse tipo de gestores que respeitam a doutrina social da Igreja", declarou.
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In Diário de Notícias Online de 17 de Dezembro de 2010